1391Ao diretor do coro. Salmo da coleção de David.
Senhor, tu examinaste-me e conheces-me.
2Conheces todos os meus movimentos;
à distância, sabes os meus pensamentos.
3Vês-me quando trabalho e quando descanso;
conheces todas as minhas ações.
4Mesmo antes de eu falar,
já tu sabes o que vou dizer.
5Tu estás à minha volta por todo o lado;
colocas sobre mim a tua mão protetora.
6O teu conhecimento é para mim demasiado profundo;
está para além da minha compreensão.
7Onde poderia eu ir, para escapar a ti?
Para onde poderia eu fugir da tua presença?
8Se subisse ao céu, lá estarias;
se descesse ao mundo dos mortos, lá estarias também.
9Se eu voasse para além do oriente
ou fosse habitar nos lugares mais distantes do ocidente,
10também lá a tua mão desceria sobre mim139,10 Ou: me guiaria.,
lá estarias para me segurar!
11Se eu pedisse à escuridão para me esconder
ou à luz para se transformar em noite à minha volta,
12a escuridão não me ocultaria de ti
e a noite seria para ti tão brilhante como o dia.
Para ti a escuridão e a luz são a mesma coisa!
13Foste tu que formaste todo o meu ser;
formaste-me no ventre de minha mãe.
14Louvo-te, ó Altíssimo, e fico maravilhado
com os prodígios maravilhosos que são as tuas obras.
Conheces intimamente o meu ser.
15Quando os meus ossos estavam a ser formados,
sem que ninguém o pudesse ver;
quando eu me desenvolvia em segredo,
nada disso te escapava.
16Tu viste-me antes de eu estar formado.
Tudo isso estava escrito no teu livro;
tinhas assinalado todos os dias da minha vida,
antes de qualquer deles existir.
17Mas para mim, que preciosos são os teus pensamentos, ó Deus!
Que misterioso é o seu conteúdo.
18Se eu quisesse contar, seriam mais do que a areia;
e se pudesse chegar ao fim, ainda estaria contigo.
19Ó Deus, tira a vida aos que fazem o mal,
afasta de mim os assassinos.
20Eles falam maldosamente contra ti;
os teus inimigos dizem mal de ti.
21Ó Senhor, como eu odeio aqueles que te odeiam!
Como eu desprezo os que se voltam contra ti!
22Odeio-os com toda a minha alma!
Considero-os meus inimigos!
23Examina-me, ó Deus, e conhece o meu coração;
põe-me à prova e conhece os meus pensamentos.
24Vê se eu sigo pelo caminho do mal139,24 Ou: Vê que não adorei falsos deuses.
e guia-me pelo caminho eterno.
1401Ao diretor do coro. Salmo da coleção de David.
2Senhor, livra-me dos maus;
protege-me dos homens violentos;
3eles estão sempre a maquinar o mal;
todos os dias promovem discórdias.
4As suas línguas são como as das serpentes,
as suas palavras são como veneno de víbora.
5Protege-me, Senhor, do poder dos maus;
protege-me dos homens violentos,
que fazem planos para a minha queda.
6Os orgulhosos preparam-me armadilhas;
estenderam uma rede à beira do caminho;
armaram laços para me apanhar.
7Eu disse: «Ó Senhor, tu és o meu Deus!»
Escuta, pois, o meu grito suplicante!
8Senhor, meu Deus, meu forte defensor,
protege-me no combate.
9Senhor, não dês aos maus o que eles desejam;
não permitas que os seus planos malvados vão por diante.
10Não mais levantem a cabeça os que me cercam;
que as suas ameaças contra mim caiam sobre eles;
11caiam sobre eles brasas acesas;
sejam atirados para covas donde não mais se levantem.
12Que os caluniadores desapareçam da terra;
que a desgraça persiga os homens violentos até os destruir.
13Senhor, eu sei que tu defendes a causa do pobre
e os direitos do necessitado.
14Por isso, os homens justos te louvarão;
os honestos viverão na tua presença.
1411Salmo da coleção de David.
A ti clamo, Senhor, vem depressa!
Escuta a minha voz, quando te invoco.
2Seja a minha oração como incenso na tua presença
e as minhas mãos erguidas141,2 Ver 28,2 e nota., como o sacrifício da tarde.
3Senhor, põe uma sentinela de guarda à minha boca;
manda vigiar a porta dos meus lábios.
4Afasta-me do desejo de praticar o mal;
que eu não seja cúmplice dos maus
nem dos crimes dos malfeitores,
nem participe nos seus banquetes.
5Que o justo me castigue e o bondoso me corrija,
mas que o óleo mau me não perturbe a cabeça141,5 Ver 23,5 e nota.,
pois isso me tornaria cúmplice dos seus males.
6Quando os seus governantes forem lançados
dos despenhadeiros,
as pessoas compreenderão
que as minhas palavras eram verdadeiras.
7Como quando se cava e lavra a terra, uma fenda que se abre na terra,
os seus ossos foram engolidos pelo sepulcro.
8Mas eu continuo a confiar em ti, ó Senhor, meu Deus;
em ti busco proteção, não me abandones.
9Protege-me das armadilhas que prepararam contra mim;
livra-me das intrigas dos malfeitores.
10Que os maus caiam nas suas próprias armadilhas,
e que eu siga ileso o meu caminho.