21Deus diz: «Toquem a trombeta em Sião,
deem o alarme na minha santa montanha!
Tremam de medo, ó habitantes do país,
porque vem aí e já está próximo
o dia do castigo do Senhor.»
2É um dia de trevas e escuridão,
dia de nuvens sombrias!
Como o crepúsculo se estende sobre os montes,
assim é o exército denso e numeroso2,2 O texto não qualifica a natureza deste exército. A deduzir por 1,4.6 e 2,25 tratar-se-ia do exército dos insetos.;
como ele não apareceu outro,
nem aparecerá jamais, até ao fim dos tempos.
3O fogo devora pela frente
e as chamas queimam por trás.
Antes a terra era como o jardim do Éden2,3 Ver Gn 2,8–9; Ez 36,35.,
depois, fica devastada como um deserto;
e nada se lhe consegue escapar!
4Parece um exército de cavalos
e de ginetes a galopar.
5É como o ruído de carros
aos solavancos sobre as montanhas,
como o crepitar do fogo
que devora a palha,
como um exército poderoso
formado para o combate.
6Diante dele os povos tremem,
com o rosto pálido de medo.
7Correm como valentes soldados
e como guerreiros escalam as muralhas;
cada qual avança pela sua fila,
sem se desviar do seu caminho.
8Nenhum deles embaraça os outros,
cada qual segue o seu caminho.
Afrontam os perigos sem romperem fileiras.
9Correm pela cidade, escalam as muralhas,
sobem às casas e entram pelas janelas como os ladrões.
10Diante deles a terra treme e o céu fica abalado,
o Sol e a Lua escurecem2,10 Ver Is 13,10; Am 8,9. e as estrelas perdem o brilho.
11O Senhor dá a voz de comando ao seu exército;
são numerosos os seus batalhões,
são poderosos os que cumprem as suas ordens.
Grande e terrível é o dia do castigo do Senhor!
Quem lhe poderá resistir?
12Mas ainda é tempo de voltarem para mim
com todo o vosso coração,
jejuando e chorando de arrependimento.
Palavra do Senhor!
13Não basta rasgarem os vossos vestidos2,13 O ato de rasgar os vestidos era um sinal de arrependimento.,
o que é preciso é mudar o vosso coração.
Convertam-se, portanto, ao Senhor, vosso Deus,
que é generoso e cheio de compaixão,
paciente e cheio de bondade,
pronto a renunciar às suas ameaças.
14Talvez ele mude de ideia
e, ao passar, vos deixe as suas bênçãos.
Podereis então oferecer ao Senhor, vosso Deus,
as ofertas de trigo e de vinho.
15Toquem a trombeta em Sião,
proclamem um jejum,
convoquem uma assembleia solene!
16Ordenem ao povo que se purifique para a assembleia,
reúnam o conselho dos anciãos,
congreguem jovens, crianças e bebés de peito
e que os recém-casados deixem o seu quarto de núpcias.
17Os sacerdotes que servem o Senhor chorem no templo,
entre o pórtico e o altar2,17 Ver Ez 40—43.,
e supliquem assim ao Senhor:
«Senhor, tem piedade deste povo, que te pertence;
não deixes que a vergonha caia sobre eles;
não permitas que os estrangeiros escarneçam deles,
dizendo: “Onde está o poder do seu Deus?”»
18Que o Senhor defenda ciosamente a sua terra
e tenha compaixão do seu povo.
19Então o Senhor responde às súplicas do seu povo:
«Vou dar-vos trigo, vinho e azeite com fartura.
E nunca mais deixarei
que os estrangeiros vos insultem.
20Afastarei de vós os inimigos do norte2,20 Referência aos assírios e babilónios.,
afastá-los-ei para terras desertas e áridas,
lançarei os da frente no mar Morto
e os da retaguarda no Mediterrâneo.
Os seus cadáveres espalharão um cheiro pestilento!
Eles que ambicionavam realizar grandes coisas!
21Ó terra, não tenhas mais medo!
Alegra-te e rejubila
porque é o Senhor que faz grandes maravilhas.
22Animais selvagens, não tenham mais medo!
As pastagens ficarão de novo verdejantes,
as árvores darão fruto,
as figueiras e as vinhas vão ficar carregadas.
23Alegrem-se e façam festa em honra do Senhor, vosso Deus,
ó habitantes de Sião!
É ele que, a seu devido tempo, vos dá a chuva de outono
e a da primavera, como antigamente,
e que faz cair os aguaceiros.
24As eiras vão encher-se de trigo
e os lagares extravasar de vinho e azeite.
25Vou compensar-vos dos anos
em que as colheitas foram devoradas
pelos gafanhotos, saltões, lagartas e outros insetos
do grande exército que enviei contra vós.
