a BÍBLIA para todos Edição Católica (BPTct)
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Adoração do fogo, do vento e dos astros

131Todos os que não conheceram a Deus são vazios por natureza.

Viram todas as coisas que existem neste mundo,

mas não conseguiram conhecer «Aquele que é13,1 Isto é: Deus. Ver Ex 3,14.»;

viram as suas obras, mas não reconheceram aquele que as fez.

2Ao contrário, pensaram que os deuses que governam o mundo são o fogo,

o vento, a tempestade, as estrelas, a força das águas,

ou as luzes que brilham no céu.

3Se os seres humanos se encantaram com a beleza destas coisas,

e pensaram que elas eram deuses,

deveriam saber que o Senhor delas é muito mais poderoso,

pois ele é o autor da beleza que as criou.

4E se ficaram espantados com a força e o poder destas coisas,

deveriam entender, ao pensarem nelas,

que aquele que as fez é muito mais forte do que elas.

5Pois, a partir da grandeza e da beleza da criação,

podemos, por analogia, ter uma ideia de como é o seu criador.

6Mas não devemos pensar tão mal assim de tais pessoas,

pois talvez se tivessem enganado,

precisamente porque procuravam a Deus e queriam encontrá-lo.

7Vivendo no meio de tudo o que Deus criou,

continuam a procurá-lo;

confiam nas coisas que podem ver, pois todas são belas.

8Mas de facto essas pessoas são culpadas,

9pois, se conseguiram conhecer tantas coisas

e puderam estudar e compreender o mundo,

como é que não descobriram antes o Senhor da criação?

A adoração de ídolos

10Porém mais desgraçados são os que confiam em coisas sem vida,

os que tratam como deuses coisas feitas pelos humanos.

Esses deuses são objetos de ouro e de prata,

feitos com muita arte, representando animais;

ou são uma pedra sem valor, trabalhada há muito tempo.

11Por exemplo, um carpinteiro experiente derruba uma árvore

cuja madeira seja fácil de trabalhar.

Com muito jeito tira toda a casca

e com cuidado e arte faz um utensílio útil para a vida do dia a dia.

12Com a madeira que sobra acende o fogo,

prepara a comida e come à vontade.

13Depois pega num pedaço que ainda sobrou

e não presta para nada,

um pau torto e cheio de nós,

e nas horas vagas trabalha-o com cuidado e com habilidade;

com inteligência vai fazendo uma figura humana.

14Ou então faz uma figura semelhante a um animal sem valor

e pinta-o todo de vermelho,

disfarçando-lhe assim todos os defeitos.

15Depois faz um oratório em que ele caiba

e com um prego pendura-o na parede.

16Tudo isto para que ele não caia,

pois sabe que aquela imagem não pode cuidar de si mesma;

é apenas um objeto e precisa que cuidem dele.

17Então dirige-se a esse ídolo,

intercedendo pelos seus bens, pela mulher e pelos filhos;

não fica envergonhado por estar a falar com um objeto sem vida.

18Pede a um objeto fraco que lhe dê saúde

e a um objeto morto que lhe dê vida;

pede proteção a um objeto que não tem nenhum poder

e também a um objeto que nem consegue andar

que lhe dê boa viagem.

19Para ter sucesso nos seus negócios e trabalhos,

pede ajuda a um objeto cujas mãos não têm nenhuma força.