41Górgias reuniu cinco mil soldados de infantaria e mil dos melhores cavaleiros e saiu de noite com eles do acampamento. 2O seu plano era atacar de surpresa os judeus e acabar com eles. Os habitantes da cidadela foram os seus guias. 3Quando Judas soube do plano de Górgias, saiu com os seus soldados para atacar o exército do rei em Emaús, 4enquanto Górgias e o seu exército estavam fora do acampamento. 5Górgias chegou ao acampamento de Judas de noite e não encontrou ninguém. Górgias foi procurá-los nas montanhas e disse: «Eles estão a fugir de nós.» 6De madrugada, Judas apareceu na planície com três mil homens, mas não tinham as armaduras e as espadas que gostariam de ter. 7Viram o poderoso e bem defendido acampamento dos pagãos, rodeado pelas tropas de cavalaria e com os soldados prontos para o combate. 8Judas disse aos seus homens: «Não tenham medo desse exército enorme e não se assustem quando nos atacarem. 9Lembrem-se de como os nossos antepassados foram salvos no Mar Vermelho, e como faraó os perseguia com o seu exército. 10E agora oremos ao céu, pedindo-lhe que tenha compaixão de nós e se lembre da aliança que fez com os nossos antepassados e derrote, hoje, este exército que estamos a enfrentar. 11Assim todos os pagãos ficarão a saber que existe alguém que socorre e salva o povo de Israel.» 12Quando os estrangeiros ergueram os olhos e viram os judeus a avançar para os atacar, 13saíram do acampamento para a luta. Os soldados de Judas tocaram as cornetas 14e atacaram. Derrotaram completamente as tropas estrangeiras, que fugiram para a planície; 15os que ficaram para trás foram mortos à espada. Os judeus perseguiram-nos até Guézer e planícies da Idumeia e cidades de Asdod e Jâmnia; três mil inimigos foram mortos. 16Quando Judas e o seu exército pararam de os perseguir e voltaram para o acampamento, 17disse ao povo: «Não vão buscar agora os objetos de valor dos soldados mortos, pois ainda temos novo combate pela frente. 18Górgias e o seu exército estão muito perto, ali nas montanhas. Enfrentem com coragem os inimigos e lutem contra eles; depois da batalha poderão levar os objetos de valor com toda a segurança.» 19Judas tinha acabado de falar quando uma patrulha de soldados inimigos apareceu no alto das montanhas. 20Viram que o seu exército tinha fugido e que o seu acampamento tinha sido incendiado. Via-se o fumo, que mostrava claramente o que estava a acontecer. 21Ao notarem isto, ficaram apavorados; e, quando viram o exército de Judas na planície, pronto para a batalha, 22fugiram todos para a terra dos filisteus. 23Então Judas e os seus soldados foram até ao acampamento inimigo, levaram muito ouro e prata, tecidos de cor púrpura e azul marinho e muitas outras riquezas. 24Quando voltaram para o acampamento, cantaram um hino, louvando a Deus4,24 Literalmente: louvando ao céu. porque ele é bom, e o seu amor dura para sempre. 25Naquele dia o povo de Israel teve uma grande vitória. 26Os soldados estrangeiros que conseguiram escapar foram contar a Lísias tudo o que tinha acontecido. 27Ele ficou muito contrariado e desanimado com a notícia, pois não tinha podido fazer com Israel o que queria e aquilo que o rei Antíoco havia ordenado que fizesse.
28No ano seguinte, para combater contra os judeus, Lísias juntou um exército de sessenta mil dos melhores soldados de infantaria e cinco mil de cavalaria. 29Marcharam para a Idumeia e acamparam em Bet-Sur; Judas foi ao encontro deles com dez mil homens. 30Quando viu o enorme exército de Lísias, orou assim: «Bendito sejas, ó Salvador de Israel, tu que destruíste o ímpeto do poderoso gigante pela mão do teu servo David e entregaste o acampamento filisteu nas mãos de Jónatas, filho de Saul, e do rapaz que carregava as suas armas. 31Do mesmo modo entrega este exército nas mãos de Israel, o teu povo. Que os nossos inimigos, com todos os seus soldados e cavaleiros, fiquem envergonhados! 32Infunde neles medo; desfaz a confiança que têm no seu poder e sejam abalados na hora da derrota. 33Acaba com eles, usando para isso as espadas dos que te amam, e que todos os que conhecem o teu nome te cantem louvores.» 34Os dois exércitos encontraram-se, e cinco mil soldados de Lísias foram mortos, tombando diante deles. 35Quando Lísias viu o desastre ocorrido com o seu exército, e notou a coragem dos soldados de Judas e como estes estavam prontos para viver ou morrer corajosamente, decidiu voltar para Antioquia. Ali contratou soldados mercenários, pois o seu plano era voltar para a Judeia com um exército ainda maior.
