451Dos seus descendentes Deus escolheu um homem misericordioso,
e que achou graça aos olhos de todos.
Esse homem, amado por Deus e pelos homens,
foi Moisés, cuja memória é abençoada.
2Deus deu-lhe glória igual à dos santos
e fê-lo grande para terror dos seus inimigos.
3À sua palavra, os prodígios cessaram.
Deus glorificou-o diante de reis,
entregou-lhe leis para o seu povo
e mostrou-lhes um pouco da sua glória.
4Consagrou-o ao seu serviço porque era fiel e humilde,
e escolheu-o de entre todos os homens.
5Fê-lo ouvir a sua voz e levou-o para dentro da nuvem escura.
Ali, face a face, deu-lhe os mandamentos
e a lei da vida e do conhecimento,
a fim de que Moisés ensinasse a aliança a Jacob
e os seus decretos a Israel.
6Deus exaltou Aarão, irmão de Moisés,
um santo semelhante a ele, da tribo de Levi.
7Deus fez uma aliança eterna com ele
e pô-lo como sacerdote do seu povo.
Deu-lhe a honra de envergar vestes esplendorosas45,7 Ver Ex 28,21–35.
e revestiu-o de um manto de glória.
8Vestiu-o de elevada perfeição
e confirmou-o com símbolos de autoridade:
os calções de linho, a túnica e o manto sacerdotal.
9Em volta da insígnia sacerdotal colocou romãs
e muitas campainhas de ouro,
para que quando Aarão andasse elas tocassem,
e o seu som fosse ouvido no templo
e Deus se lembrasse do seu povo45,9 Ou: e o povo se lembrasse de Deus..
10Deus deu-lhe o manto sagrado, obra de artesãos,
com fios de ouro e fios azuis e cor de púrpura;
deu-lhe o peitoral do julgamento, o oráculo da verdade,
tecido com fios vermelhos, obra de um artista,
11ornado de pedras preciosas cortadas em forma de sinete-selo,
colocadas em engastes de ouro, obra de um joalheiro.
Em cada pedra estava inscrito o nome de uma das doze tribos de Israel,
um memorial diante de Deus.
12Também lhe deu uma coroa de ouro, por cima do turbante,
com a inscrição de consagração, como um selo,
e motivo de orgulho, um trabalho de especialista,
ornamento que faz o deleite do olhar.
13Antes dele nunca houve coisas tão belas.
Nenhum estranho jamais as usou:
somente os seus filhos e os seus descendentes têm esse direito para sempre.
14Os seus sacrifícios são inteiramente queimados
e apresentados a Deus duas vezes por dia, sem cessar.
15Moisés consagrou a Aarão e ungiu-o com o azeite sagrado.
Isso foi para ele e para os seus descendentes
uma aliança eterna que durará tanto quanto o céu,
para ministrarem o culto e o servirem como sacerdotes
e para abençoarem o povo em seu nome.
16Entre todos os viventes ele foi escolhido
para oferecer sacrifícios ao Senhor,
queimar incenso e ofertas de cheiro agradável,
como um memorial para expiação dos pecados do povo.
17Deu-lhe em seus mandamentos
autoridade para proferir sentenças legais
e para ensinar a Jacob o testemunho e iluminar Israel na lei.
18No deserto, homens de outras famílias,
cheios de inveja, juntaram-se contra ele.
Eram Datan, Abiram e os seus seguidores,
juntamente com o grupo de Coré:
homens furiosos e cheios de cólera.
19O Senhor viu e não o aprovou,
e, no furor da sua ira, eles foram destruídos.
Fez prodígios contra eles;
consumiu-os nas chamas do fogo que lhes enviou.
20Aumentou a glória de Aarão e deu-lhe uma herança;
concedeu-lhe o direito de receber
a melhor parte dos primeiros produtos da terra;
preparou-lhe acima de tudo alimento em abundância,
21pois os sacerdotes comem dos sacrifícios oferecidos ao Senhor,
os quais ele deu a Aarão e à sua descendência.
22Mas os sacerdotes não têm nenhuma herança na terra;
eles não têm a sua parte da terra,
como o resto do povo tem, pois Deus disse:
«Eu mesmo sou a tua parte e a tua herança.»
23Fineias, filho de Eleazar, foi o terceiro em glória,
no zelo com que temia o Senhor;
permaneceu firme quando o povo se desviou
e, na bondade e prontidão do seu coração,
fez expiação pelo pecado de Israel.
24Por isso, Deus fez com ele uma aliança de paz
e pô-lo como chefe do santuário e do seu povo
a fim de que ele e os seus descendentes
tivessem para sempre a dignidade do sacerdócio.
