511Dou-te graças, ó Senhor e Rei,
e louvo-te, ó Deus, meu Salvador.
Dou graças ao teu nome,
2pois tens sido a minha proteção e o meu auxílio
e redimiste o meu corpo da destruição,
da armadilha das línguas caluniosas
e dos lábios que inventam mentiras.
Na presença daqueles que se opuseram
ajudaste-me e redimiste-me.
3Na grandeza da tua compaixão e do teu nome,
livraste-me dos dentes que me devoravam,
das mãos dos que procuravam a minha vida
e dos muitos sofrimentos que tive.
4Salvaste-me do fogo que havia à minha volta, e me sufocava,
e de um fogo que não acendi.
5Redimiste-me das entranhas profundas do mundo dos mortos,
de línguas impuras e de palavras falsas,
6das calúnias de uma língua injusta junto do rei.
A minha alma chegou perto da morte
e a minha vida estava quase a descer ao mundo dos mortos.
7Cercaram-me de todos os lados
e não havia quem me ajudasse;
procurei auxílio humano, mas não havia ninguém.
8Então eu lembrei-me da tua compaixão, Senhor,
e das tuas obras desde o passado;
pois livras os que esperam em ti
e os salvas das mãos dos seus inimigos.
9E da terra ergui para ti a minha oração
e pedi que me salvasses da morte.
10Clamei ao Senhor, Pai do meu Senhor51,10 O texto hebraico diz: Oração do Senhor, o Pai do meu senhor.
«Não me abandones no dia da tribulação,
agora que não tenho ajuda contra os orgulhosos.
Louvarei o teu nome sem cessar e cantarei hinos de gratidão.»
11A minha oração foi ouvida;
salvaste-me da destruição
e livraste-me da morte no momento mau.
12Por isso, eu te agradecerei
e darei louvor ao nome do Senhor.
13Quando eu era jovem, antes de sair para viajar,
busquei abertamente sabedoria nas minhas orações.
14Em frente do templo eu a pedi
e procurá-la-ei até ao fim da minha vida.
15Desde a flor da idade, quais uvas maduras,
até que amadureci,
nela se alegrou o meu coração.
O meu pé andou no caminho reto;
desde a minha juventude, tenho seguido os seus passos.
16Inclinei um pouco o meu ouvido para ela e aceitei-a,
e nela encontrei instrução para mim mesmo.
17Nela eu progredi;
por isso glorifiquei aquele que me deu a sabedoria.
18Pois resolvi pô-la em prática
e fui zeloso no bem; não serei envergonhado.
19A minha alma lutou por ela
e com todo o cuidado obedeci à lei.
Levantei ao alto as minhas mãos em oração
e lamentei-me por não a conhecer.
20Dirigi a minha alma para ela
e, por ser puro, a encontrei.
Desde o princípio ganhei entendimento com ela,
e por isso nunca serei abandonado.
21As minhas entranhas se preocupavam em a encontrar;
por isso, agora ganhei um rico tesouro.
22Como pagamento o Senhor deu-me uma língua,
com ela o louvarei.
23Chegai-vos a mim, vós que não sois instruídos;
vinde morar na casa da instrução.
24Por que dizeis que tendes carência destas coisas,
se nas vossas almas há tanta sede?
25Abri a minha boca e disse:
«Adquiram-na para vosso próprio proveito, sem dinheiro.
26Submetam o vosso pescoço à canga da sabedoria
e que a vossa alma receba instrução.
27Vejam com os vossos olhos que pouco trabalhei,
e encontrei para mim mesmo grande paz.
28Comprem a instrução, mesmo que ela custe muita prata,
e graças a ela ganharão muito ouro.
29Alegrem-se na vossa alma pela misericórdia do Senhor
e não se envergonhem de o louvar.
30Cumpram a vossa tarefa antes do tempo,
e o Senhor, a seu tempo, vos pagará.»
11Este livro contém a revelação de Jesus Cristo que ele recebeu de Deus, para a dar a conhecer aos seus servos. Trata-se de coisas que hão de acontecer brevemente e que Cristo deu a conhecer ao seu servo João por um anjo que lhe enviou.
