11Toda sabedoria vem do Senhor
e a sabedoria está para sempre com ele.
2Quem pode contar os grãos da areia do mar,
as gotas da chuva ou os dias da eternidade?
3Quem pode medir a altura do céu,
a largura da terra ou a profundeza dos oceanos?
E quem pode medir a sabedoria?
4Ela foi criada antes de todas as coisas;
a verdadeira inteligência sempre existiu.
5[A fonte da sabedoria é a palavra de Deus no céu;
os seus caminhos são as leis eternas1,5 Este versículo não se encontra em alguns manuscritos gregos antigos..]
6A raiz da sabedoria a quem foi revelada?
Alguém conhece os seus pensamentos secretos?
7[O conhecimento da sabedoria a quem foi mostrado?
E a sua grande experiência quem a pode compreender1,7 Este versículo não se encontra em alguns manuscritos gregos antigos.?]
8Só existe um que é sábio e que merece ser muito temido:
é o Senhor, sentado no seu trono.
9Foi ele quem criou a sabedoria.
Ele a viu, calculou o seu valor
e a derramou sobre todas as coisas que fez.
10Desse modo, o Senhor deu um pouco da sabedoria a cada ser humano,
mas repartiu-a generosamente com aqueles que o amam.
11Os que temem o Senhor têm glória e honra
e receberão como prémio felicidade e alegria.
12O temor do Senhor alegra o coração
e traz felicidade, contentamento e longa vida.
13Para os que temem o Senhor tudo acabará bem,
e serão abençoados no dia em que morrerem.
14O princípio da sabedoria é o temor do Senhor.
Para os fiéis a Deus a sabedoria começa
quando ainda se encontram no ventre materno.
15Desde os tempos antigos, ela tem morado entre os homens
e em todas as gerações será fiel a todos eles.
16A completa sabedoria consiste em temer o Senhor.
Ela satisfaz os homens com os seus frutos,
17enche as suas casas com o que desejam
e os depósitos com o produto das colheitas.
18O temor do Senhor é a coroa da sabedoria,
e ela faz crescer a paz e dá saúde.
19O Senhor viu a sabedoria e calculou o seu valor;
como chuva faz cair o conhecimento, a inteligência e discernimento
e aumenta a glória daqueles que têm a sabedoria.
20A raiz da sabedoria consiste em temer o Senhor,
e os seus ramos são uma vida longa.
21[Temer o Senhor afasta os pecados;
ele não fica irado com aqueles que o temem1,21 Este versículo não se encontra em alguns manuscritos gregos antigos..]
22Quem fica zangado injustamente não tem desculpa;
quem não controla a sua raiva está a caminhar para a desgraça.
23A pessoa paciente aguenta até ao momento certo
e no fim a felicidade virá novamente.
24Permanece calada até chegar a hora certa de falar,
e então todos dizem que ela é muito inteligente.
25No tesouro da sabedoria há ditados sábios;
mas para os pecadores adorar a Deus é coisa abominável.
26Se queres ser sábio, obedece aos mandamentos
e o Senhor te dará a sabedoria com fartura.
27Pois temer o Senhor traz sabedoria e instrução.
O Senhor se alegra com a fidelidade e a mansidão.
28Não deixes de temer o Senhor
e não o adores com falsidade no coração.
29Não sejas fingido na presença dos outros1,29 De acordo com algumas versões antigas; o texto grego diz: na boca dos outros.;
tem cuidado com o que dizes.
30Não fales demais de ti mesmo,
pois podes cair e trazer vergonha para a tua vida.
O Senhor revelará os teus pecados escondidos
e te humilhará na congregação do povo.
Pois tu foste lá não porque o temias,
mas com o coração cheio de fingimento.
11Este livro contém a revelação de Jesus Cristo que ele recebeu de Deus, para a dar a conhecer aos seus servos. Trata-se de coisas que hão de acontecer brevemente e que Cristo deu a conhecer ao seu servo João por um anjo que lhe enviou.
