Sociedade Bíblica de Portugal

Deus presente

Texto(s) bíblico

Deus resiste aos soberbos, mas dá a sua graça aos humildes7Confiem-lhe todos os vossos problemas, porque ele se preocupa convosco.

8Sejam prudentes e estejam alerta, pois o vosso inimigo, o Diabo, anda à vossa volta, como um leão a rugir, procurando a quem devorar. 9Estejam firmes na fé, resistam-lhe e saibam que os outros crentes espalhados pelo mundo passam pelos mesmos sofrimentos. 10Mas depois de terem sofrido por um pouco de tempo, Deus, fonte de toda a graça, que vos chamou a tomar parte na sua glória eterna em união com Cristo, vos dará a perfeição e vos tornará firmes e fortes.

11A ele seja dada glória e poder para sempre. Ámen.

Temos um Deus atento que se preocupa connosco. Uma verdade simples e poderosa. Portanto não existe problema que não Lhe possamos confiar. Todos os nossos problemas são aceites de bom grado por Ele. A atitude tem de ser nossa, e essa atitude muda o nosso coração, porque se Lhe confiamos os problemas, eles deixam de ser nossos. Claro que isto é um processo de aprendizagem no caminho da fé. Confiamos por um lado e tomamos de volta por outro. Ficam ao cuidado de Deus mas ainda pesam no nosso coração, continuam a arranhar e a doer nas nossas entranhas, sufocam a nossa garganta e tantas vezes abrem rios nos nossos olhos.

Há um inimigo sempre a rondar, mas a nossa prudência e alerta, mantêm-no à distância. Não lhe damos confiança e não lhe ignoramos os intentos. O seu rugido é de leão, mas não é um leão. O verdadeiro Leão, o Leão da tribo de Judá está connosco e em nós. Os cristãos a que Pedro se dirige viviam uma luta comum e com a dimensão global à época. Voltando os nossos olhos para o presente verificamos que o cenário mudou mas não o sofrimento por causa do evangelho e o sofrimento derivado de vivermos neste mundo e todas as realidades também nos tocarem a nós como filhos de Deus. A fé é o nosso esteio. Confiamos, dependemos e obedecemos. A nossa jornada vive-se como crentes.  Todo o sofrimento é breve até porque “Julgo que os nossos sofrimentos de agora não têm comparação com a glória que depois havemos de ter”, segundo o dizer inspirado pelo mesmo Espírito e partilhado pelo apóstolo Paulo na epístola aos Romanos, capítulo 8, versículo 18. Os sofrimentos não nos tornam dignos da vida eterna, não se trata de penitência e muito menos de carma, é pela graça divina que tudo recebemos, nada mais, nada menos do que tomarmos parte da Sua glória eterna em e por Jesus Cristo.

O que posso dizer da minha própria experiência senão que em cada momento de sofrimento Ele está por dentro de mim, não do lado de fora, e a Sua presença é o lenitivo que tantas vezes de modo que ultrapassa o entendimento me torna firme e forte. Algumas vezes o silêncio é esmagador. Outras vezes as emoções e os sentimentos dizem o contrário. Mas à semelhança do que acontece com os barcos no alto mar ou um avião nas alturas é necessário confiar nos painéis de navegação, e o nosso painel de navegação na fé é a palavra de Deus – a Bíblia Sagrada.

Em situações de stress e de angústia em que o coração bate descompassado existem alguns fatores que fazem a diferença e para eles aponta este texto – a comunidade da fé que ora, intercede, encoraja. De entre essa comunidade alguns se aproximam e são um ombro fraterno, o abraço que aconchega a alma. A certeza de que Deus está comigo, na casca frágil do barco açoitado pelas ondas, e me convida a dormir ou a mandar as ondas acalmarem-se. É assim que venho a lutar com um cancro há 16 anos. “A Ele seja a glória e o poder para sempre”. Nenhum poder rivaliza com Ele. Ele é o Senhor de todo o universo e de toda a terra. Ele é o meu Deus!

 

Samuel R. Pinheiro
(Editor da Revista Novas de Alegria)

Sociedade Bíblica de Portugalv.4.19.0
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