191Depois ouvi no Céu como que a voz duma grande multidão, que dizia:
«Aleluia19,1 Depois da derrota da grande prostituta, Roma, o Apocalipse apresenta as núpcias do Cordeiro (19,7), precedidas da derrota dos adoradores da besta.!
A salvação, a glória e o poder pertencem ao nosso Deus,
2Porque verdadeiros e justos são os seus juízos
e porque condenou a Grande Prostituta
que corrompia a Terra com a sua imoralidade.
Deus vingou o sangue dos seus servos
que ela derramou com as sua mãos.»
3E mais uma vez diziam:
«Aleluia!
Por todo o sempre continua a subir o fumo da grande cidade!»
4Os vinte e quatro anciãos e os quatro seres vivos prostraram-se e adoraram a Deus, que está sentado no trono, e diziam:
«Ámen! Aleluia!»
5E do trono saiu uma voz que dizia:
«Louvem o nosso Deus
todos os que o servem,
todos os seus fiéis,
pequenos e grandes!»
6Depois ouvi como que a voz duma grande multidão, semelhante ao ruído duma grande cascata e de fortes trovões, que dizia:
«Aleluia!
Porque o Senhor, o nosso Deus, o Todo-Poderoso
estabeleceu o seu reinado!
7Alegremo-nos e regozijemo-nos
e demos-lhe glória,
porque chegou o tempo das bodas do Cordeiro19,7 A imagem das núpcias de Deus com o seu povo é muito rica tanto no Antigo Testamento (Is 54,1–8; Os 2,16–18) como no Novo Testamento (Mt 22,2; 25,1–13; Ef 5,23.25.32; Ap 21,2–9).
e a sua noiva já se preparou.
8Ele deu-lhe um vestido de linho fino, resplandecente e puro.»
O linho representa a obra dos santos.
9Então um anjo disse-me: «Escreve: Felizes os convidados19,9 Ver Mt 22,1–14; Lc 14,15–24. para a festa de casamento do Cordeiro!» Depois acrescentou: «Isto é verdadeiramente palavra de Deus.»
10Então eu caí aos seus pés para o adorar, mas o anjo disse-me: «Não! Isso não! Eu estou ao serviço de Deus como tu e como os teus irmãos que guardam o testemunho de Jesus. A Deus é que tu deves adorar.» Pois dar testemunho de Jesus é o espírito da profecia.
11Então vi o céu aberto e apareceu um cavalo branco. O cavaleiro chama-se Fiel19,11 Céu aberto. Ver 4,1. Cavalo branco. Ver 6,2. Fiel. Ver 1,5. e Verdadeiro. Ele julga e combate com justiça. 12Os seus olhos eram como chama de fogo e na sua cabeça tinha vários diademas. Na sua fronte estava escrito um nome que só ele conhece19,12 Ver 2,17.. 13Estava vestido com um manto embebido em sangue e o seu nome é Palavra de Deus19,13 Ver Jo 1.1.14.. 14Os exércitos do Céu seguiam-no, montados em cavalos brancos, vestidos de linho branco fino. 15Na sua boca tinha uma espada afiada para castigar as nações. Ele vai governá-las com uma vara de ferro e é ele que pisará com os seus pés as uvas no lagar da ira do castigo de Deus, o Todo-Poderoso. 16E no seu manto, no lugar em que cobre a coxa, estava escrito este título: «Rei dos reis e Senhor dos senhores19,16 Ver 17.14.!»
17Vi depois no Sol um anjo que estava de pé e que gritou com voz muito forte para todas as aves que voavam no céu: «Venham cá! Juntem-se para o grande banquete de Deus! 18Venham comer a carne dos reis19,18 Comparar os v. 17–18 com Ez 39,17–20., dos generais e dos poderosos; a carne dos cavalos e cavaleiros e de todos os homens, sejam eles escravos ou livres, pequenos ou grandes.»
19Depois vi a besta e os reis da terra com as suas tropas prontas para combaterem o cavaleiro e o seu exército. 20E a besta foi presa juntamente com o falso profeta que fazia sinais milagrosos diante dela, com os quais ele enganava os que tinham a marca da besta e adoravam a sua estátua. A besta e o falso profeta foram lançados vivos no lago de enxofre a arder. 21Os outros foram mortos pelo cavaleiro com a espada que saía da sua boca e todas as aves comeram as suas carnes até se fartarem.
