a BÍBLIA para todos Edição Católica (BPTct)
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41É melhor não ter filhos mas ter virtude.

A imortalidade da virtude está em ser recordada

e reconhecida por Deus e pelos homens.

2Se a virtude está presente, todos a imitam;

se não está, todos sentem saudades dela.

Vai sempre à frente, vencedora, e recebe a coroa da vitória,

que é um prémio que dura para sempre.

3Mas os descendentes dos ímpios,

mesmo que sejam muitos, de nada valerão;

serão como uma árvore cujas raízes não penetram fundo na terra,

e por isso não se mantém de pé.

4Mesmo que os seus ramos cresçam,

não estando firme, a árvore será balançada pelo vento

e uma ventania a arrancará pelas raízes.

5Os seus ramos não crescem e serão quebrados;

o seu fruto não amadurece, não presta para comer e não vale nada.

6Os filhos que nascem de uma união ilegítima

servirão como testemunha da maldade dos seus pais4,6 Pode também entender-se que se trata dos filhos.,

no dia em que Deus os julgar.

A morte das pessoas retas

7Mesmo que morram ainda jovens,

os justos encontrarão repouso.

8Não é pelos seus muitos anos que uma pessoa idosa deve ser respeitada;

o número de anos não conta.

9Não são os seus cabelos brancos,

mas é a sua sabedoria que merece honra;

é a sua vida reta que merece respeito,

e não a sua idade avançada.

10Houve um homem com quem Deus ficou contente, e o amou.

Esse homem vivia no meio de pecadores e Deus levou-o4,10 Referência a Henoc. Ver Gn 5,18.21–24..

11Ele foi levado de repente,

a fim de que a maldade e a mentira não estragassem o seu juízo

e não lhe manchassem a alma.

12Pois as coisas más atraem as pessoas

e desviam a sua atenção das coisas boas;

a paixão não controlada corrói a mente.

13Em pouco tempo aquele homem conseguiu a perfeição

que leva muitos anos a atingir.

14O Senhor ficou contente com ele;

por isso tirou-o depressa do meio da maldade deste mundo.

Os povos viram o que aconteceu, mas não entenderam.

Não conseguem compreender

15que Deus é bom e misericordioso, com os que ele escolhe,

nem entendem que ele guarda o seu povo.

O fim dos maus

16Mesmo depois de morrerem,

os justos continuam a condenar os ímpios ainda vivos;

e os que morrem jovens condenam os ímpios

que vivem muitos anos.

17Eles veem que o sábio morre,

mas não entendem o que o Senhor está a planear para ele

nem sabem a razão porque o Senhor o guarda em segurança.

18Olham o sábio com desprezo,

mas o Senhor há de rir-se deles.

19Quando morrerem, os seus corpos não serão respeitados4,19 Isto é, não serão enterrados. Não ser enterrado era uma grande vergonha entre os judeus. Ver Is 14,19–20.;

no mundo dos mortos eles serão desprezados para sempre.

Deus os lançará no chão e eles ficarão sem poder falar.

Ele os derrubará, e serão completamente arrasados,

como um edifício que cai sobre o seu alicerce.

Viverão sempre atormentados; ninguém se lembrará mais deles.

20No dia de prestararem contas dos seus pecados,

eles estarão cheios de medo,

e as suas próprias maldades os hão de condenar.