11Mensagem que o Senhor confiou a Sofonias1,1 Sofonias. Contemporâneo do profeta Jeremias. Ver Jr 1,2., no tempo de Josias1,1 Entre os anos 640 a 609 a.C., filho de Amon e rei de Judá. Sofonias era filho de Cuche, neto de Godolias, bisneto de Amarias e trineto de Ezequias1,1 Ezequias. Há dúvidas se se trata do rei do mesmo nome, contemporâneo do profeta Isaías..
2«Vou acabar com tudo o que existe sobre a terra.
Palavra do Senhor!
3Acabarei com homens e animais,
aves do céu e peixes do mar;
acabarei com os malvados e as suas obras escandalosas.
Não ficará nenhum ser humano sobre a terra.
Palavra do Senhor!»
4«Levantarei a mão contra Judá
e particularmente contra os habitantes de Jerusalém.
Farei desaparecer deste lugar
o que ficou do culto de Baal,
e até a lembrança dos sacerdotes
que lhe prestavam culto.
5Farei desaparecer os que sobem aos terraços,
para adorar os astros do céu1,5 O culto dos astros era praticado nas religiões da Mesopotâmia. Os reis Manassés e Amon de Judá tinham favorecido este culto. Ver 2 Rs 21,3–5.20–22.
e também os que adoram o Senhor,
mas tanto juram por ele como pelo deus Moloc1,5 Moloc. O deus dos infernos. As antigas traduções têm Milcom, que era a principal divindade dos amonitas. Ver 1 Rs 11,7.33 e nota ao v. 7..
6Farei desaparecer os que se afastam do Senhor;
os que não o procuram nem recorrem a ele.
7Fiquem em silêncio diante de Deus, o Senhor,
porque o dia do seu castigo está próximo.
O Senhor preparou um banquete sagrado1,7 A execução do julgamento de Deus é comparada a um sacrifício. Para a refeição que se seguia normalmente ao sacrifício, quem o oferecia, e os seus convidados, devia submeter-se a certas regras de purificação.
e já mandou purificar os seus convidados.
8E o Senhor declara, para o dia do banquete:
“Vou pedir contas aos nobres e aos príncipes
e a todos os que se vestem à moda estrangeira1,8 Adotar a moda dos estrangeiros era um sinal de que se adotava também o seu culto e a sua religião.;
9vou pedir contas, naquele dia,
a todos os que sobem para o terraço do templo
e que enchem o templo do seu Deus
com riquezas arrancadas pela fraude e pela violência.”
10O Senhor declara: “Naquele dia
ouvir-se-ão gritos na Porta dos Peixes,
e gente a chorar no Bairro Novo1,10 Porta dos Peixes. Dava acesso à parte velha de Jerusalém pelo noroeste. Bairro Novo. Tinha-se desenvolvido a noroeste da cidade antiga.,
e um grande ruído sobre as colinas.”
11Chorem habitantes do bairro do comércio!
Acabaram-se os negociantes,
desapareceram os cambistas.
12Naquele tempo, percorrerei Jerusalém com lanternas,
e pedirei contas aos que vivem adormecidos
com o vinho que bebem.
São os que dizem: “O Senhor não faz bem nem faz mal!”
13As suas riquezas serão saqueadas,
as suas casas destruídas;
construíram as suas casas, mas não as habitarão;
plantaram vinhas, mas não provarão o vinho.»
14«Aproxima-se o grande dia do Senhor;
está a chegar com rapidez;
haverá então gritos de desespero,
e até os mais fortes chamarão por socorro.
15Será um dia de castigo terrível,
de angústia e aflição,
de ruína e destruição;
será um dia de escuridão e trevas
e de nuvens sombrias.
16Nesse dia, ouvir-se-ão trombetas e gritos de guerra,
contra as cidades fortificadas,
defendidas por altas torres de menagem.
17Diz o Senhor: “Lançarei os homens na miséria
e hão de caminhar como cegos,
porque pecaram contra mim.
O seu sangue será espalhado como pó,
as suas entranhas, como estrume.”
18A sua prata e o seu ouro não os poderão livrar,
no dia do castigo terrível do Senhor.
A terra inteira será devorada
pelo fogo do seu furor.
Vai ser o extermínio e a destruição
a cair sobre todos os habitantes da terra.»
21Juntem-se e agarrem-se bem,
ó gente desprezível,
2antes que apareça a sentença
e vos arrebate como a palha dum só dia,
antes que vos apanhe o fogo da ira do Senhor
e que o seu castigo caia sobre vós.
3Procurem o Senhor, ó gente humilde,
vós que cumpris os seus mandamentos.
Procurem ser sempre justos e humildes;
para poderem ser poupados
no dia da ira do Senhor.
4Gaza vai ser abandonada,
Ascalon vai ser destruída,
Asdod vai ser desalojada em pleno dia
e Ecron vai ser exterminada2,4 Gaza. Ascalon. Asdod. Ecron. Principais cidades da Filisteia..
5Ai de vós, habitantes do litoral;
gente originária de Creta!
Contra vós, o Senhor declara:
«Canaã2,5 Creta. Literalmente: Caftor. Ver Jr 47,4 e nota. Alusão aos filisteus originários da ilha de Creta, que ocupavam a zona costeira a sudeste de Jerusalém. Canaã. Antigo nome da Palestina., terra dos filisteus,
vou arrasar-te e deixar-te sem habitantes.
6O território, à beira do mar,
vai transformar-se em terra de pastagens,
em reservas de pastores e currais de ovelhas.»
7Esse território será ocupado pelos sobreviventes de Judá;
para lá conduzirão os seus rebanhos
e à tardinha repousarão nas casas de Ascalon.
Pois, o Senhor, seu Deus, vai intervir em seu favor,
e dar-lhes de novo prosperidade.
8«Eu ouvi as injúrias do povo de Moab
e os insultos do povo de Amon2,8 Moab. Amon. Povos instalados a este do Jordão e do mar Morto.,
quando injuriaram o meu povo
e conquistaram o seu território.
9Pois, tão certo como eu sou o Deus da vida,
eu, o Senhor do Universo, Deus de Israel, declaro:
Moab vai ficar como Sodoma e Amon como Gomorra2,9 Ver Gn 19,24–25; Is 1,9.;
vão transformar-se em campo de urtigas,
em montes de sal e em deserto para sempre.
Os sobreviventes do meu povo virão saqueá-los
e apoderar-se do seu território.»
10É este o castigo da sua arrogância,
e de terem insultado e prejudicado
o povo do Senhor do Universo.
11O Senhor será terrível contra eles
quando reduzir a pó todos os deuses da terra.
E então, até às ilhas mais longínquas,
os povos estrangeiros adorarão o Senhor,
cada qual na sua própria terra.
12Também vocês, ó etíopes,
hão de cair atravessados pela espada do Senhor.
13Ele estenderá a sua mão contra o norte,
destruirá a Assíria,
e fará de Nínive uma desolação,
uma terra árida como o deserto.
14No seu recinto juntar-se-ão os rebanhos
e toda a espécie de animais:
o mocho e a coruja pernoitarão nos seus capitéis,
o barulho das aves ouve-se nas suas janelas.
Desde o umbral até às madeiras de cedro
tudo está destruído e posto a nu.
15Eis a cidade da alegria esfuziante,
que vivia em toda a segurança
e pensava: «Não há ninguém como eu!»
Vejam como ficou reduzida a escombros e
a covil de animais selvagens.
Todos os que passam perto dela
assobiam e fazem gestos de desprezo.