36Judas e os seus irmãos disseram: «Os nossos inimigos foram derrotados. Portanto, vamos purificar o templo e restaurá-lo.» 37Então o exército inteiro juntou-se e subiu ao monte Sião. 38Ali viram o templo em ruínas, o altar profanado e os portões destruídos pelo fogo. Nos pátios nascia mato como nos bosques e nas montanhas, e os quartos dos sacerdotes tinham sido destruídos. 39Então todos rasgaram as suas roupas, choraram em voz alta, puseram cinzas na cabeça 40e atiraram-se ao chão, encostando o rosto na terra. Quando as trombetas deram sinal, todos clamaram ao céu. 41Nisto Judas ordenou que alguns dos seus homens atacassem a cidadela enquanto ele purificava o templo. 42Escolheu sacerdotes irrepreensíveis, dedicados à lei de Deus, 43e eles purificaram o templo levando para um lugar impuro as pedras que o profanavam4,43 O “grande terror”, o altar pagão que tinha sido colocado no altar. Ver 1 Mb 1,54 e nota.. 44O altar onde eram queimados os sacrifícios tinha sido profanado; então eles discutiram o que deviam fazer com ele. 45Tiveram a boa ideia de desmontá-lo a fim de que não ficasse ali para os envergonhar; pois os pagãos tinham-no profanado. Desmontaram o altar 46e puseram as pedras num lugar próprio, no monte do templo, onde ficariam guardadas até que aparecesse um profeta e lhes dissesse o que deveriam fazer com elas. 47Depois conforme a lei prescreve, construíram um altar novo, com pedras não lavradas4,47 Ver Ex 20,25., igual ao primeiro. 48Reconstruíram o templo e reformaram a parte de dentro, dedicaram os pátios 49e fizeram novos utensílios sagrados. Puseram o candelabro, o altar do incenso e a mesa onde eram colocados os pães consagrados nos respetivos lugares no templo. 50Queimaram incenso no altar e acenderam as lamparinas do candelabro; e o templo encheu-se de luz. 51Colocaram os pães na mesa e penduraram as cortinas. Assim completaram tudo o que se propuseram fazer. 52No ano cento e quarenta e oito da era grega4,52 Equivale ao ano 164 a.C. Ver 1 Mb 1,10 e nota., no dia vinte e cinco do nono mês, o mês de Quisleu, os sacerdotes levantaram-se de manhã bem cedo 53e, conforme a lei prescreve, ofereceram um sacrifício no novo altar onde os sacrifícios iam ser queimados. 54Isto aconteceu três anos depois de os pagãos terem profanado o templo, exatamente no mesmo dia e mês4,54 Exatamente três anos antes, os sírios haviam profanado o templo. Ver 1 Mb 1,54 e nota.. Os judeus consagraram o templo com hinos e música de harpas, liras e címbalos. 55Todo o povo se ajoelhou e prostraram-se para bendizer o céu pela vitória que lhes tinha dado. 56Durante oito dias festejaram a dedicação do altar; com grande alegria ofereceram holocaustos e apresentaram sacrifícios4,56 Equivale aos sacrifícios de comunhão em Levítico. de salvação e de louvor. 57Enfeitaram a fachada do templo com coroas de ouro e escudos pequenos; consertaram os portões e também os quartos dos sacerdotes e colocaram-lhes portas. 58Ficaram todos muito alegres e contentes, pois a vergonha causada pelos pagãos já tinha desaparecido. 59Judas, os seus irmãos e todo o povo de Israel resolveram que a festa da dedicação do altar seria comemorada com muita alegria, durante oito dias, na mesma data, todos os anos, começando no dia vinte e cinco de Quisleu. 60E construíram ao redor do monte Sião uma muralha alta, com fortes torres de vigia, para impedir que os pagãos voltassem a entrar na cidade, como já tinham feito. 61Judas deixou ali alguns soldados para protegerem o templo. E cercou de muralhas também4,61 De acordo com uma versão antiga. O texto grego diz: cercou de muralhas também para defender o templo. a cidade de Bet-Sur para que os judeus tivessem uma defesa face à Idumeia.
