181O Senhor, que vive para sempre, criou o Universo inteiro
2e somente ele será reconhecido como justo18,2 De acordo com algumas versões antigas. O texto grego diz: na boca dos outros..
[E não há outro Deus além dele.
3Com a sua mão ele governa o mundo e tudo obedece à sua vontade.
Por causa do seu poder ele é o rei de tudo
e separa as coisas sagradas das profanas18,3 A segunda parte do v. 2 e o v. 3 não se encontram em alguns manuscritos gregos antigos..]
4Não há ninguém que possa anunciar as suas obras.
Quem poderá descrever as suas grandezas?
5Quem poderá medir o seu poder majestoso?
Quem poderá contar todos os seus atos de misericórdia?
6Não podemos tirar nenhum deles nem ajuntar nenhum outro,
não é possível descrever as maravilhas do Senhor.
7Quando o homem chegar ao fim, ele ainda está a começar;
mas, quando o Senhor terminar, o homem ficará confuso.
8O que é o ser humano? Para que presta?
O que é que ele tem de bom? E de mau?
9O seu tempo de vida é de cem anos, no máximo;
10mas esses anos são poucos, comparados com a eternidade;
são como uma gota de água do mar ou como um grão de areia.
11Por isso, o Senhor é paciente para com os homens
e derrama sobre eles a sua misericórdia.
12Ele sabe muito bem que o seu fim será mau;
por isso o seu perdão para com eles é abundante.
13Um homem compadece-se do seu próximo,
mas a compaixão do Senhor é por todas as criaturas humanas.
Ele corrige-as, educa-as e ensina-as
e trá-las de volta para si, como um pastor ao seu rebanho.
14O Senhor tem misericórdia dos que aceitam a sua disciplina,
dos que estão prontos para obedecer aos seus decretos.
15Meu filho, quando fizeres o bem a alguém, não dês repreensões;
e quando deres um presente não lhe dirijas palavras amargas.
16Não é o calor refrescado pelo orvalho?
Assim as palavras valem mais do que um presente.
17De facto, uma palavra é melhor do que um bom presente,
e um e outro se acham num homem cheio de graça.
18Mas o tolo é grosseiro e ofende os outros;
o presente do invejoso faz arder os olhos.
19Antes de falar, estuda.
Antes de ficares doente, cuida de ti mesmo.
20Antes de seres julgado pelo Senhor, examina-te a ti mesmo;
e, assim, no momento da sua visitação, acharás perdão.
21Antes de ficares doente18,21 A doença era considerada um castigo de Deus por causa dos pecados da pessoa., humilha-te;
e quando pecares arrepende-te.
22Não te demores a cumprir prontamente uma promessa que fizeste a Deus;
não esperes até chegares perto da morte para ficares livre desse compromisso.
23Antes de fazeres uma promessa, prepara-te para a cumprir;
não sejas como aqueles que põem o Senhor à prova.
24Lembra-te que, quando morreres, vais enfrentar a ira do Senhor;
lembra-te da hora do castigo, quando o Senhor te voltar as costas.
25Nos dias de fartura lembra-te dos dias de fome;
nos tempos de riqueza lembra-te dos tempos de pobreza e miséria.
26Entre a manhã e a tarde o tempo muda;
diante do Senhor tudo passa muito depressa.
27O sábio está sempre alerta;
quando chega a tentação de pecar, ele guarda-se a si mesmo para não errar.
28Todas as pessoas inteligentes conhecem a sabedoria
e elogiam aqueles que a descobrem.
29Os homens de palavras sensatas eles mesmos se tornam sábios
e inventam um grande número de bons ditados.
30Não deixes que as tuas paixões te dominem;
controla os teus desejos.
31Se procurares satisfazer a tua alma com os teus maus desejos,
os teus inimigos rir-se-ão de ti.
32Não leves uma vida cheia de luxo e de prazeres,
pois gastarás demais e arruinar-te-ás.
33Não te deixes cair na miséria,
por andar a pedir dinheiro emprestado para pagar as tuas festas,
pois os teus bolsos estão vazios.
