61Não te tornes inimigo em vez de amigo de alguém,
pois a herança de um nome desonrado será vergonha e repreensão.
Assim acontece com o pecador de língua dúplice.
2Não deixes que as paixões da tua alma te dominem;
de contrário, como um touro bravo, te destruirão.
3Se devorares as folhas das tuas árvores e destruíres os teus frutos,
acabarás como uma árvore seca.
4Uma paixão má destruirá aquele que a possui
e fará com que os seus inimigos zombem dele.
5Uma voz doce ganha muitos amigos
e uma língua delicada multiplica amabilidades.
6Recebe saudações de muitos,
mas pede conselhos de uma pessoa apenas, entre mil.
7Se queres ganhar um amigo coloca-o primeiro à prova;
não confies logo nele.
8Pois há amigos que só o são nas ocasiões em que lhes convém;
nos dias de tribulação desaparecem.
9Há amigos que depois de uma zanga se tornam inimigos,
e para te envergonhar tornam público o motivo da vossa zanga.
10Há os que são amigos na hora do jantar,
mas que desaparecem nos dias da tribulação.
11Enquanto tudo corre bem contigo,
eles são amigos e acham que são iguais a ti,
chegando até a dar ordens aos teus empregados.
12Mas se uma desgraça cai sobre ti,
viram-se contra ti e escondem-se da tua presença.
13Afasta-te dos teus inimigos
e toma cuidado com os teus amigos.
14Um amigo fiel é um abrigo seguro;
quem acha um amigo desses acha um tesouro.
15Não há nada mais precioso do que um amigo fiel;
o seu valor não pode ser medido.
16Ele é um elixir da vida,
e só os que temem o Senhor poderão encontrar um amigo assim.
17Quem teme o Senhor sabe escolher bons amigos;
pois segundo o seu próprio caráter, assim é o seu amigo.
18Meu filho, procura a instrução enquanto ainda és jovem
e assim, até à velhice, continuarás a descobrir a sabedoria.
19Esforça-te para a conseguir,
como se fosses preparar a terra e semeá-la,
esperando que ela dê uma boa colheita.
Terás de trabalhar durante algum tempo, a fim de cultivá-la,
mas depressa comerás das coisas que ela produzir.
20A sabedoria parece muito dura para quem não quer aprender;
o insensato não consegue ficar junto dela.
21Ela pesa em cima dele como se fosse uma pedra enorme,
e em pouco tempo ele a põe de lado.
22Pois a sabedoria é bem o que o seu nome quer dizer:
são poucos os que a podem ver6,22 Há um jogo de palavras no texto original hebraico que não foi possível reproduzir na antiga versão grega nem nesta tradução para o português.
23Escuta, meu filho, e aceita a minha instrução;
não rejeites os meus conselhos.
24Que a sabedoria seja como uma corrente nos teus pés,
como uma canga no teu pescoço.
25Carrega-a nos teus ombros
e não fiques irritado com as cordas que te prendem.
26Vai encontrar-te com ela de todo o coração;
segue os seus caminhos com todas as tuas forças.
27Vai atrás dela, continua a procurá-la e tu a acharás;
quando a apanhares, não a deixes escapar.
28Pois no fim, ela te dará descanso e será a tua felicidade.
29As correntes que ela põe nos teus pés serão uma forte proteção para ti,
e o seu laço um manto de glória;
30o seu cabresto será6,30 De acordo com o texto hebraico. O texto grego diz: em cima dela haverá. um enfeite de ouro;
as suas cordas serão fitas de púrpura.
31Tu a usarás como se ela fosse um belo manto,
como se fosse uma coroa brilhante.
32Meu filho, se quiseres, poderás aprender;
se te esforçares, acabarás por ser uma pessoa competente.
33Se gostares de ouvir, ganharás instrução;
se prestares atenção, serás sábio.
34Procura andar na companhia de pessoas mais velhas.
Encontraste algum sábio? Liga-te a ele.
35Está pronto para ouvir qualquer ensinamento divino
e não te esqueças dos provérbios sábios.
36Se encontrares uma pessoa inteligente, vai visitá-la logo de manhã cedo;
que os teus pés gastem a entrada da sua porta.
37Pensa sempre nas leis do Senhor
e em todo o tempo medita nos seus mandamentos.
