201O vinho torna o homem arrogante;
as bebidas fortes incitam-no ao distúrbio;
quem a isso se entrega nunca será sábio.
2A ira do rei é como o rugido do leão;
aquele que o provoca põe a sua vida em perigo.
3É uma honra para o homem acabar com as discussões;
os insensatos envolvem-se nelas.
4O preguiçoso não lavra no tempo da sementeira:
no tempo da colheita, procura, mas nada encontra.
5Os pensamentos do homem são como as águas fundas,
mas o homem inteligente sabe lá chegar.
6Muitos homens apregoam a sua bondade,
mas é difícil encontrar um de confiança!
7O justo leva uma vida honesta;
felizes serão os seus filhos, mais tarde!
8Quando o rei toma assento no tribunal,
castiga os culpados e expulsa-os da sua presença.
9Quem pode dizer que tem a consciência tranquila
e que está limpo de qualquer pecado?
10Utilizar pesos falsos e medidas falsas
são duas coisas que o Senhor detesta.
11Até a criança dá a conhecer, pelos seus atos,
se o seu proceder é reto e honesto.
12Olhos para ver e ouvidos para escutar,
ambos são obra do Senhor.
13Se passas o tempo a dormir, ficarás pobre:
mantém-te desperto e terás pão de sobra.
14«Não presta, não presta!» — diz o comprador;
mas, quando se afasta, gaba-se da boa compra.
15Falar com sabedoria é mais precioso
do que ouro e rubis em abundância.
16Se alguém ficar por fiador de um desconhecido,
exige-lhe a roupa como penhor pelo estranho.
17O pão roubado é saboroso,
mas depois deixa a boca áspera.
18Quando fizeres projetos, aconselha-te bem;
quando fizeres guerra, prepara a boa estratégia.
19O mexeriqueiro não sabe guardar segredos;
evita as pessoas que falam de mais.
20O que amaldiçoa o pai e a mãe
verá extinguir-se a sua luz no meio da escuridão.
21Fortuna que começa demasiado rapidamente
não dá prosperidade até ao fim.
22Não te queiras vingar do mal que te fizeram:
põe a tua confiança no Senhor e ele te livrará.
23O Senhor detesta que se usem pesos falsos;
balanças falsificadas são um crime.
24O Senhor é quem dirige a vida do homem;
ninguém conhece o seu próprio destino.
25É perigoso fazer promessas apressadas ao Senhor
e só refletir depois de fazer o voto.
26O rei sábio separa os maus
e faz passar sobre eles a roda.
27A consciência é a lâmpada que o Senhor dá ao homem
para iluminar o mais profundo do seu ser.
28A bondade e a fidelidade protegem o rei;
é com a bondade que ele mantém o seu poder.
29O orgulho dos jovens está na sua força;
a honra dos velhos está nos seus cabelos brancos.
30A dor do castigo limpa o mal;
e as pancadas curam o mais fundo do homem.
211O espírito do rei é como um ribeiro,
que a mão do Senhor dirige para onde quer.
2Ao homem, parece-lhe bem tudo o que faz,
mas o Senhor é quem julga as intenções.
3A prática da justiça e da retidão
é mais agradável ao Senhor do que as ofertas.
4O pecado dos perversos manifesta-se
no olhar altivo e no espírito orgulhoso.
5Os planos bem trabalhados dão bons resultados;
os que se fazem à pressa levam à miséria.
6As riquezas obtidas por meio de mentiras
são a ilusão passageira que arrasta para a morte.
7A violência dos homens maus leva-os à ruína,
porque recusam comportar-se com retidão.
8A conduta do homem perverso é tortuosa;
a do homem honrado é reta.
9Mais vale morar num canto do terraço
que viver com mulher quezilenta em casa ampla.
10O homem perverso só pensa em fazer o mal:
não tem pena do seu semelhante.
11Quando o homem insolente é castigado,
o insensato recebe uma lição de sabedoria;
mas o sábio aprende com a própria experiência.
12Deus é justo: sabe o que se passa na casa dos perversos21,12 Ou: O justo considera prudentemente a casa dos perversos.
e atira com eles para a desgraça.
13Quem é surdo aos rogos dos infelizes
também não obterá resposta ao pedir socorro.
14Um presente dado discretamente acalma a ira;
uma oferta às ocultas vence a mais forte indignação.
15É uma alegria para o justo fazer o que é reto;
para os que praticam a iniquidade é a desgraça.