25Deus fez uma aliança com David,
filho de Jessé, da tribo de Judá,
e deu-lhe a herança de rei, que passa de pai para filho;
mas a herança de Aarão transmite-se à sua descendência.
26Que o Senhor vos conceda sabedoria no vosso coração,
para julgardes o povo com justiça,
para que os seus bens não se percam,
e a sua glória se transmita às gerações.
11Este livro contém a revelação de Jesus Cristo que ele recebeu de Deus, para a dar a conhecer aos seus servos. Trata-se de coisas que hão de acontecer brevemente e que Cristo deu a conhecer ao seu servo João por um anjo que lhe enviou.
2João atesta tudo quanto viu em relação à palavra e ao testemunho de Jesus Cristo. 3Feliz aquele que lê este livro e felizes os que ouvem estas palavras proféticas e guardam o que aqui está escrito1,3 O autor afirma que é preciso ler, ouvir e guardar estas palavras. A Sagrada Escritura foi escrita por causa desta triologia verbal: ler, ouvir e guardar. Quem assim fizer, será feliz., porque tudo isto há de acontecer em breve.
4Eu, João, dirijo-me às sete igrejas da província da Ásia1,4 As sete igrejas são enumeradas no v. 11.. Desejo-vos graça e paz da parte daquele que é, que era e que há de vir, e ainda da parte dos sete espíritos1,4 Sete Espíritos. O número sete simboliza a perfeição. Os sete espíritos simbolizam, portanto, a ação misteriosa de Deus na história dos homens. que estão diante do seu trono, 5e de Jesus Cristo, a testemunha fiel, o primeiro dos ressuscitados, o soberano dos reis da Terra.
Cristo ama-nos e pela sua morte libertou-nos dos nossos pecados. 6Ele fez de nós um reino de sacerdotes para Deus, seu Pai. A ele seja dada glória e o poder para todo o sempre. Ámen.
7Eis que ele vem com as nuvens.
Toda a gente o verá,
até mesmo os que o mataram.
Todos os povos da Terra se lamentarão por ele.
Assim há de ser! Ámen!
8Eu sou o Alfa e o Ómega1,8 Alfa e Ómega. Primeira e última letra do alfabeto grego (21,2; 22,13). A expressão significa: o Primeiro e o Último ou o Princípio e o Fim., diz o Senhor Deus, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-Poderoso.
9Eu sou João, vosso irmão, e participo convosco nas mesmas perseguições no reino de Deus e na perseverança por Jesus. Encontrava-me na ilha de Patmos1,9 Patmos. Pequena ilha do mar Egeu para onde os romanos exilavam as pessoas que julgavam politicamente indesejadas. por ter proclamado a palavra de Deus e o testemunho de Jesus. 10O Espírito de Deus apoderou-se de mim, no dia do Senhor, e eu ouvi atrás de mim uma voz forte que parecia a voz duma trombeta. 11Dizia assim: «Escreve num livro aquilo que vais ver, e manda-o às sete igrejas: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodiceia.» 12Voltei-me para ver quem é que me falava e, ao voltar-me, vi sete castiçais de ouro1,12 Sete castiçais. Representam as sete igrejas a quem o autor escreveu. Ver 1,20.. 13E no meio dos castiçais estava alguém semelhante ao Filho do Homem vestido até aos pés com uma túnica comprida e uma faixa dourada à volta do peito. 14A sua cabeça e os seus cabelos eram brancos como a lã ou como a neve e os seus olhos eram ardentes como o fogo. 15Os seus pés brilhavam como bronze fundido na fornalha e a sua voz era como o ruído das grandes cascatas1,15 Para os v. 13–15, ver Dn 7,13; 10,5; 7,9; 10,6.. 16Na sua mão direita tinha sete estrelas; da sua boca saía uma espada de dois gumes muito afiada e o seu rosto brilhava como o sol do meio-dia.
17Quando o vi, caí aos seus pés como morto. Mas ele pôs a sua mão direita em cima de mim e disse: «Não tenhas medo! Eu sou o primeiro e o último1,17 Para os v. 16–17, ver Is 49,2; Hb 4,12; Is 44,6; 48,12.. 18Eu sou aquele que está vivo! Estive morto, mas agora vivo para sempre. Eu tenho poder sobre a morte e sobre o mundo dos mortos. 19Escreve pois aquilo que viste, o que está a acontecer agora e o que vai acontecer mais tarde. 20O significado das sete estrelas que viste na minha mão direita e dos sete castiçais de ouro é o seguinte: as sete estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete castiçais são essas sete igrejas.»