a BÍBLIA para todos Edição Comum (BPT)
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Contra Tiro e Sídon

231Mensagem contra Tiro23,1 Tiro. Cidade principal e importante porto da costa fenícia..

«Lamentem-se, gente dos grandes navios de Társis23,1 Társis. Os fenícios tinham colónias em terras distantes, como em Cartago e em Társis, no sul de Espanha.,

porque o vosso porto foi destruído.»

Foi no regresso de Chipre

que eles receberam esta notícia.

2«Fiquem espantados,

os que habitais as costas marítimas,

os que negociais em Sídon23,2 Sídon. Outro porto fenício importante. Na tradição bíblica, Tiro e Sídon aparecem muitas vezes citados em conjunto. Sobre os fenícios, ver Ez 2628; Jl 4,4–8; Am 1,9–10; Zc 9,1–4; Mt 11,21–22; Lc 10,13–14.,

que cruzais o mar, enviando gente a toda a parte.»

3Através do mar alto Sídon recolhe

o que se semeia ao longo do rio Nilo,

o lucro do comércio do mundo.

4Envergonha-te, Sídon, fortaleza do mar!

É o mar quem agora te diz:

«Não suportei as dores de parto, nem dei à luz,

não eduquei rapazes nem raparigas23,4 A segunda parte do v. 4 parece fazer alusão à mitologia cananeia, segundo a qual o mar era a esposa do povo fenício. De maneira simbólica, o mar anuncia que o povo fenício não deve confiar nas suas riquezas.

5Quando receber as notícias acerca de Tiro,

o Egito contorcer-se-á de dor.

6Regressem a Társis,

e chorem, habitantes das costas marítimas!

7Não é esta a vossa cidade tão animada,

de origem tão antiga,

que implantou colónias em paragens longínquas?

8Quem decretou a ruína de Tiro,

cidade que distribuía coroas reais,

cujos comerciantes eram como príncipes

e cujos mercadores eram considerados gente nobre?

9Foi o Senhor do Universo que o decretou,

para abater o orgulho de toda esta gente

e humilhar os que são considerados grandes.

10Regressa à tua terra, povo de Társis,

porque o teu porto já não existe.

11Com um gesto, o Senhor ameaçou o mar,

fez estremecer os reinos,

e mandou destruir as fortalezas de Canaã.

12Ele disse: «Povo de Sídon,

acabou-se a festa para ti,

pois és como uma donzela violada.

Se cruzas o mar e vais para Chipre,

nem mesmo encontrarás ali descanso.

13Considera a terra dos caldeus;

é um povo que já não existe.

A Assíria pôs lá os seus navios,

levantou torres e demoliu palácios,

e reduziu-a a uma ruína completa.

14Chorem, marinheiros de Társis,

porque o vosso porto foi destruído.»

15Naquele tempo,

Tiro ficará esquecida durante setenta anos,

os anos da vida de um rei.

No fim destes setenta anos, sucederá a Tiro

o que diz a cantiga da prostituta:

16«Pega na guitarra e percorre a cidade,

ó prostituta esquecida.

Toca o melhor que souberes e canta sem parar,

para que se lembrem de ti23,16 Cantiga da Prostituta. A atividade comercial é comparada à prostituição. Ver Ap 17,5; 18,3.11.13.

17Ao fim de setenta anos, o Senhor ocupar-se-á de Tiro. Ela voltará a enriquecer, prostituindo-se com todos os reinos do mundo. 18Mas os lucros do seu comércio serão consagrados ao Senhor; não serão nem armazenados nem entesourados. Servirão para alimentar abundantemente e para vestir condignamente aqueles que habitam na presença do Senhor.