331Quem teme o Senhor nenhum mal sofrerá;
na provação o Senhor sempre o livrará.
2O homem sábio não odeia a lei,
mas quem lhe finge obedecer é atirado de um lado para outro
como um navio numa tempestade.
3O homem sensato confia na lei;
ela é para ele digna de crédito como um oráculo divino.
4Prepara o teu discurso e serás escutado;
articula bem o que aprendeste e então responde.
5A mente do tolo é como as rodas de uma carroça;
os seus pensamentos rodam como um eixo sempre a girar.
6Um amigo zombateiro é como um cavalo bravo:
sempre relincha, seja quem for o cavaleiro.
7Por que é um dia mais importante do que outro,
se toda a luz do dia provém do Sol?
8No entendimento do Senhor foi feita distinção entre eles;
foi ele quem diferenciou as estações e as festas religiosas.
9Alguns dias ele engrandeceu e santificou;
os outros ele dispôs no número dos dias comuns.
10Todos os seres humanos vieram do pó da terra;
da terra foi Adão33,10 Adão representa toda a Humanidade. Ver Gn 3,20 e nota. criado.
11Na plenitude da sua sabedoria,
o Senhor fez os seres humanos diferentes uns dos outros
e fê-los andar por caminhos diferentes.
12Alguns ele abençoou e exaltou;
outros ele separou e trouxe para perto de si mesmo;
mas outros ainda amaldiçoou e humilhou,
tirando-os da posição em que se achavam.
13Como o barro nas mãos do oleiro,
ao qual ele dá forma de acordo com a sua vontade,
assim são os seres humanos nas mãos do seu Criador:
faz com eles o que decide.
14O bem é o contrário do mal, a vida é o contrário da morte;
e o pecador é o contrário do piedoso.
15Observa todas as obras do Altíssimo:
vêm de duas em duas, e uma é o contrário da outra.
16Agora eu sou o último a despertar;
sou como quem vai colhendo as bagas de uvas atrás dos vindimadores.
17Com a bênção do Senhor eu fui bem sucedido;
como os vindimadores também eu enchi o meu tanque de uvas.
18Vejam que não trabalhei só para mim,
mas para todos os que buscam a instrução.
19Escutem-me, autoridades do povo;
dirigentes da congregação, prestem atenção.
20Nem ao teu filho, nem à tua mulher,
nem ao teu irmão, nem a um amigo
dês autoridade sobre a tua vida.
E não dês aos outros os teus bens
para que não venhas a mudar de ideias e tenhas que lhos voltar a pedir.
21Enquanto estiveres vivo e enquanto respirares,
que ninguém te domine.
22É melhor que os teus filhos te venham pedir ajuda
do que seres tu a olhar para as mãos deles.
23Em tudo o que fizeres, sê excelente e não desonres o teu nome.
24Só quando se cumprirem os dias da tua vida,
só na hora da tua morte, é que deves repartir os teus bens.
25Para o jumento feno, chicote e carga;
para o escravo comida, disciplina e trabalho.
26Faz o escravo trabalhar, e terás sossego;
solta-lhe as mãos e ele procurará liberdade.
27Com canga e correias se dobra o cachaço do boi;
para o escravo mau há castigos e torturas.
28Manda-o trabalhar, senão ele fica ocioso,
pois a ociosidade é mestra de muitos males.
29Põe-no a trabalhar, como lhe convém;
se não obedecer, prende-lhe os pés com correntes.
30Mas não sejas exigente demais com nenhum
e nada faças sem ponderação.
31Se tiveres um escravo, trata-o como a ti mesmo,
pois pagaste-o pelo preço de sangue.
32Se tiveres um escravo trata-o como a um irmão,
pois precisas dele como da própria vida.
33Se o maltratares, e ele se for embora, e fugir,
por que caminho o hás de procurar?
11Este livro contém a revelação de Jesus Cristo que ele recebeu de Deus, para a dar a conhecer aos seus servos. Trata-se de coisas que hão de acontecer brevemente e que Cristo deu a conhecer ao seu servo João por um anjo que lhe enviou.