2João atesta tudo quanto viu em relação à palavra e ao testemunho de Jesus Cristo. 3Feliz aquele que lê este livro e felizes os que ouvem estas palavras proféticas e guardam o que aqui está escrito1,3 O autor afirma que é preciso ler, ouvir e guardar estas palavras. A Sagrada Escritura foi escrita por causa desta triologia verbal: ler, ouvir e guardar. Quem assim fizer, será feliz., porque tudo isto há de acontecer em breve.
4Eu, João, dirijo-me às sete igrejas da província da Ásia1,4 As sete igrejas são enumeradas no v. 11.. Desejo-vos graça e paz da parte daquele que é, que era e que há de vir, e ainda da parte dos sete espíritos1,4 Sete Espíritos. O número sete simboliza a perfeição. Os sete espíritos simbolizam, portanto, a ação misteriosa de Deus na história dos homens. que estão diante do seu trono, 5e de Jesus Cristo, a testemunha fiel, o primeiro dos ressuscitados, o soberano dos reis da Terra.
Cristo ama-nos e pela sua morte libertou-nos dos nossos pecados. 6Ele fez de nós um reino de sacerdotes para Deus, seu Pai. A ele seja dada glória e o poder para todo o sempre. Ámen.
7Eis que ele vem com as nuvens.
Toda a gente o verá,
até mesmo os que o mataram.
Todos os povos da Terra se lamentarão por ele.
Assim há de ser! Ámen!
8Eu sou o Alfa e o Ómega1,8 Alfa e Ómega. Primeira e última letra do alfabeto grego (21,2; 22,13). A expressão significa: o Primeiro e o Último ou o Princípio e o Fim., diz o Senhor Deus, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-Poderoso.
9Eu sou João, vosso irmão, e participo convosco nas mesmas perseguições no reino de Deus e na perseverança por Jesus. Encontrava-me na ilha de Patmos1,9 Patmos. Pequena ilha do mar Egeu para onde os romanos exilavam as pessoas que julgavam politicamente indesejadas. por ter proclamado a palavra de Deus e o testemunho de Jesus. 10O Espírito de Deus apoderou-se de mim, no dia do Senhor, e eu ouvi atrás de mim uma voz forte que parecia a voz duma trombeta. 11Dizia assim: «Escreve num livro aquilo que vais ver, e manda-o às sete igrejas: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodiceia.» 12Voltei-me para ver quem é que me falava e, ao voltar-me, vi sete castiçais de ouro1,12 Sete castiçais. Representam as sete igrejas a quem o autor escreveu. Ver 1,20.. 13E no meio dos castiçais estava alguém semelhante ao Filho do Homem vestido até aos pés com uma túnica comprida e uma faixa dourada à volta do peito. 14A sua cabeça e os seus cabelos eram brancos como a lã ou como a neve e os seus olhos eram ardentes como o fogo. 15Os seus pés brilhavam como bronze fundido na fornalha e a sua voz era como o ruído das grandes cascatas1,15 Para os v. 13–15, ver Dn 7,13; 10,5; 7,9; 10,6.. 16Na sua mão direita tinha sete estrelas; da sua boca saía uma espada de dois gumes muito afiada e o seu rosto brilhava como o sol do meio-dia.
17Quando o vi, caí aos seus pés como morto. Mas ele pôs a sua mão direita em cima de mim e disse: «Não tenhas medo! Eu sou o primeiro e o último1,17 Para os v. 16–17, ver Is 49,2; Hb 4,12; Is 44,6; 48,12.. 18Eu sou aquele que está vivo! Estive morto, mas agora vivo para sempre. Eu tenho poder sobre a morte e sobre o mundo dos mortos. 19Escreve pois aquilo que viste, o que está a acontecer agora e o que vai acontecer mais tarde. 20O significado das sete estrelas que viste na minha mão direita e dos sete castiçais de ouro é o seguinte: as sete estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete castiçais são essas sete igrejas.»