281Os malfeitores fogem, sem que ninguém os persiga;
o homem justo vive confiante como o leão.
2Quando um povo vive em desordem,
muitos são os que lutam pelo poder,
mas um dirigente prudente e instruído reina com ordem.
3Um homem tirano28,3 Literalmente: Um homem pobre. Seguimos a antiga versão grega. oprime os fracos:
é como uma chuva torrencial que destrói as colheitas.
4Os que se afastam da lei louvam os malfeitores;
os que a cumprem lutam contra eles.
5Os desonestos não compreendem a justiça;
os que obedecem ao Senhor entendem tudo28,5 Ou: entendem a justa medida..
6Mais vale pobre e honrado
do que rico e mal-intencionado.
7Um filho inteligente cumpre a lei;
o que anda em más companhias é a vergonha de seu pai.
8O que amontoa fortunas por juros excessivos,
tem de as deixar para aquele que é amigo dos pobres.
9Aquele que se faz surdo às exigências da lei
verá que Deus detesta a sua oração.
10Aqueles que levam os homens honestos para o mau caminho
cairão nas suas próprias armadilhas.
A felicidade é para os que procedem com retidão.
11O rico julga-se muito sábio,
mas um pobre inteligente pode desmascará-lo.
12Quando os homens justos triunfam, há grande alegria;
quando os maus tomam o poder, as pessoas escondem-se.
13Quem dissimula os seus pecados não prosperará;
quem os confessa e se emenda será perdoado.
14Feliz o homem que se mantém cauteloso;
o que endurece o seu coração cairá na desgraça.
15O homem mau que oprime um povo pobre
é como um leão que ruge ou um urso à espreita.
16O chefe insensato multiplica a opressão;
o que não é avarento terá vida longa.
17O homem que comete um assassinato
precipita-se para o abismo;
que ninguém o detenha!
18Aquele que procede com sinceridade será salvo;
quem se porta mal cairá para sempre em ruína.
19O que cultiva a terra terá pão em abundância;
o que anda atrás de ilusões só terá miséria.
20O homem fiel será cumulado de bênçãos;
mas o que tenta enriquecer à pressa, não ficará sem castigo.
21Não é bom fazer distinção de pessoas;
alguns cometem essa injustiça, por um bocado de pão.
22O homem ganancioso tem pressa de ser rico,
mas não sabe que vai cair sobre ele a pobreza.
23Quem corrige alguém encontra depois mais gratidão
do que aquele que só lisonjeia.
24Quem rouba aos pais, dizendo que não é pecado,
assemelha-se ao criminoso!
25O homem ambicioso provoca contendas;
o que confia no Senhor prosperará.
26O insensato só confia nas suas ideias;
quem procede com sabedoria será bem sucedido.
27Quem dá aos pobres não terá falta de nada;
o que recusa ajudá-los terá muitas maldições.
28Quando os malfeitores triunfam, as pessoas escondem-se;
quando eles desaparecem, os justos prosperam.
291Quem teima em rejeitar as críticas,
depressa será irremediavelmente destruído.
2Quando os justos governam, o povo vive feliz;
quando um homem mau domina, o povo sofre.
3Quem ama a sabedoria dá alegria a seu pai;
o que anda com prostitutas esbanja a fortuna.
4Um rei que pratica a justiça
assegura a prosperidade do país;
mas, quando só pensa nos impostos, arruína-o.
5Quem está sempre a elogiar o seu semelhante
quer, de certeza, preparar-lhe uma armadilha.
6Os maus caem na armadilha dos próprios crimes;
o homem honrado vive alegre e feliz.
7O justo reconhece os direitos dos pobres,
mas o homem mau não compreende isso.
8Os rebeldes provocam desordens na cidade,
mas os sábios acalmam os ânimos.
9Se um sábio entra em litígio com um insensato,
irrita-se e cai em ridículo mas nada consegue.
10Os assassinos odeiam aquele que é íntegro;
os homens retos procuram o seu bem.
11O insensato dá livre curso à sua ira;
o sábio domina-se e reprime-a.
12Ao governante que presta atenção às mentiras,
todos os seus servidores lhe parecerão criminosos.
13O pobre e o opressor têm algo em comum:
a ambos o Senhor deu olhos para ver.
14O rei que julga os fracos com verdade
consolida o seu poder para sempre.
15Castigos e reprimendas dão sabedoria,
mas um rapaz entregue a si mesmo envergonha a sua mãe.
16Quando dominam os malfeitores, aumentam os crimes,
mas um dia os justos verão a ruína dos maus.
17Corrige o teu filho e assim viverás tranquilo,
pois ele te encherá de satisfação.