11Este livro contém a revelação de Jesus Cristo que ele recebeu de Deus, para a dar a conhecer aos seus servos. Trata-se de coisas que hão de acontecer brevemente e que Cristo deu a conhecer ao seu servo João por um anjo que lhe enviou.
2João atesta tudo quanto viu em relação à palavra e ao testemunho de Jesus Cristo. 3Feliz aquele que lê este livro e felizes os que ouvem estas palavras proféticas e guardam o que aqui está escrito1,3 O autor afirma que é preciso ler, ouvir e guardar estas palavras. A Sagrada Escritura foi escrita por causa desta triologia verbal: ler, ouvir e guardar. Quem assim fizer, será feliz., porque tudo isto há de acontecer em breve.
4Eu, João, dirijo-me às sete igrejas da província da Ásia1,4 As sete igrejas são enumeradas no v. 11.. Desejo-vos graça e paz da parte daquele que é, que era e que há de vir, e ainda da parte dos sete espíritos1,4 Sete Espíritos. O número sete simboliza a perfeição. Os sete espíritos simbolizam, portanto, a ação misteriosa de Deus na história dos homens. que estão diante do seu trono, 5e de Jesus Cristo, a testemunha fiel, o primeiro dos ressuscitados, o soberano dos reis da Terra.
Cristo ama-nos e pela sua morte libertou-nos dos nossos pecados. 6Ele fez de nós um reino de sacerdotes para Deus, seu Pai. A ele seja dada glória e o poder para todo o sempre. Ámen.
7Eis que ele vem com as nuvens.
Toda a gente o verá,
até mesmo os que o mataram.
Todos os povos da Terra se lamentarão por ele.
Assim há de ser! Ámen!
8Eu sou o Alfa e o Ómega1,8 Alfa e Ómega. Primeira e última letra do alfabeto grego (21,2; 22,13). A expressão significa: o Primeiro e o Último ou o Princípio e o Fim., diz o Senhor Deus, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-Poderoso.
9Eu sou João, vosso irmão, e participo convosco nas mesmas perseguições no reino de Deus e na perseverança por Jesus. Encontrava-me na ilha de Patmos1,9 Patmos. Pequena ilha do mar Egeu para onde os romanos exilavam as pessoas que julgavam politicamente indesejadas. por ter proclamado a palavra de Deus e o testemunho de Jesus. 10O Espírito de Deus apoderou-se de mim, no dia do Senhor, e eu ouvi atrás de mim uma voz forte que parecia a voz duma trombeta. 11Dizia assim: «Escreve num livro aquilo que vais ver, e manda-o às sete igrejas: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodiceia.» 12Voltei-me para ver quem é que me falava e, ao voltar-me, vi sete castiçais de ouro1,12 Sete castiçais. Representam as sete igrejas a quem o autor escreveu. Ver 1,20.. 13E no meio dos castiçais estava alguém semelhante ao Filho do Homem vestido até aos pés com uma túnica comprida e uma faixa dourada à volta do peito. 14A sua cabeça e os seus cabelos eram brancos como a lã ou como a neve e os seus olhos eram ardentes como o fogo. 15Os seus pés brilhavam como bronze fundido na fornalha e a sua voz era como o ruído das grandes cascatas1,15 Para os v. 13–15, ver Dn 7,13; 10,5; 7,9; 10,6.. 16Na sua mão direita tinha sete estrelas; da sua boca saía uma espada de dois gumes muito afiada e o seu rosto brilhava como o sol do meio-dia.
17Quando o vi, caí aos seus pés como morto. Mas ele pôs a sua mão direita em cima de mim e disse: «Não tenhas medo! Eu sou o primeiro e o último1,17 Para os v. 16–17, ver Is 49,2; Hb 4,12; Is 44,6; 48,12.. 18Eu sou aquele que está vivo! Estive morto, mas agora vivo para sempre. Eu tenho poder sobre a morte e sobre o mundo dos mortos. 19Escreve pois aquilo que viste, o que está a acontecer agora e o que vai acontecer mais tarde. 20O significado das sete estrelas que viste na minha mão direita e dos sete castiçais de ouro é o seguinte: as sete estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete castiçais são essas sete igrejas.»