381Dá ao médico a honra que lhe é devida, por causa do seu trabalho,
pois foi o Senhor que o criou.
2Porque do Altíssimo provém a cura e do rei recebe o pagamento.
3O conhecimento do médico exaltará a sua honra
e será admirado diante dos poderosos.
4Foi da terra que o Senhor criou os remédios
e o homem sensato não os desprezará.
5Não foi graças a um pedaço de madeira que a água amarga ficou doce,
a fim de mostrar o poder do Senhor38,5 Ou: o poder da madeira. Ver Ex 15,23–26.?
6O Senhor dá conhecimento aos seres humanos
para ser glorificado nas suas maravilhas.
7Com eles o médico cura e tira a dor;
o farmacêutico forma com eles um composto.
8As obras do Senhor nunca têm fim
e a sua paz espalha-se sobre a face da terra.
9Meu filho, quando ficares doente, não te descuides,
mas ora ao Senhor e ele curar-te-á.
10Afasta-te do mal, mantém as tuas mãos puras
e limpa o teu coração de todo o pecado.
11De acordo com o que tens38,11 De acordo com o texto hebraico. O texto grego diz: Como se não existisses.,
apresenta a Deus uma oferta de cheiro agradável
e um memorial da melhor farinha, e sacrifica-lhe vítimas gordas.
12Depois chama o médico, pois o Senhor também o criou;
não deixes que ele se vá embora, pois precisas dele.
13Por vezes o sucesso estará em suas mãos,
14pois ele também ora, para que por ele envie o alívio da dor
e a cura do doente, para que ele viva.
15Quem peca na presença do seu Criador cairá nas mãos do médico!
16Meu filho, derrama lágrimas sobre os mortos
e, como se estivesses a sentir uma grande dor, canta canções tristes.
De acordo com o que é justo, enterra o seu corpo
e não lhe negligencies uma bela sepultura.
17Chora amargamente, irrompe em ferventes lamentações;
faz o luto que a sua dignidade merece.
Chora um ou dois dias a fim de que ninguém te critique
e depois consola-te da tua tristeza.
18É que da tristeza procede a morte,
e as tristezas do coração abatem as nossas forças.
19Na aflição persiste a tristeza;
uma vida de pobreza traz dor ao coração.
20Não entregues o teu coração à tristeza,
mas afasta-a de ti e lembra-te do fim da vida38,20 Ou: pensa no futuro..
21Não te esqueças de que da morte não há regresso;
a tristeza não ajudará o finado e far-te-á mal.
22Lembra-te do juízo que pesa sobre mim,
pois assim também será o teu;
ontem foi a minha vez, hoje será a tua.
23No descanso do morto, deixa também descansar a sua lembrança;
consola-te por ele na hora em que o seu espírito o deixar.
24A sabedoria do homem estudioso depende do tempo que tem para o lazer;
quem não estiver ocupado com o trabalho será sábio.
25Como pode ser sábio aquele que tem de manejar o arado,
que se orgulha de usar bem o ferrão de tocar bois,
que tange os bois e se ocupa das suas tarefas, sem parar,
e só gosta de conversar a respeito das crias de touros?
26Ele dá-se de coração a abrir os sulcos,
e passa as noites sem dormir alimentando os bezerros.
27O mesmo acontece com um artesão
ou um construtor que trabalha dia e noite,
e com os que fazem os entalhes dos sinetes,
e com paciência vão variando os desenhos,
dedicando o seu coração a reproduzir as figuras,
trabalhando até tarde para concluir a sua obra.
28O mesmo acontece com o ferreiro, sentado perto da bigorna,
que se dedica completamente a trabalhar o ferro.
O fumo das chamas queima-lhe as carnes
e ele luta com o calor da fornalha.
Por causa do barulho do martelo a sua audição vai diminuindo;
seus olhos fixam-se no molde do objeto que está a fazer.
Ele dedica-se de coração à conclusão dos seus trabalhos
e ainda fica acordado a aperfeiçoar a sua decoração.
29A mesma coisa acontece com o oleiro, junto à sua obra,
fazendo girar a roda com os pés.
Continuamente se esforça no seu trabalho,
e toda a sua atividade se centra em produzir
o maior número possível de potes.
30Com as mãos dá forma ao pote e com os pés amolece-o.
De coração dedica-se a envernizar os potes
e só vai dormir depois de limpar o forno.
31Todos esses homens confiam nas suas mãos,
e cada um é competente no seu ofício.
32Sem eles não se construiriam cidades:
ninguém poderia morar nelas, nem visitá-las.
