141Realmente, o Senhor vai ter piedade dos descendentes de Jacob e vai mostrar uma vez mais que escolheu Israel, estabelecendo-os de novo na sua pátria.
Os povos estrangeiros serão associados a eles14,1 Ver Is 11,10; 56,3–7; Zc 2,15. e incorporados no povo de Jacob. 2Os povos estrangeiros vão recolhê-los e levá-los para a sua pátria. E ali, naquela terra que pertence ao Senhor, Israel tomará posse deles como escravos, homens e mulheres. Farão prisioneiros os que os tinham aprisionado e dominarão os que os tinham dominado.
3Israel, quando o Senhor te der o repouso merecido de tantas penas e tormentos e da dura escravidão a que foste submetido, 4deves entoar esta sátira contra o rei da Babilónia:
«Como acabou o tirano!
Como acabou a sua arrogância!
5O Senhor quebrou o cetro dos malvados,
o bastão dos tiranos,
6daquele que, furioso, subjugou os povos
com golpes de matar, sem fim,
e com a ira, oprimiu as nações
perseguindo-as implacavelmente.
7A terra inteira descansa finalmente tranquila
e dá gritos de alegria.
8Até os ciprestes se alegram da tua derrota,
bem como os cedros do Líbano;
agora exclamam: “Desde que caíste morto,
ninguém mais nos veio abater.”
9O abismo profundo14,9 Ou: o mundo dos mortos. Ver Is 5,14; Hc 2,5; Pv 1,12; 27,30; 30,16. estremece, por tua causa,
ao anúncio da tua chegada.
Por ti, desperta as sombras dos mortos,
todos os que foram grandes senhores sobre a terra;
levanta de seus tronos todos os reis das nações,
10que se põem a dizer em coro,
dirigindo-se a ti:
“Também tu caíste sem forças como nós,
tornaste-te igual a nós!”
11A tua grandeza foi lançada no abismo dos mortos,
com a música das tuas harpas.
O teu leito é de percevejos
e o teu cobertor de vermes.
12Como pudeste cair do céu,
astro brilhante da manhã!
Foste precipitado por terra,
tu, o vencedor das nações!
13Tu dizias no teu íntimo:
“Subirei até aos céus,
levantarei o meu trono
por cima das estrelas de Deus,
sentar-me-ei na montanha do conselho dos deuses,
no seu extremo norte14,13 O texto hebraico alude à mitologia canaica, segundo a qual os deuses se aconselhavam numa montanha, ao norte da Palestina, para decidirem a sorte do mundo. Ver Sl 48,3..
14Subirei até ao cimo das nuvens,
serei igual ao Deus altíssimo.”
15Mas é ao fundo do abismo dos mortos,
ao mais profundo da sepultura que vais descer14,15 Ver Mt 11,23; Lc 10,15..
16Os que te veem ficam a olhar para ti,
fixam-te atentamente e dizem:
“É este o que fazia tremer a terra
e estremecer os reinos?
17É este o que transformava o mundo num deserto,
arrasava as suas cidades,
e recusava libertar os seus prisioneiros?”
18Todos os reis das nações
repousam em sepulcros gloriosos,
cada qual no seu mausoléu.
19Mas tu foste lançado para fora do sepulcro14,19 Ver Jr 8,1; cf. 36,30–31.,
como um aborto asqueroso;
cobriram-te de mortos massacrados pela espada,
arrojados para as pedras da fossa,
como se fosses um cadáver espezinhado.
20Tu não te juntarás a eles na sepultura,
porque arruinaste o teu país,
destruíste o teu povo.
Nunca mais se pronunciará o nome
da tua raça malvada.
21Preparem a matança dos seus filhos
pelos crimes dos seus pais;
não aconteça que eles se levantem,
se apoderem da terra
e cubram o mundo de cidades.
22Levantar-me-ei contra eles
arrancarei da Babilónia o seu nome e a sua raça,
toda a sua posteridade e descendência!
Palavra do Senhor do Universo!
23Farei da sua terra um pântano
habitado por ouriços do mar;
vou arrasá-la completamente a golpes de vassoura!
Palavra do Senhor do Universo!»
24O Senhor do Universo fez este juramento:
«Aquilo que eu previ há de acontecer,
aquilo que eu decidi há de cumprir-se.
25Quebrarei o poder da Assíria no meu país,
calcá-lo-ei aos pés nas minhas montanhas.
Retirarei de cima deles o jugo que transportavam
e o fardo de cima das suas costas.»
26Esta é a decisão do Senhor contra toda a terra,
a sua ameaça contra todas as nações.
27E quando o Senhor do Universo decide,
quem o poderá impedir?
Quando estende a sua mão ameaçadora,
quem lha poderá desviar?
28No ano em que morreu o rei Acaz14,28 Ver 2 Rs 16,20; 2 Cr 28,27. A data é discutida.,
foi pronunciada esta mensagem:
29«Não te alegres, ó terra dos filisteus,
por se ter quebrado a vara que te batia;
porque do cadáver da serpente sairá uma víbora
e do seu ovo sairá um dragão voador.
30Os que até agora foram miseráveis
serão como cordeiros a apascentar:
os pobres terão segurança e repouso.
Mas quanto a ti, terra dos filisteus,
farei morrer de fome os teus habitantes
e os teus sobreviventes serão massacrados.
31Geme, ó porta! Grita, ó cidade!
Estremeça toda a Filisteia!
É que uma nuvem de fumo chega do lado do norte,
e nenhum inimigo se afasta das suas fileiras.