26Hão de comer até ficarem saciados
e irão louvar o Senhor, vosso Deus,
que fez maravilhas a vosso favor.
Nunca mais o meu povo ficará desiludido.
27Então sabereis que eu estou no meio de Israel,
que o Senhor, vosso Deus, sou eu e mais ninguém;
e nunca mais o meu povo ficará desiludido.»
31Depois derramarei o meu Espírito sobre toda a gente3,1 Os v. 1–5 são citados em At 2,16–21, no discurso do apóstolo Pedro no dia de Pentecostes.:
os vossos filhos e filhas serão profetas,
os vossos anciãos e os vossos jovens
terão sonhos e visões proféticas.
2Até sobre os escravos e escravas
derramarei o meu espírito naqueles dias.
3Farei aparecer prodígios no céu e na terra:
sangue, fogo e nuvens de fumo.
4O Sol ficará escuro e a Lua cor de sangue,
antes que chegue o dia do castigo do Senhor,
dia grande e terrível.
5Então todos os que invocarem o Senhor serão salvos.
No monte Sião, em Jerusalém, ficará um resto,
como o Senhor prometeu.
Esses são os sobreviventes que o Senhor convoca.
41Fiquem a saber que, naqueles dias e no momento
em que restaurar Judá e Jerusalém,
2eu reunirei todos os povos estrangeiros
e farei com que desçam ao vale de Josafat4,2 Josafat. Significa “vale do juízo do Senhor”. Não corresponde a qualquer lugar geográfico, pois tem um valor puramente simbólico..
Então pedirei contas a esses povos
por causa do que fizeram aos israelitas,
o povo que me pertence:
dispersaram-no entre as nações estrangeiras
e repartiram entre si o meu país.
3Repartiram o meu povo, à sorte:
vendiam rapazes para comprarem prostitutas,
vendiam raparigas para comprarem vinho para beber.
4E vós também, cidades de Tiro e Sídon
e todos os territórios dos filisteus,
que quereis de mim?
Querem vingar-se de mim? Querem receber a paga?
Se é essa a vossa intenção,
pronta e rapidamente farei
com que a paga caia sobre vós.
5Roubaram o meu dinheiro e o meu ouro,
levaram para os vossos templos
os meus objetos preciosos.
6Venderam os habitantes de Judá e de Jerusalém aos gregos,
para os afastarem dos seus territórios.
7Mas eu vou fazer com que eles regressem
dos lugares onde os venderam
e farei com que a paga caia sobre vós.
8Venderei os vossos filhos
e as vossas filhas aos habitantes de Judá,
e eles os venderão ao povo longínquo dos sabeus4,8 Sabeus. Povo que vivia a sul da península da Arábia. Ver Is 60,6..
Sou eu, o Senhor, quem o declara.
9Apregoem isto entre as nações:
«Declarem a guerra santa, alistem os soldados,
que todos os guerreiros se aproximem
e se ponham em ordem de batalha.
10Transformem os vossos arados em espadas,
as vossas foices em lanças,
e que até o medroso diga: “Sou um herói!”
11Venham depressa, povos das redondezas,
reúnam-se no mesmo vale!»
E tu, Senhor, conduz os teus guerreiros contra eles.
12«Que as nações se ponham em marcha
e venham ao vale de Josafat4,12 Ver 4,2 e nota..
É lá que eu, o Senhor, me vou sentar,
para julgar todos os povos das redondezas.
13Peguem na foice, porque a seara está madura,
venham pisar, porque o lagar está cheio,
as tinas transbordam porque a maldade deles é grande.»
14Multidões e mais multidões chegam ao vale da Decisão4,14 O mesmo vale dos v. 2 e 12.:
aproxima-se o dia do castigo do Senhor nesse vale.
15O Sol e a Lua obscurecem-se,
as estrelas perdem o seu brilho.
16O Senhor rugirá desde Sião,
levantará a sua voz em Jerusalém.
O céu e a terra hão de tremer,
mas o Senhor protege o seu povo,
pois é um refúgio para os israelitas.
17Então conhecereis que eu sou o Senhor, vosso Deus,
que habito em Sião, minha montanha santa.
Jerusalém será de novo um lugar santo
e nunca mais os estrangeiros a irão conquistar.
18Naqueles dias, os montes destilarão mosto,
as colinas jorrarão leite,
a água correrá em todos os regatos de Judá;
do templo do Senhor brotará uma fonte,
que aumentará a ribeira das Acácias4,18 Não conhecemos a sua localização geográfica, mas devia ficar perto do mar Morto..
19O Egito será terra desolada,
Edom será um deserto seco e desolado,
porque usaram de violência contra Judá
matando pessoas inocentes.
20Judá e Jerusalém existirão sempre
e serão continuamente habitadas.
21Vingarei a sua morte,
os inimigos não ficarão impunes,
e o Senhor habitará em Sião.