201A seguir vi um anjo que descia do céu e na sua mão tinha a chave do abismo e uma grande corrente. 2Agarrou o dragão, a antiga serpente, que é o Diabo ou Satanás, e prendeu-o por mil anos. 3Lançou-o no abismo, que depois fechou e selou, para não enganar mais as nações, até que se cumpram os mil anos. Depois deste período, deve ser solto durante algum tempo.
4Vi também alguns tronos20,4 Ver Dn 7,9.22–27; Mt 19,28; Lc 22,30; 1 Co 6,2.. Os que se sentaram neles receberam o poder de julgar. Vi ainda as almas daqueles a quem tinham cortado a cabeça por terem dado testemunho de Jesus e proclamado a palavra de Deus. São os que não adoraram a besta, nem a sua estátua, nem trouxeram na fronte ou na mão a sua marca e viveram e reinaram com Cristo durante mil anos. 5Os outros mortos não voltaram à vida a não ser depois dos mil anos. Esta é a primeira ressurreição. 6Felizes e santos os que tomam parte na primeira ressurreição. Sobre eles a segunda morte20,6 Ver 2,11; 21,8. não tem qualquer poder. Eles serão sacerdotes de Deus e de Cristo e hão de reinar com ele durante mil anos.
7Passados mil anos, Satanás será solto da prisão. 8Sairá para enganar as nações dos quatro cantos do mundo, para enganar Gog e Magog20,8 Referência a Ez 38–39, onde as nações inimigas do povo de Deus, aniquiladas no fim dos tempos, são designadas por estes nomes. Ver também Gn 10,2–3. Trata-se de personificações simbólicas dos inimigos. e reunir toda a gente para a batalha. São tão numerosos como a areia do mar. 9Subiram a planície e cercaram o acampamento dos santos e a cidade amada, mas Deus enviou fogo do céu que os devorou. 10O Diabo, que os tinha enganado, foi lançado no lago de fogo e de enxofre onde estão também a besta e o falso profeta. Hão de ser atormentados de dia e de noite para sempre.
11Depois vi um grande trono branco e aquele que estava sentado nele. A Terra e o céu fugiram da sua presença e ninguém mais os viu.
12Vi também todos os mortos, grandes e pequenos, que estavam de pé e diante do trono. Então abriram-se os livros20,12 Ver Dn 7,10. e um outro livro foi aberto, que é o livro da vida20,12 Ver Ex 32,32–33; Sl 69,29; Dn 12,1; Lc 10,20; Ap 3,5; 13,8; 17,8; 21,27.. E os mortos foram julgados conforme o que está escrito nesses livros, segundo as suas obras. 13O mar entregou os mortos que possuía, a morte e o abismo entregaram também os seus mortos e cada um deles foi julgado segundo as suas obras. 14A morte e o abismo foram lançados no lago de fogo20,14 Ver 1 Co 15,26.54–55; Ap 21,4.. Este lago de fogo é a segunda morte. 15E quem não tinha o seu nome escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo.
211Vi então um novo céu e uma nova Terra21,1 Novo céu e nova Terra. Ver Is 65,17; 66,22; 2 Pe 3,13. Os cap. 21—22 apresentam, de maneira colorida, a nova criação, a nova Jerusalém, onde não há mais trevas nem morte (21,25; 22,5). Tudo é luz, centrada no Cordeiro, que é como uma lâmpada que tudo ilumina (21,23).; de facto o primeiro céu e a primeira Terra desapareceram e o mar já não existe21,1 Ou: as coisas antigas desapareceram..
2E vi descer do Céu, de junto de Deus, a cidade santa, a nova Jerusalém21,2 Nova Jerusalém. Ver Is 60; 62; 65,18–25; Gl 4,26; Hb 11,10.16; Ap 3,12.. Vinha linda como uma noiva que se prepara para ir ao encontro do noivo. 3E ouvi uma voz forte que vinha do lado do trono: «Esta é a morada de Deus junto dos homens. Ele habitará com eles e eles serão o seu povo. É este Deus que estará com eles. 4Ele enxugará todas as lágrimas dos seus olhos e já não haverá mais morte nem luto nem pranto nem dor porque as primeiras coisas desapareceram.»
