451No quarto ano do reinado de Joaquim45,1 No ano 605 a.C. Ver 22,13; 25,1 e respetivas notas., filho de Josias, de Judá, Baruc, filho de Néria escreveu aquilo que o profeta Jeremias lhe ditou45,1 Ver Jr 36.. Eis o seu conteúdo: 2«Esta é a mensagem do Senhor, Deus de Israel, para ti, Baruc! 3Tu dizes que desistes, porque o Senhor multiplicou os teus problemas, que estás cansado de protestar e que não encontras descanso. 4Mas eu, o Senhor, garanto-te que vou deitar abaixo o que edifiquei e arrancar o que plantei. Assim farei com toda a terra. 5Estás à espera de receber um tratamento especial? Não vale a pena. Vou trazer a calamidade sobre a Humanidade. Palavra do Senhor! Mas tu, porém, escaparás com vida, para onde quer que fores.»
461O Senhor falou a Jeremias acerca das nações46,1 Temá central dos capítulos 46—51., 2começando pelo Egito. Eis o que disse acerca do exército do rei Neco46,2 Ver 2 Rs 23,29–35., do Egito, que o rei Nabucodonosor da Babilónia derrotou em Carquémis, junto do rio Eufrates, no quarto ano de Joaquim46,2 Ver 22,13; 25,1 e respetivas notas., filho de Josias, rei de Judá:
3«Os oficiais egípcios gritam:
“Preparem os escudos!
Em marcha para a guerra!
4Ponham os arreios aos cavalos
e montem sobre eles!
Formem em linha e ponham os capacetes.
Verifiquem o gume das lanças
e ponham a couraça!”
5“Mas que vejo eu?”
— pergunta o Senhor.
“Eles recuam cheios de medo!
Os seus soldados foram derrotados;
foram vencidos pelo pânico
e correm quanto podem,
sem olhar para trás.
Palavra do Senhor!
6Nem os que correm depressa
conseguem fugir;
os mais fortes não conseguirão escapar.
Ao norte, junto do Eufrates,
tropeçam e caem.
7Quem é este que parecia a enchente do Nilo,
quando a sua cheia inunda as margens?
8É o Egito, que se comparava com o Nilo,
quando a sua cheia inunda as margens,
e dizia:
Levantar-me-ei e cobrirei o mundo;
destruirei as cidades e os seus habitantes.
9Avancem os cavalos
e corram os carros!
Mandem os soldados,
homens do Sudão e da Líbia,
todos com os seus escudos;
arqueiros especiais provenientes da Lídia!
10Mas para o Senhor,
Deus todo-poderoso,
hoje é o dia da sua vingança
e vai castigar os seus inimigos.
A sua espada, qual monstro esfomeado,
vai devorá-los até ficar satisfeita
e saciada com o seu sangue.
O Senhor todo-poderoso, sacrificará as suas vítimas
no norte, junto ao Eufrates.
11Ó gente do Egito,
ide a Guilead em busca de remédio!
Mas os medicamentos não fazem nada;
nada vos pode curar.
12As nações ouviram falar da vossa humilhação;
por toda a parte se ouviram os vossos lamentos.
Um soldado tropeçou no outro
e ambos caíram por terra.”»
13Quando o rei Nabucodonosor da Babilónia foi atacar o Egito46,13 Provavelmente em 601–600 a.C. Comparar com 43,10–13., o Senhor falou ao profeta Jeremias e disse-lhe:
14«Proclamem esta mensagem pelo Egito,
em Migdol46,14 Migdol. Cidade egípcia na fronteira nordeste. Ex 14,2; Jr 44,1., em Mênfis e em Táfnis46,14 Mênfis e Táfnis. Ver 2,16 e nota.:
“Preparem-se para a defesa;
os nossos vizinhos já foram destruídos pela guerra!
15Por que caiu o vosso poderoso deus Ápis
sem conseguir resistir?
Foi o Senhor que o deitou abaixo!”