11Este livro contém a revelação de Jesus Cristo que ele recebeu de Deus, para a dar a conhecer aos seus servos. Trata-se de coisas que hão de acontecer brevemente e que Cristo deu a conhecer ao seu servo João por um anjo que lhe enviou.
2João atesta tudo quanto viu em relação à palavra e ao testemunho de Jesus Cristo. 3Feliz aquele que lê este livro e felizes os que ouvem estas palavras proféticas e guardam o que aqui está escrito1,3 O autor afirma que é preciso ler, ouvir e guardar estas palavras. A Sagrada Escritura foi escrita por causa desta triologia verbal: ler, ouvir e guardar. Quem assim fizer, será feliz., porque tudo isto há de acontecer em breve.
4Eu, João, dirijo-me às sete igrejas da província da Ásia1,4 As sete igrejas são enumeradas no v. 11.. Desejo-vos graça e paz da parte daquele que é, que era e que há de vir, e ainda da parte dos sete espíritos1,4 Sete Espíritos. O número sete simboliza a perfeição. Os sete espíritos simbolizam, portanto, a ação misteriosa de Deus na história dos homens. que estão diante do seu trono, 5e de Jesus Cristo, a testemunha fiel, o primeiro dos ressuscitados, o soberano dos reis da Terra.
Cristo ama-nos e pela sua morte libertou-nos dos nossos pecados. 6Ele fez de nós um reino de sacerdotes para Deus, seu Pai. A ele seja dada glória e o poder para todo o sempre. Ámen.
7Eis que ele vem com as nuvens.
Toda a gente o verá,
até mesmo os que o mataram.
Todos os povos da Terra se lamentarão por ele.
Assim há de ser! Ámen!
8Eu sou o Alfa e o Ómega1,8 Alfa e Ómega. Primeira e última letra do alfabeto grego (21,2; 22,13). A expressão significa: o Primeiro e o Último ou o Princípio e o Fim., diz o Senhor Deus, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-Poderoso.
9Eu sou João, vosso irmão, e participo convosco nas mesmas perseguições no reino de Deus e na perseverança por Jesus. Encontrava-me na ilha de Patmos1,9 Patmos. Pequena ilha do mar Egeu para onde os romanos exilavam as pessoas que julgavam politicamente indesejadas. por ter proclamado a palavra de Deus e o testemunho de Jesus. 10O Espírito de Deus apoderou-se de mim, no dia do Senhor, e eu ouvi atrás de mim uma voz forte que parecia a voz duma trombeta. 11Dizia assim: «Escreve num livro aquilo que vais ver, e manda-o às sete igrejas: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodiceia.» 12Voltei-me para ver quem é que me falava e, ao voltar-me, vi sete castiçais de ouro1,12 Sete castiçais. Representam as sete igrejas a quem o autor escreveu. Ver 1,20.. 13E no meio dos castiçais estava alguém semelhante ao Filho do Homem vestido até aos pés com uma túnica comprida e uma faixa dourada à volta do peito. 14A sua cabeça e os seus cabelos eram brancos como a lã ou como a neve e os seus olhos eram ardentes como o fogo. 15Os seus pés brilhavam como bronze fundido na fornalha e a sua voz era como o ruído das grandes cascatas1,15 Para os v. 13–15, ver Dn 7,13; 10,5; 7,9; 10,6.. 16Na sua mão direita tinha sete estrelas; da sua boca saía uma espada de dois gumes muito afiada e o seu rosto brilhava como o sol do meio-dia.
17Quando o vi, caí aos seus pés como morto. Mas ele pôs a sua mão direita em cima de mim e disse: «Não tenhas medo! Eu sou o primeiro e o último1,17 Para os v. 16–17, ver Is 49,2; Hb 4,12; Is 44,6; 48,12.. 18Eu sou aquele que está vivo! Estive morto, mas agora vivo para sempre. Eu tenho poder sobre a morte e sobre o mundo dos mortos. 19Escreve pois aquilo que viste, o que está a acontecer agora e o que vai acontecer mais tarde. 20O significado das sete estrelas que viste na minha mão direita e dos sete castiçais de ouro é o seguinte: as sete estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete castiçais são essas sete igrejas.»