Dia da Bíblia 2024

… que andam na Palavra e são guiados pela Palavra!

Há momentos na vida que, não poucas vezes, são comparados ao breu de uma noite sem luminares no céu, ou àquela neblina que vence o sol em pleno meio-dia. Além do campo de visão perdido, são circunstâncias que também contribuem para perdermos a direção do nosso destino. Perdidos, ou no mínimo desorientados, quantos de nós já não procurámos «bússolas» que nos ajudassem a dissipar a deriva em que, por vezes, nos encontramos? Perante estas ou outras experiências semelhantes, que nos fazem perder o pé e nos deixam sem rumo, o salmista propõe-nos 4 princípios simples, mas, bastante práticos, a saber: “Lâmpada para os meus pés éa tua Palavra e luz para o meu caminho (Sl 119:105).

Em primeiro lugar, ao observarmos o uso de pronomes pessoais, para assinalar a quem pertence os pés e o caminho em causa, o autor declara que não se trata de uma sugestão para os outros, mas uma solução para nós. Meus pés e meu caminho, atestam um testemunho pessoal! Pensando-se que foi o rei David quem terá escrito estes versos, a sentença ainda assume maior relevância. O rei de Israel confessa que a Palavra, seja o que for que signifique lâmpada e luz, é, em primeiro lugar, para ele, o líder do povo! É o homem que, sendo exemplo para todos os homens da nação, consciente das suas fragilidades e responsabilidade, reconhece a importância da Palavra de Deus na sua vida pessoal.

De seguida, ao afirmar que a Palavra é, para ele, lâmpada e luz, o autor faz uma distinção elementar. Enquanto a referência à lâmpada diz respeito ao instrumento que pode iluminar, a analogia com a luz aponta para a ação que resulta do seu uso. Trata-se de assumir que, para nos guiar no meio das trevas, a Palavra de Deus precisa de ser usada como instrumento de iluminação. Ou seja, para ver não basta ter uma lâmpada é preciso acendê-la. O proveito que pode ser retirado da Palavra, depende do uso que fazemos dela. Ela guiará no escuro apenas aqueles que ousam usá-lo para o efeito. Sobre uma prateleira, ainda que aberta no Salmo 23 a Bíblia é apenas um livro. Uma lâmpada apagada! Precisamos arriscar-nos a “acendê-la”, a usá-la como instrumento que, ao auxiliar a nossa visão, sustenta os nossos passos. Sobretudo nos dias de visibilidade reduzida… que são muitos!

Aprofundando a analogia, a especificidade de alumiar os pés fala-nos de uma visibilidade que permite dar passos pequenos. Embora uma lamparina ou tocha (lanternas à época) iluminasse apenas uns poucos de metros, o seu uso permitia dar passos firmes. Pois, a visibilidade possível, mesmo que pouca, permite-nos colocar os pés em sítios seguros, e desviar-nos dos obstáculos que nos impedem de avançar, das bermas por onde podemos resvalar ou ainda dos buracos onde podemos cair.

Finalmente, a declaração “para o meu caminho”, significa que a Palavra de Deus é um guia que me permite discernir o percurso que tenho de percorrer até chegar ao meu destino. Além de iluminar os pés, de ajudar-me na visão do que posso ver a curta distância, ela serve-me como um mapa para alcançar o lugar pretendido. Orienta-nos na direção correta.  Tal como um farol, ela não ilumina um caminho sobre o mar, mas mostra-nos a direção à terra!

Conclusão:

Todos nós queremos dar Passos firmes! Contudo, segundo as Escrituras precisamos de Pés que andando na Palavra, se deixem guiar pela Palavra!

Que Deus nos dê coragem para que, tendo a Bíblia nas nossas mãos, possamos dar-lhe uso pessoal, e utilizá-la como instrumento prático (não decorativo, nem para o serviço religioso apenas), mas usá-la como lâmpada, para dar passos firmes que, embora pequenos, são seguros e usá-la como mapa, pois, embora não vejamos o caminho todo, através dela, sabemos qual é a direção certa para o nosso destino.