81Tem juízo, não provoques um homem poderoso
para que não venhas a ser dominado por ele.
2Não contendas com um homem rico;
ele tem muito dinheiro para pagar subornos, e tu acabarás por perder.
Pois o dinheiro tem levado muitos à desgraça
e tem pervertido o coração de muitos reis.
3Não discutas com um fala-barato,
pois isso seria pôr mais lenha na fogueira dele.
4Não brinques com uma pessoa mal-educada,
pois os teus antepassados acabarão por ser insultados.
5Não critiques alguém que está a abandonar um pecado;
lembra-te de que todos nós merecemos o castigo de Deus.
6Não desprezes um velho,
pois alguns de nós também estamos a envelhecer.
7Não te alegres com a morte de ninguém;
lembra-te de que todos nós vamos morrer.
8Não desprezes as lições dos sábios,
mas ocupa-te com os seus ensinos.
Pois deles receberás instrução e aprenderás a servir as autoridades.
9Não te esqueças das lições dos velhos,
pois eles as aprenderam com os seus pais.
Assim tu aprenderás a ter entendimento
e, quando for necessário, saberás dar a resposta certa.
10Não ponhas fogo na lenha de um pecador,
pois serás queimado pelas chamas.
11Não te irrites numa discussão com um homem insolente,
pois ele irá usar o que disseres para te armar uma armadilha.
12Não emprestes dinheiro a alguém mais poderoso do que tu;
mas, se emprestares, fica a saber que o dinheiro está perdido.
13Não aceites ser fiador de ninguém,
garantindo uma dívida que tu não podes pagar;
mas, se fores fiador, pensa bem como vais conseguir pagar.
14Não leves um juiz a tribunal,
pois por causa da sua posição acabará por ganhar a questão.
15Não andes com um aventureiro,
para que ele se não torne um fardo para ti.
Conforme lhe der na vontade, assim agirá,
e com a sua insensatez também tu serás destruído.
16Não brigues com um homem violento
nem atravesses o deserto com ele;
pois, para ele, derramar sangue não é nada,
e, quando chegarem a um lugar onde não houver ninguém para te socorrer,
ele matar-te-á.
17Não peças conselhos a um tolo,
pois ele não consegue guardar nenhum segredo.
18Na frente de um desconhecido
não faças nada que precise de ficar em segredo;
tu não sabes o que ele irá fazer depois.
19Não digas a qualquer um o que estás a pensar
e não aceites favores de ninguém.
11Este livro contém a revelação de Jesus Cristo que ele recebeu de Deus, para a dar a conhecer aos seus servos. Trata-se de coisas que hão de acontecer brevemente e que Cristo deu a conhecer ao seu servo João por um anjo que lhe enviou.
2João atesta tudo quanto viu em relação à palavra e ao testemunho de Jesus Cristo. 3Feliz aquele que lê este livro e felizes os que ouvem estas palavras proféticas e guardam o que aqui está escrito1,3 O autor afirma que é preciso ler, ouvir e guardar estas palavras. A Sagrada Escritura foi escrita por causa desta triologia verbal: ler, ouvir e guardar. Quem assim fizer, será feliz., porque tudo isto há de acontecer em breve.
4Eu, João, dirijo-me às sete igrejas da província da Ásia1,4 As sete igrejas são enumeradas no v. 11.. Desejo-vos graça e paz da parte daquele que é, que era e que há de vir, e ainda da parte dos sete espíritos1,4 Sete Espíritos. O número sete simboliza a perfeição. Os sete espíritos simbolizam, portanto, a ação misteriosa de Deus na história dos homens. que estão diante do seu trono, 5e de Jesus Cristo, a testemunha fiel, o primeiro dos ressuscitados, o soberano dos reis da Terra.
Cristo ama-nos e pela sua morte libertou-nos dos nossos pecados. 6Ele fez de nós um reino de sacerdotes para Deus, seu Pai. A ele seja dada glória e o poder para todo o sempre. Ámen.
7Eis que ele vem com as nuvens.
Toda a gente o verá,
até mesmo os que o mataram.
Todos os povos da Terra se lamentarão por ele.
Assim há de ser! Ámen!
8Eu sou o Alfa e o Ómega1,8 Alfa e Ómega. Primeira e última letra do alfabeto grego (21,2; 22,13). A expressão significa: o Primeiro e o Último ou o Princípio e o Fim., diz o Senhor Deus, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-Poderoso.
9Eu sou João, vosso irmão, e participo convosco nas mesmas perseguições no reino de Deus e na perseverança por Jesus. Encontrava-me na ilha de Patmos1,9 Patmos. Pequena ilha do mar Egeu para onde os romanos exilavam as pessoas que julgavam politicamente indesejadas. por ter proclamado a palavra de Deus e o testemunho de Jesus. 10O Espírito de Deus apoderou-se de mim, no dia do Senhor, e eu ouvi atrás de mim uma voz forte que parecia a voz duma trombeta. 11Dizia assim: «Escreve num livro aquilo que vais ver, e manda-o às sete igrejas: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodiceia.» 12Voltei-me para ver quem é que me falava e, ao voltar-me, vi sete castiçais de ouro1,12 Sete castiçais. Representam as sete igrejas a quem o autor escreveu. Ver 1,20.. 13E no meio dos castiçais estava alguém semelhante ao Filho do Homem vestido até aos pés com uma túnica comprida e uma faixa dourada à volta do peito. 14A sua cabeça e os seus cabelos eram brancos como a lã ou como a neve e os seus olhos eram ardentes como o fogo. 15Os seus pés brilhavam como bronze fundido na fornalha e a sua voz era como o ruído das grandes cascatas1,15 Para os v. 13–15, ver Dn 7,13; 10,5; 7,9; 10,6.. 16Na sua mão direita tinha sete estrelas; da sua boca saía uma espada de dois gumes muito afiada e o seu rosto brilhava como o sol do meio-dia.
17Quando o vi, caí aos seus pés como morto. Mas ele pôs a sua mão direita em cima de mim e disse: «Não tenhas medo! Eu sou o primeiro e o último1,17 Para os v. 16–17, ver Is 49,2; Hb 4,12; Is 44,6; 48,12.. 18Eu sou aquele que está vivo! Estive morto, mas agora vivo para sempre. Eu tenho poder sobre a morte e sobre o mundo dos mortos. 19Escreve pois aquilo que viste, o que está a acontecer agora e o que vai acontecer mais tarde. 20O significado das sete estrelas que viste na minha mão direita e dos sete castiçais de ouro é o seguinte: as sete estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete castiçais são essas sete igrejas.»