16O homem que se desvia do caminho do bom senso
irá repousar na companhia dos mortos.
17Quem se entrega aos prazeres acabará na pobreza;
o que ama o vinho e os perfumes não enriquecerá.
18Castigar os maus e os traidores
é fazer justiça a favor dos justos e honestos.
19Mais vale viver num canto deserto
do que com uma mulher quezilenta e colérica.
20Na casa do sábio há ricos e preciosos tesouros;
o insensato gasta tudo o que tem.
21Há alegria para o justo quando se faz justiça;
mas terror para os que praticam a iniquidade.
22Um sábio pode atacar uma cidade defendida por heróis
e derrubar as fortificações em que eles confiavam.
23Quem tem cuidado com aquilo que diz
nunca se mete em apuros.
24O homem arrogante é presumido e trocista:
trata os outros com orgulho e desdém.
25Os desejos do preguiçoso conduzem-no à morte,
porque as suas mãos não querem trabalhar.
26Alguns passam o tempo a cobiçar mais e mais;
o homem justo dá sem guardar nada para si.
27O sacrifício do ímpio é abominável,
ainda mais quando é oferecido com más intenções.
28A falsa testemunha será destruída,
mas o homem que sabe escutar poderá sempre responder21,28 Texto hebraico de difícil compreensão..
29O homem perverso aparenta estar seguro de si;
o homem reto está certo do seu comportamento.
30Não há sabedoria, nem inteligência, nem conselho
que contrariem a vontade do Senhor.
31Prepara-se o cavalo para o dia da batalha,
mas é o Senhor quem dá a vitória.
221Mais vale ter bom nome do que grandes riquezas;
ter a estima dos outros é melhor que ouro e prata.
2O rico e o pobre têm algo em comum:
ambos foram criados pelo Senhor.
3O homem prudente vê o perigo e evita-o;
os insensatos seguem em frente e sofrem os danos.
4Ser humilde e respeitar o Senhor
traz prosperidade, estima e uma vida longa.
5O caminho do mal está cheio de espinhos e armadilhas
se alguém ama a sua vida deve afastar-se dele.
6Ensina ao menino o caminho que deve seguir,
e assim, mesmo quando for velho, não se afastará dele.
7O rico domina sobre os pobres;
o que pede emprestado fica escravo do credor.
8O que semeia injustiça colhe desgraças,
porque a sua violência se voltará contra ele22,8 Ou: porque o castigo de Deus cairá sobre ele..
9Aquele que é generoso será abençoado,
porque reparte o seu alimento com os pobres.
10Expulsa o insolente e acaba-se a discórdia;
será também o fim das querelas e das ofensas.
11Quem tem intenções puras e palavras agradáveis
terá a amizade do rei.
12O Senhor confirma a palavra dos sábios,
mas desmente as afirmações dos mentirosos.
13Para não sair, o preguiçoso desculpa-se:
«Anda um leão à solta; posso ser morto no meio da rua.»
14As palavras sedutoras das mulheres infiéis
são um abismo sem fundo,
onde caem aqueles que o Senhor reprova.
15A insensatez faz parte da mentalidade infantil;
mas uma educação rigorosa fá-la desaparecer.
16Oprimir o pobre para se engrandecer,
ou dar ao rico, conduz à pobreza.
17Presta toda a atenção às palavras dos sábios;
concentra o pensamento no que te ensino.
18Será agradável para ti guardá-las na memória
e tê-las sempre presentes nos teus lábios.
19Para que ponhas a tua confiança no Senhor,
quero dar-te a conhecê-las hoje a ti também.
20Escrevi para ti trinta conselhos e advertências.
21Eles te fornecerão ensinamentos dignos de confiança,
para comunicares a quem tos mandar pedir.
22Não roubes ao pobre pois ele é pobre,
nem oprimas o indefeso perante os juízes,
23porque o Senhor defenderá a sua causa
e dará a morte a quem os matar.
24Não faças amizade com o homem colérico
e foge da companhia do agressivo,
25para não aprenderes os seus maus costumes
e arruinares a tua vida.
26Não sejas dos que, com um aperto de mão,
ficam por fiadores das dívidas de outros,
27pois, se não tiveres com que pagar,
até a cama onde dormes te tiram.
28Não mudes os marcos antigos
que os teus antepassados colocaram.
29Repara naquele que faz bem o seu trabalho:
esse poderá estar ao serviço de reis
e não de gente insignificante.