33Mas nenhum deles será procurado
para participar do conselho do povo da cidade,
nem se destacará na assembleia.
Não se sentam no banco do juiz
nem entendem o que é decidido no tribunal.
34Não exibem instrução nem poder de julgar questões,
nem serão achados a falar por parábolas.
Mas mantêm a produção pelos tempos fora,
as suas orações são a favor do trabalho da sua arte.
11Este livro contém a revelação de Jesus Cristo que ele recebeu de Deus, para a dar a conhecer aos seus servos. Trata-se de coisas que hão de acontecer brevemente e que Cristo deu a conhecer ao seu servo João por um anjo que lhe enviou.
2João atesta tudo quanto viu em relação à palavra e ao testemunho de Jesus Cristo. 3Feliz aquele que lê este livro e felizes os que ouvem estas palavras proféticas e guardam o que aqui está escrito1,3 O autor afirma que é preciso ler, ouvir e guardar estas palavras. A Sagrada Escritura foi escrita por causa desta triologia verbal: ler, ouvir e guardar. Quem assim fizer, será feliz., porque tudo isto há de acontecer em breve.
4Eu, João, dirijo-me às sete igrejas da província da Ásia1,4 As sete igrejas são enumeradas no v. 11.. Desejo-vos graça e paz da parte daquele que é, que era e que há de vir, e ainda da parte dos sete espíritos1,4 Sete Espíritos. O número sete simboliza a perfeição. Os sete espíritos simbolizam, portanto, a ação misteriosa de Deus na história dos homens. que estão diante do seu trono, 5e de Jesus Cristo, a testemunha fiel, o primeiro dos ressuscitados, o soberano dos reis da Terra.
Cristo ama-nos e pela sua morte libertou-nos dos nossos pecados. 6Ele fez de nós um reino de sacerdotes para Deus, seu Pai. A ele seja dada glória e o poder para todo o sempre. Ámen.
7Eis que ele vem com as nuvens.
Toda a gente o verá,
até mesmo os que o mataram.
Todos os povos da Terra se lamentarão por ele.
Assim há de ser! Ámen!
8Eu sou o Alfa e o Ómega1,8 Alfa e Ómega. Primeira e última letra do alfabeto grego (21,2; 22,13). A expressão significa: o Primeiro e o Último ou o Princípio e o Fim., diz o Senhor Deus, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-Poderoso.
9Eu sou João, vosso irmão, e participo convosco nas mesmas perseguições no reino de Deus e na perseverança por Jesus. Encontrava-me na ilha de Patmos1,9 Patmos. Pequena ilha do mar Egeu para onde os romanos exilavam as pessoas que julgavam politicamente indesejadas. por ter proclamado a palavra de Deus e o testemunho de Jesus. 10O Espírito de Deus apoderou-se de mim, no dia do Senhor, e eu ouvi atrás de mim uma voz forte que parecia a voz duma trombeta. 11Dizia assim: «Escreve num livro aquilo que vais ver, e manda-o às sete igrejas: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodiceia.» 12Voltei-me para ver quem é que me falava e, ao voltar-me, vi sete castiçais de ouro1,12 Sete castiçais. Representam as sete igrejas a quem o autor escreveu. Ver 1,20.. 13E no meio dos castiçais estava alguém semelhante ao Filho do Homem vestido até aos pés com uma túnica comprida e uma faixa dourada à volta do peito. 14A sua cabeça e os seus cabelos eram brancos como a lã ou como a neve e os seus olhos eram ardentes como o fogo. 15Os seus pés brilhavam como bronze fundido na fornalha e a sua voz era como o ruído das grandes cascatas1,15 Para os v. 13–15, ver Dn 7,13; 10,5; 7,9; 10,6.. 16Na sua mão direita tinha sete estrelas; da sua boca saía uma espada de dois gumes muito afiada e o seu rosto brilhava como o sol do meio-dia.
17Quando o vi, caí aos seus pés como morto. Mas ele pôs a sua mão direita em cima de mim e disse: «Não tenhas medo! Eu sou o primeiro e o último1,17 Para os v. 16–17, ver Is 49,2; Hb 4,12; Is 44,6; 48,12.. 18Eu sou aquele que está vivo! Estive morto, mas agora vivo para sempre. Eu tenho poder sobre a morte e sobre o mundo dos mortos. 19Escreve pois aquilo que viste, o que está a acontecer agora e o que vai acontecer mais tarde. 20O significado das sete estrelas que viste na minha mão direita e dos sete castiçais de ouro é o seguinte: as sete estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete castiçais são essas sete igrejas.»