5E o que estava sentado no trono disse: «Agora faço tudo novo21,5 Ver 2 Co 5,17..» E acrescentou: «Escreve que estas palavras são verdadeiras e dignas de confiança.» 6E disse-me ainda: «É um facto. Eu sou o Alfa e o Ómega, o princípio e o fim. Ao que tem sede dou-lhe a beber de graça da fonte das águas vivas21,6 Águas vivas. Ver Jo 4,10–14; 7,37–38; Ap 7,17; 22,17.. 7Aquele que vencer receberá estas coisas em herança. Eu serei o seu Deus e ele será o meu filho. 8Mas todos os cobardes, infiéis, depravados, assassinos, desonestos, feiticeiros, idólatras e todos os mentirosos terão o seu lugar no lago de enxofre de fogo, que é a segunda morte21,8 Segunda morte. A segunda morte é a condenação. Ver 2,11.»
9Um dos sete anjos que tinham as sete taças, cheias com os sete últimos castigos aproximou-se de mim e disse: «Vem cá! Vou mostrar-te a noiva, a esposa do Cordeiro.» 10Transportou-me em espírito a uma montanha grande e alta e mostrou-me a cidade santa, Jerusalém, que descia do céu, de junto de Deus. 11Tinha a glória de Deus e brilhava como uma pedra preciosa, parecida com uma pedra de jaspe cristalino. 12A cidade estava rodeada de uma muralha grande e alta com doze portas. Nas portas tinha doze anjos e em cada porta estava escrito o nome de uma das tribos do povo de Israel. 13Três portas davam para o Oriente, outras três para o Norte, outras três para o Sul e outras três para o Ocidente. 14As muralhas tinham doze alicerces e em cada um estava escrito um dos nomes dos doze apóstolos do Cordeiro.
15O anjo que me falava tinha uma régua de ouro para medir a cidade, as portas e a muralha. 16A planta da cidade era quadrada pois tinha tanto de comprimento como de largura. Mediu a cidade com a régua e a cidade tinha doze mil estádios de comprimento e o mesmo de largura e de altura21,16 Planta da cidade. Comparar os v. 16–17 com Ez 48,16–17. O número doze tem provavelmente valor simbólico querendo significar a perfeição da cidade santa e talvez também a sua universalidade, uma vez que as doze tribos representam a totalidade do povo: 12 portas (21,22), 12 anjos (21,12), 12 tribos (21,12), 12 alicerces (21,14); 12 mil estádios (21,16), 12 tipos de pedras preciosas (21,19–20), 12 pérolas (21,21), 12 colheitas por ano (22,2). O estádio era uma medida de comprimento que na época do Novo Testamento correspondia a perto de 200 metros.. 17Mediu também a muralha. Segundo a medida dos homens que o anjo usava, a muralha tinha cento e quarenta e quatro braçadas21,17 Cada braçada corresponde a 2,20 metros. de altura.
18Os muros eram de jaspe e a cidade estava construída com ouro puro, semelhante ao puro cristal. 19Os alicerces da muralha da cidade estavam decorados com toda a espécie de pedras preciosas: o primeiro com jaspe, o segundo com safira, o terceiro com calcedónia, o quarto com esmeralda, 20o quinto com ónix, o sexto com sardónica, o sétimo com crisólito, o oitavo com água-marinha, o nono com topázio, o décimo com ágata, o décimo primeiro com jacinto, o décimo segundo com ametista. 21As doze portas eram doze pérolas e cada porta feita de uma só pérola. A praça central da cidade era de ouro puro, como se fosse vidro transparente.
22Não vi qualquer templo na cidade. O Senhor Deus, o Todo-Poderoso e o Cordeiro é que são o seu templo21,22 Ver Jo 2,19–21; Ap 21,3; 22,3.. 23A cidade também não precisa do Sol ou da Lua para a alumiar. A glória de Deus ilumina-a e a sua lâmpada é o Cordeiro.
24As nações caminharão à luz daquela cidade21,24 Ver Is 60,3–5; cf. Is 2,5. e os reis da Terra hão de levar-lhe o seu esplendor. 25As portas da cidade nunca se hão de fechar, porque nela não haverá noite21,25 Ver Zc 14,7; Ap 22,5.. 26E ela há de receber o esplendor e a honra das nações. 27Nela não entrará nada de indigno21,27 Ver Is 35,8; 52,1; Zc 13,1–2; 1 Co 6,9–10; Ap 22,15. nem adoradores de falsos deuses, nem mentirosos. Só lá entrarão os que estão inscritos no livro da vida do Cordeiro.