41Como és bela, minha amada! Como és bela!
Os teus olhos são duas pombas
escondidas atrás do teu véu;
os teus cabelos lembram um rebanho de cabras
a descer dos montes de Guilead.
2Os teus dentes lembram um rebanho de ovelhas
a sair do lavadouro, acabadas de tosquiar:
cada uma com a sua irmã gémea,
sem nenhuma falta.
3Os teus lábios são uma fita escarlate
e o teu falar é encantador;
as tuas faces são duas romãs,
por detrás do teu véu.
4O teu pescoço é como a torre de David,
rodeada de troféus;
nela estão dependurados os escudos,
os mil troféus dos heróis.
5Os teus dois seios são como gémeos de gazela
que pastam num campo de açucenas.
6Antes que rompa o dia e fujam as sombras4,6 Ou: Quando soprar a brisa da tarde e as sombras alastrarem. Ver 2,17.
hei de ir ao monte da mirra e à colina do incenso.
7Toda tu és bela, minha amada!
Não há em ti nenhum defeito!
8Vem do Líbano, minha noiva, vem ter comigo!
Vem das montanhas do Líbano,
desce dos cumes de Amaná, Senir e Hermon,
deixa essas cavernas de leões
e esses montes dos leopardos.
9Roubaste-me o coração,
minha amiga, minha noiva!
Roubaste-me o coração
com um só dos teus olhares,
com uma só pérola do teu colar.
10Como são agradáveis as tuas carícias,
minha amiga, minha noiva!
As tuas carícias são mais deliciosas que o vinho!
O teu perfume é mais agradável
do que todos os bálsamos aromáticos!
11Dos teus lábios brota o mel, minha noiva!
Mel e leite há debaixo da tua língua!
O perfume dos teus vestidos é reconfortante
como o odor das montanhas do Líbano!
12Ó minha amiga, minha noiva,
tu és um jardim murado e fechado
uma nascente selada.
13As tuas plantas são um pomar de romãs,
com frutos saborosos
e flores de alfena e de nardo,
14nardo e açafrão,
cana aromática e canela,
com todas as árvores de incenso,
com mirra e aloés,
com todas as melhores espécies aromáticas.
15E a fonte deste jardim é a nascente onde brotam
as águas vivas que correm do Líbano.
16Levanta-te, vento norte!
Vem cá, ó vento sul!
Soprem no meu jardim
e espalhem o seu perfume.
Que o meu amado venha ao seu jardim
e coma dos seus deliciosos frutos!
51Eu entrei no meu jardim, ó minha amiga, minha noiva.
Já colhi a minha mirra e ervas perfumadas;
já provei o mel do meu favo;
já bebi o meu vinho e o meu leite.
Companheiros: comam,
bebam e embriaguem-se de amor!
2Enquanto eu dormia, o meu coração estava acordado;
ouvi o meu amado bater à porta:
Abre a porta, ó minha amiga, minha querida,
minha pomba sem defeito,
porque tenho a cabeça coberta de orvalho;
o orvalho escorre-me pelo cabelo.
3Já me despi! Como podia voltar a vestir-me?
Já lavei os pés! Como poderia voltar a sujá-los!
4O meu amado meteu a mão pela fresta da porta
e as minhas entranhas estremeceram.
5Levantei-me para abrir a porta ao meu amado.
As minhas mãos e os meus dedos
estavam cobertos de mirra,
que escorria pela fechadura.
6Abri a porta ao meu amado,
mas, ele já se tinha ido embora,
já lá não estava.
Eu tinha estremecido, quando ele falou.
Procurei-o, mas não o encontrei;
chamei por ele, mas não me respondeu.
7Encontrei os guardas,
que faziam a ronda na cidade,
e eles bateram-me e feriram-me;
os guardas das muralhas
tiraram-me o meu manto.
8Eu vos peço, mulheres de Jerusalém!
Se encontrarem o meu amado,
digam-lhe que morro de amor.
9Que tem o teu amado mais que os outros,
formosa entre as formosas?
Que tem de especial o teu amado,
para nos fazeres tal pedido?
10O meu amado distingue-se entre dez mil
pelo seu aspeto forte e bronzeado.
11A sua cabeça é ouro puro.
Os seus cabelos ondulados
são negros como um corvo.
12Os seus olhos são duas pombas
junto das águas correntes,
pombas lavadas em leite
junto das águas correntes.
13As suas faces são um jardim perfumado
onde crescem plantas aromáticas.
Os seus lábios são açucenas;
deles goteja bálsamo de mirra.
14As suas mãos são argolas de ouro
engastadas de rubis;
o seu corpo é de marfim polido
coberto de safiras.
15As suas pernas são colunas de mármore
assentes em bases de ouro puro;
o seu aspeto é distinto,
elegante como os cedros do Líbano.
16A sua boca é só doçura;
todo ele é encanto.
Assim é o meu amado, o meu amigo,
mulheres de Jerusalém.
61Para onde foi o teu amado,
ó formosa entre as formosas?
Para onde se dirigiu o teu amado?
Nós queremos procurá-lo contigo.
2O meu amado foi ao seu jardim,
ao seu delicioso jardim perfumado,
para se recrear entre as flores
e colher açucenas.
3Eu sou do meu amado e ele é meu.
Ele recreia-se entre as açucenas.
4Tu és formosa, minha querida,
como a cidade de Tirça,
e encantadora como Jerusalém;
és irresistível como um exército em marcha.
5Desvia de mim os teus olhares,
porque eles perturbam-me!
Os teus cabelos lembram um rebanho de cabras
a descer dos montes de Guilead.
6Os teus dentes lembram um rebanho de ovelhas
a sair do lavadouro, acabadas de tosquiar:
cada uma com a sua irmã gémea,
sem nenhuma falta.
7As tuas faces são duas romãs
por detrás do teu véu!
8O rei pode ter sessenta rainhas,
oitenta concubinas
e um sem-número de donzelas,
9mas, para mim, só há uma pomba sem defeito,
filha única de sua mãe,
a mais querida daquela que a deu à luz.
Todas as mulheres a felicitam, ao vê-la;
rainhas e concubinas proclamam os seus louvores:
10«Quem é esta que surge como a aurora,
formosa como a Lua, brilhante como o Sol,
irresistível como um exército em marcha?»
11Desci ao parque das nogueiras,
para admirar os novos frutos do vale,
para ver os rebentos da vinha
e se as romãzeiras já estavam em flor.
12E, sem saber como,
vi-me sentada no carro com o meu príncipe6,12 Não se pode deduzir com clareza se estes dois últimos versículos se devem atribuir a ele ou a ela..