32E que responder aos enviados desta nação?
Respondam que foi o Senhor quem fundou Sião
e é lá que os pobres do seu povo estarão seguros.»
151Mensagem contra Moab15,1 O reino de Moab encontrava-se a este do mar Morto; o seu território estava dividido em duas partes separadas pela torrente do Arnon. A sul da torrente ficava a cidade de Ar e um pouco mais a sul a de Quir, também chamada Quir-Hasseret (16,7.11) e que era a capital política do reino de Moab. Soar (15,5) encontrava-se imediatamente a sudeste do mar Morto. A norte do Arnon ficava Dibon (15,2), a capital religiosa do reino. Mais a norte ficava a cidade de Madabá, e a uns 30 km da torrente, o monte Nebo (cf. Dt 34,1–6); a nordeste do monte Nebo ficava Hesbon e mais a norte Elalé (15,4). Jaás ficava nos confins, a este de Moab, e Eglaim (15,8) a norte do mar Morto. Não se sabe onde ficavam as localidades de Eglat-Selissia, Luit e Horonaim (15,5)..
Numa noite, a cidade de Ar de Moab foi esmagada,
numa noite Quir de Moab foi derrotada.
2O povo de Dibon sobe ao templo
e aos lugares altos para chorar;
Moab geme pelas cidades de Nebo e de Madabá,
de cabeça rapada e barba cortada, em sinal de tristeza.
3Nas ruas vestem-se com roupas grosseiras;
nos terraços e nas praças públicas,
todos se lamentam e se desfazem em lágrimas.
4Em Hesbon e em Elalé, o povo grita com todas as forças;
e os seus lamentos até se ouvem em Jaás.
Também os soldados de Moab lançam gritos de guerra,
mas as suas forças desfalecem.
5O meu coração lamenta-se pela sorte de Moab;
os seus fugitivos correm até Soar e até Eglat-Selissia.
Sobem a chorar pela colina de Luit
e a caminho de Horonaim lançam gritos de desespero.
6O oásis de Nimerim tornou-se um lugar desolado,
a erva secou e não voltará a rebentar;
já não há mais verdura.
7Os poucos bens que ficaram,
as provisões que conservaram
carregam-se para além da torrente dos Salgueiros.
8Ouvem-se gritos à volta do território de Moab,
as suas lamentações chegam até Eglaim,
fazem-se ouvir até ao poço de Elim.
9As águas de Dimon vão cheias de sangue.
Mas eu, o Senhor, ajuntarei novas pragas contra Dimon:
um leão contra os sobreviventes de Moab,
contra os que escaparam no país.
161Enviem ao senhor do país
um cordeiro como presente,
desde Petra, no deserto, ao monte Sião16,1 O v. 1 refere-se ao envio de um presente ao rei de Judá pelo rei de Moab. Petra. A palavra hebraica sela significa “rocha” ou “pedra”, e tanto pode referir o território montanhoso de Moab como a uma localidade a sudeste do mar Morto..
2As mulheres de Moab,
como aves espantadas, arremessadas dos seus ninhos,
caminham pelos desfiladeiros do rio Arnon e pedem:
3«Dá-nos um conselho, toma uma decisão,
em pleno meio-dia protege-nos com a tua sombra,
como se fosse meia-noite;
esconde os refugiados, não descubras os fugitivos.
4Dá asilo aos refugiados de Moab,
oferece-lhes um esconderijo contra o devastador.
Quando acabar a opressão, terminar a devastação
e desaparecer o opressor do país,
5então, pela tua bondade, estabelecer-se-á um trono
para o descendente de David.
Sentar-se-á nele com lealdade
e será um juiz preocupado com a retidão,
e sempre pronto a fazer o que é justo16,5 A estabilidade do trono do descendente de David tem a ver com a promessa feita a David. Ver 2 Sm 7,5–16; Is 11,1..»
6Nós ouvimos falar da soberba de Moab,
uma soberba desmedida;
da sua arrogância, do seu orgulho, dos seus excessos
e da sua vaidade insensata.
7Mas os moabitas hão de lamentar-se por Moab,
todos lamentarão a sua desgraça.
Hão de suspirar desesperados
pelos doces de uvas de Quir-Haresset.
8Os campos de trigo de Hesbon são devastados,
as vinhas de Sibma esmagadas.
Os senhores das nações calcam aos pés os seus rebentos.
E elas estendiam-se até Jazer,
espalhavam-se pelo deserto
e os seus sarmentos estendiam-se
para além do mar Morto.
9Por isso, eu choro com o povo de Jazer
sobre as vinhas de Sibma.
Espalharei torrentes de lágrimas
sobre vós, Hesbon e Elalé.
As canções de alegria desapareceram
das tuas vindimas e ceifas.
10A alegria jubilosa desapareceu das vossas hortas
e nas vossas vinhas já não se ouvem
os gritos de contentamento.
Já não se pisam as uvas nos lagares
e acabaram as canções de alegria.
11Por isso, o meu coração se comove por Moab
e, como se fora uma guitarra,
o meu peito estremece por Quir-Haresset.
12Veremos Moab afadigar-se
por subir ao lugar alto,
por ir ao santuário orar,
mas tudo será em vão.
13Isto é o que o Senhor disse outrora contra Moab.
14Mas agora o Senhor volta a dizer:
«Daqui a três anos, sem um dia a mais,
será humilhada a nobreza de Moab
com todo o seu povo numeroso.
Os que ficarem serão muito poucos e insignificantes.»