2João atesta tudo quanto viu em relação à palavra e ao testemunho de Jesus Cristo. 3Feliz aquele que lê este livro e felizes os que ouvem estas palavras proféticas e guardam o que aqui está escrito1,3 O autor afirma que é preciso ler, ouvir e guardar estas palavras. A Sagrada Escritura foi escrita por causa desta triologia verbal: ler, ouvir e guardar. Quem assim fizer, será feliz., porque tudo isto há de acontecer em breve.
4Eu, João, dirijo-me às sete igrejas da província da Ásia1,4 As sete igrejas são enumeradas no v. 11.. Desejo-vos graça e paz da parte daquele que é, que era e que há de vir, e ainda da parte dos sete espíritos1,4 Sete Espíritos. O número sete simboliza a perfeição. Os sete espíritos simbolizam, portanto, a ação misteriosa de Deus na história dos homens. que estão diante do seu trono, 5e de Jesus Cristo, a testemunha fiel, o primeiro dos ressuscitados, o soberano dos reis da Terra.
Cristo ama-nos e pela sua morte libertou-nos dos nossos pecados. 6Ele fez de nós um reino de sacerdotes para Deus, seu Pai. A ele seja dada glória e o poder para todo o sempre. Ámen.
7Eis que ele vem com as nuvens.
Toda a gente o verá,
até mesmo os que o mataram.
Todos os povos da Terra se lamentarão por ele.
Assim há de ser! Ámen!
8Eu sou o Alfa e o Ómega1,8 Alfa e Ómega. Primeira e última letra do alfabeto grego (21,2; 22,13). A expressão significa: o Primeiro e o Último ou o Princípio e o Fim., diz o Senhor Deus, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-Poderoso.
9Eu sou João, vosso irmão, e participo convosco nas mesmas perseguições no reino de Deus e na perseverança por Jesus. Encontrava-me na ilha de Patmos1,9 Patmos. Pequena ilha do mar Egeu para onde os romanos exilavam as pessoas que julgavam politicamente indesejadas. por ter proclamado a palavra de Deus e o testemunho de Jesus. 10O Espírito de Deus apoderou-se de mim, no dia do Senhor, e eu ouvi atrás de mim uma voz forte que parecia a voz duma trombeta. 11Dizia assim: «Escreve num livro aquilo que vais ver, e manda-o às sete igrejas: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodiceia.» 12Voltei-me para ver quem é que me falava e, ao voltar-me, vi sete castiçais de ouro1,12 Sete castiçais. Representam as sete igrejas a quem o autor escreveu. Ver 1,20.. 13E no meio dos castiçais estava alguém semelhante ao Filho do Homem vestido até aos pés com uma túnica comprida e uma faixa dourada à volta do peito. 14A sua cabeça e os seus cabelos eram brancos como a lã ou como a neve e os seus olhos eram ardentes como o fogo. 15Os seus pés brilhavam como bronze fundido na fornalha e a sua voz era como o ruído das grandes cascatas1,15 Para os v. 13–15, ver Dn 7,13; 10,5; 7,9; 10,6.. 16Na sua mão direita tinha sete estrelas; da sua boca saía uma espada de dois gumes muito afiada e o seu rosto brilhava como o sol do meio-dia.
17Quando o vi, caí aos seus pés como morto. Mas ele pôs a sua mão direita em cima de mim e disse: «Não tenhas medo! Eu sou o primeiro e o último1,17 Para os v. 16–17, ver Is 49,2; Hb 4,12; Is 44,6; 48,12.. 18Eu sou aquele que está vivo! Estive morto, mas agora vivo para sempre. Eu tenho poder sobre a morte e sobre o mundo dos mortos. 19Escreve pois aquilo que viste, o que está a acontecer agora e o que vai acontecer mais tarde. 20O significado das sete estrelas que viste na minha mão direita e dos sete castiçais de ouro é o seguinte: as sete estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete castiçais são essas sete igrejas.»