Ele fará com que o teu coração seja firme
e te dará a sabedoria que tanto queres.
11Este livro contém a revelação de Jesus Cristo que ele recebeu de Deus, para a dar a conhecer aos seus servos. Trata-se de coisas que hão de acontecer brevemente e que Cristo deu a conhecer ao seu servo João por um anjo que lhe enviou.
2João atesta tudo quanto viu em relação à palavra e ao testemunho de Jesus Cristo. 3Feliz aquele que lê este livro e felizes os que ouvem estas palavras proféticas e guardam o que aqui está escrito1,3 O autor afirma que é preciso ler, ouvir e guardar estas palavras. A Sagrada Escritura foi escrita por causa desta triologia verbal: ler, ouvir e guardar. Quem assim fizer, será feliz., porque tudo isto há de acontecer em breve.
4Eu, João, dirijo-me às sete igrejas da província da Ásia1,4 As sete igrejas são enumeradas no v. 11.. Desejo-vos graça e paz da parte daquele que é, que era e que há de vir, e ainda da parte dos sete espíritos1,4 Sete Espíritos. O número sete simboliza a perfeição. Os sete espíritos simbolizam, portanto, a ação misteriosa de Deus na história dos homens. que estão diante do seu trono, 5e de Jesus Cristo, a testemunha fiel, o primeiro dos ressuscitados, o soberano dos reis da Terra.
Cristo ama-nos e pela sua morte libertou-nos dos nossos pecados. 6Ele fez de nós um reino de sacerdotes para Deus, seu Pai. A ele seja dada glória e o poder para todo o sempre. Ámen.
7Eis que ele vem com as nuvens.
Toda a gente o verá,
até mesmo os que o mataram.
Todos os povos da Terra se lamentarão por ele.
Assim há de ser! Ámen!
8Eu sou o Alfa e o Ómega1,8 Alfa e Ómega. Primeira e última letra do alfabeto grego (21,2; 22,13). A expressão significa: o Primeiro e o Último ou o Princípio e o Fim., diz o Senhor Deus, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-Poderoso.
9Eu sou João, vosso irmão, e participo convosco nas mesmas perseguições no reino de Deus e na perseverança por Jesus. Encontrava-me na ilha de Patmos1,9 Patmos. Pequena ilha do mar Egeu para onde os romanos exilavam as pessoas que julgavam politicamente indesejadas. por ter proclamado a palavra de Deus e o testemunho de Jesus. 10O Espírito de Deus apoderou-se de mim, no dia do Senhor, e eu ouvi atrás de mim uma voz forte que parecia a voz duma trombeta. 11Dizia assim: «Escreve num livro aquilo que vais ver, e manda-o às sete igrejas: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodiceia.» 12Voltei-me para ver quem é que me falava e, ao voltar-me, vi sete castiçais de ouro1,12 Sete castiçais. Representam as sete igrejas a quem o autor escreveu. Ver 1,20.. 13E no meio dos castiçais estava alguém semelhante ao Filho do Homem vestido até aos pés com uma túnica comprida e uma faixa dourada à volta do peito. 14A sua cabeça e os seus cabelos eram brancos como a lã ou como a neve e os seus olhos eram ardentes como o fogo. 15Os seus pés brilhavam como bronze fundido na fornalha e a sua voz era como o ruído das grandes cascatas1,15 Para os v. 13–15, ver Dn 7,13; 10,5; 7,9; 10,6.. 16Na sua mão direita tinha sete estrelas; da sua boca saía uma espada de dois gumes muito afiada e o seu rosto brilhava como o sol do meio-dia.
17Quando o vi, caí aos seus pés como morto. Mas ele pôs a sua mão direita em cima de mim e disse: «Não tenhas medo! Eu sou o primeiro e o último1,17 Para os v. 16–17, ver Is 49,2; Hb 4,12; Is 44,6; 48,12.. 18Eu sou aquele que está vivo! Estive morto, mas agora vivo para sempre. Eu tenho poder sobre a morte e sobre o mundo dos mortos. 19Escreve pois aquilo que viste, o que está a acontecer agora e o que vai acontecer mais tarde. 20O significado das sete estrelas que viste na minha mão direita e dos sete castiçais de ouro é o seguinte: as sete estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete castiçais são essas sete igrejas.»