Dia 1

Há ganho atrás de ganho em darmos ouvidos a gente sábia do passado. Pessoas que foram verdadeiras enciclopédias ambulantes ainda devem ser atentamente escutadas. Sobretudo porque assentaram esse conhecimento no princípio elementar do “temor a Deus”. Não porque tivessem medo Dele, mas porque O amavam e respeitavam profundamente. E a esta sólida base, aliavam ainda uma capacidade assinalável de observar e interpretar o mundo. Daí que os provérbios que colecionaram ao longo da vida nos sejam garantidamente úteis para nos movermos no dia-a-dia com prudência e delicadeza. Exponhamos a mente a abençoadas alegorias e intrincados enigmas que nos obrigam a dilatar o entendimento. Deixemo-nos instruir, sem reduzir esse ensino a uma acumulação de chaves teóricas, mas vertendo-o em palavras e, sobretudo, em ações embebidas em generosidade. Dediquemo-nos a “compreender as sentenças mais profundas, para adquirir educação, justiça, retidão e equilíbrio.” Mais do que decorá-las procuremos pô-las em prática. A começar pelos corredores da alma, permitindo que o nosso íntimo vá sendo corrigido e modelado. Só neste exercício de crescimento pessoal poderemos adquirir a autoridade para repassar aos mais jovens “experiência e reflexão.” Abramo-nos, pois, aos doces beliscões de Deus que nos arrebitam e põem em sentido. Os Seus toques estimulam o nosso pensamento e escavacam as nossas resistências, por meio de paradoxos, comparações e figuras de estilo. Amoroso Deus que usa todos os meios para nos chamar para junto de Si. Só mesmo os insensatos é que O desprezam.