18Quando não há visão profética, o povo corrompe-se;
quem cumpre a lei de Deus é feliz.
19Não se corrige um escravo só com palavras:
porque entende, mas não faz caso.
20Há mais a esperar dum insensato
do que de um homem que fala precipitadamente.
21Quem poupa o seu criado desde a mocidade,
acabará mais tarde por o lamentar.
22O homem colérico levanta contendas;
o irascível multiplica os crimes.
23O orgulho do homem há de humilhá-lo;
o humilde obterá honras.
24O cúmplice de um ladrão prejudica-se a si mesmo;
sabe que recai sobre si a maldição e não o denuncia.
25Ter medo dos homens é uma armadilha;
quem confia no Senhor está em segurança.
26Muita gente procura a aprovação do governante,
no entanto, o Senhor é que julga cada um.
27Os homens justos detestam os desonestos;
e os maus detestam os homens retos.
301Ditos de Agur, filho de Jaqué, de Massá.
Oráculo deste homem para Itiel, para Itiel e Ucal30,1 Itiel e Ucal. No hebraico, estes nomes próprios podem também ser entendidos como verbos. A tradução seria a seguinte: Cansei-me, ó Deus! Cansei-me e esgotei-me!.
2Sem dúvida, sou o mais estúpido dos homens;
não tenho a inteligência de um ser humano.
3Não adquiri sabedoria
e nada sei acerca do Deus santo.
4Quem já subiu ao céu e dele desceu?
Quem pode suster o vento com as mãos?
Quem envolve o mar com a sua capa?
Quem estabelece os limites da terra?
Qual é o seu nome e o nome do seu filho?
Responde, se é que sabes?
5Todas as promessas de Deus são dignas de confiança:
ele protege os que nele confiam.
6Nada acrescentes ao que ele disse,
se não, ele repreende-te e desmente essas mentiras.
7Peço-te duas coisas, meu Deus,
concede-mas antes de eu morrer.
8Afasta de mim a falsidade e a mentira
e não me faças rico nem pobre.
Dá-me apenas o necessário para viver;
9porque, na abundância, poderia renegar-te
e dizer que não te conheço;
na miséria, poderia roubar
e ofender assim o nome do meu Deus.
10Não calunies o escravo diante do seu senhor,
pois pode amaldiçoar-te e sofrerás o castigo.
11Há pessoas que maldizem o seu pai
e não dizem bem de sua mãe.
12Há pessoas que se julgam puras
e nem se limparam das suas imundícies.
13Há pessoas que se julgam importantes
e olham os outros com altivez.
14Há pessoas cujos dentes são espadas
e cujos maxilares são punhais,
para devorar os fracos no país
e os pobres entre o povo.
15A sanguessuga tem duas filhas,
que se chamam: «Dá-me! Dá-me!»
Há três coisas que nunca se fartam
e uma quarta, que nunca diz «Basta!»
16É o mundo dos mortos, a mulher estéril,
a terra, que não se farta de água,
e o fogo, que nunca diz «Basta!»
17Aquele que olha o pai com desprezo
e se recusa a obedecer à sua mãe
merece que os corvos lhe tirem os olhos
e as águias lhos devorem.
18Há três coisas que me ultrapassam
e mais uma quarta, que não compreendo:
19é o caminho da águia, no céu,
o caminho da cobra, na rocha,
o caminho do navio, no alto mar,
e o caminho do homem para a donzela.
20Tal é o caminho da mulher infiel;
com o à-vontade de quem come e lava a boca,
ela diz: «Não fiz nada de mal!»
21Há três coisas que alvoroçam a terra
e uma quarta que não se pode tolerar:
22é o escravo que se torna rei;
o insensato que tem comida de sobra;
23a mulher desprezada que se casa;
e a escrava que toma o lugar da sua senhora.
24Quatro são os seres mais pequenos da terra,
mas duma enorme sabedoria:
25as formigas, que são fracas,
mas durante o verão preparam as suas provisões;
26os coelhos, animais não muito fortes,
mas que sabem arranjar morada entre as rochas;
27os gafanhotos, que não têm rei,
mas andam em grupos ordenados;
28os lagartos, que se podem apanhar à mão,
mas que vão até aos palácios dos reis.
29Há três seres vivos, de andar elegante,
e um quarto, que anda com grande garbo:
30o leão, o mais corajoso dos animais,
que não recua diante de nada;
31o galo, muito senhor de si; o bode;
e o rei, à frente dos seus exércitos.
32Se achas que foste arrogante e estúpido,
e fizeste mal, pensa bem nisto:
33quem bate a nata do leite produz manteiga,
quem aperta o nariz fá-lo sangrar;
quem instiga a ira provoca contendas.