2João atesta tudo quanto viu em relação à palavra e ao testemunho de Jesus Cristo. 3Feliz aquele que lê este livro e felizes os que ouvem estas palavras proféticas e guardam o que aqui está escrito1,3 O autor afirma que é preciso ler, ouvir e guardar estas palavras. A Sagrada Escritura foi escrita por causa desta triologia verbal: ler, ouvir e guardar. Quem assim fizer, será feliz., porque tudo isto há de acontecer em breve.
4Eu, João, dirijo-me às sete igrejas da província da Ásia1,4 As sete igrejas são enumeradas no v. 11.. Desejo-vos graça e paz da parte daquele que é, que era e que há de vir, e ainda da parte dos sete espíritos1,4 Sete Espíritos. O número sete simboliza a perfeição. Os sete espíritos simbolizam, portanto, a ação misteriosa de Deus na história dos homens. que estão diante do seu trono, 5e de Jesus Cristo, a testemunha fiel, o primeiro dos ressuscitados, o soberano dos reis da Terra.
Cristo ama-nos e pela sua morte libertou-nos dos nossos pecados. 6Ele fez de nós um reino de sacerdotes para Deus, seu Pai. A ele seja dada glória e o poder para todo o sempre. Ámen.
7Eis que ele vem com as nuvens.
Toda a gente o verá,
até mesmo os que o mataram.
Todos os povos da Terra se lamentarão por ele.
Assim há de ser! Ámen!
8Eu sou o Alfa e o Ómega1,8 Alfa e Ómega. Primeira e última letra do alfabeto grego (21,2; 22,13). A expressão significa: o Primeiro e o Último ou o Princípio e o Fim., diz o Senhor Deus, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-Poderoso.
9Eu sou João, vosso irmão, e participo convosco nas mesmas perseguições no reino de Deus e na perseverança por Jesus. Encontrava-me na ilha de Patmos1,9 Patmos. Pequena ilha do mar Egeu para onde os romanos exilavam as pessoas que julgavam politicamente indesejadas. por ter proclamado a palavra de Deus e o testemunho de Jesus. 10O Espírito de Deus apoderou-se de mim, no dia do Senhor, e eu ouvi atrás de mim uma voz forte que parecia a voz duma trombeta. 11Dizia assim: «Escreve num livro aquilo que vais ver, e manda-o às sete igrejas: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodiceia.» 12Voltei-me para ver quem é que me falava e, ao voltar-me, vi sete castiçais de ouro1,12 Sete castiçais. Representam as sete igrejas a quem o autor escreveu. Ver 1,20.. 13E no meio dos castiçais estava alguém semelhante ao Filho do Homem vestido até aos pés com uma túnica comprida e uma faixa dourada à volta do peito. 14A sua cabeça e os seus cabelos eram brancos como a lã ou como a neve e os seus olhos eram ardentes como o fogo. 15Os seus pés brilhavam como bronze fundido na fornalha e a sua voz era como o ruído das grandes cascatas1,15 Para os v. 13–15, ver Dn 7,13; 10,5; 7,9; 10,6.. 16Na sua mão direita tinha sete estrelas; da sua boca saía uma espada de dois gumes muito afiada e o seu rosto brilhava como o sol do meio-dia.
17Quando o vi, caí aos seus pés como morto. Mas ele pôs a sua mão direita em cima de mim e disse: «Não tenhas medo! Eu sou o primeiro e o último1,17 Para os v. 16–17, ver Is 49,2; Hb 4,12; Is 44,6; 48,12.. 18Eu sou aquele que está vivo! Estive morto, mas agora vivo para sempre. Eu tenho poder sobre a morte e sobre o mundo dos mortos. 19Escreve pois aquilo que viste, o que está a acontecer agora e o que vai acontecer mais tarde. 20O significado das sete estrelas que viste na minha mão direita e dos sete castiçais de ouro é o seguinte: as sete estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete castiçais são essas sete igrejas.»