16Os vossos soldados tropeçaram e caíram;
cada um diz ao seu companheiro:
“Depressa, fujamos para a nossa terra,
para junto do nosso povo,
para escaparmos à espada do inimigo!”
17Deem um novo nome ao rei do Egito:
“Muito barulho, fora do tempo”.
18Eu, o Senhor todo-poderoso,
sou o rei, o rei vivo!
Como as altas torres do monte Tabor
e o monte Carmelo, altivo sobre o mar,
assim será a força daquele que vos ataca.
19Juntem as coisas para ir para o exílio,
habitantes do Egito!
Mênfis ficará deserta e em ruínas.
20O Egito é semelhante a uma vitela gorda,
atacada por um moscardo que vem do norte46,20 Ver 1,14 e nota..
21Nem os seus mercenários,
que eram tão bem tratados,
conseguiram resistir;
voltaram as costas e fugiram.
Chegou o dia da sua desgraça,
o tempo da destruição.
22As suas tropas fogem,
como uma serpente, sem barulho,
aterrorizadas pelo exército do inimigo;
este ataca-os com machados,
e deita-os abaixo como árvores,
23como se destruíssem uma densa floresta.
O inimigo é demasiado numeroso;
os seus soldados são como gafanhotos.
Palavra do Senhor!
24Os egípcios estão cobertos de vergonha,
conquistados pelos povos do norte.»
25O Senhor todo-poderoso, Deus de Israel, diz o seguinte: «Vou voltar-me contra Amon, o deus de Tebas46,25 Tebas. Cidade do Alto Egito., contra o Egito e contra os seus deuses e reis, contra o faraó e contra todos os que nele confiaram. 26Vou entregá-los aos que os querem matar, ao rei Nabucodonosor da Babilónia e ao seu exército. Mas mais tarde, o Egito terá novamente habitantes. Palavra do Senhor!»
27«Povo meu, não tenhas medo;
povo de Israel, não fiques aterrorizado.
Vou libertar-te dessa terra longínqua,
para onde foste prisioneiro.
Voltarás para a tua terra,
e ali viverás em paz;
ali terás segurança
e ninguém te irá incomodar.
28Povo meu, não tenhas medo!
Palavra do Senhor!
Eu estou contigo!
Vou destruir todas as nações
por onde te fiz espalhar.
E ainda que tenha de te dar o justo castigo
porque foste realmente culpado,
a ti, não te destruirei!
Palavra do Senhor!»
471Antes do rei do Egito atacar Gaza, o Senhor falou ao profeta Jeremias acerca dos filisteus47,1 Sobre os filisteus, ver Is 14,29.. Eis o que o Senhor lhe disse:
«Olha! Uma enchente vem do norte47,1 Ver 1,14 e nota.
como um rio a transbordar.
2Vão cobrir a terra e tudo o que ela tem,
inundarão as cidades e o povo que nelas habita.
Toda a gente gritará por socorro
e chorará amargamente,
3ao ouvir o trotar dos cavalos,
o ruído dos carros e das rodas.
Os pais não voltarão atrás para socorrer os filhos,
porque já não têm força nem coragem!
4Chegou o momento de destruir os filisteus,
de os isolar de qualquer ajuda vinda de Tiro e Sídon47,4 Tiro e Sídon. Cidades da costa fenícia..
Eu, o Senhor, destruirei os filisteus,
todos os que vieram da ilha de Creta47,4 Ou: Caftor..
5Os habitantes de Gaza raparam a cabeça em sinal de luto,
os de Ascalon foram reduzidos ao silêncio.
Por quanto tempo ainda ficarão de luto os filisteus?
6Exclamam: “Espada do Senhor!
Quando é que vais parar?
Volta para a tua bainha,
descansa e fica quieta.”
7Mas como poderá ela descansar,
quando lhe dei trabalho para fazer?
Mandei-a atacar Ascalon
e o povo que habita junto ao mar.»