Sociedade Bíblica de Portugal

57 – Os ensinamentos de Jesus – A AUDIÊNCIA DE UM

ORAÇÃOSenhor Deus, eu louvo-te e adoro-te por saberes tudo o que eu necessito para este dia e por estares comprometido em me amares.

Texto(s) bíblico

Jesus ensina a orar

5«Quando orarem, não façam como as pessoas fingidas que gostam de orar de pé, nas sinagogas e às esquinas das ruas, para toda a gente as ver. Garanto-vos que essas pessoas já receberam a sua recompensa. 6Tu, porém, quando quiseres fazer oração, entra no teu quarto, fecha a porta e ora a teu Pai que está presente sem ser visto. E o teu Pai, que vê o que se passa em segredo, há de recompensar-te.

7Quando orarem, não usem muitas palavras, como fazem os pagãos, que pensam que é por muito falarem que serão mais facilmente ouvidos. 8Não sejam como eles pois o vosso Pai sabe muito bem do que vocês precisam, antes de lho pedirem. 9Portanto, devem orar assim:

“Pai nosso que estás nos Céus,

Santificado seja o teu nome;

10venha o teu reino;

seja feita a tua vontade,

assim na Terra como no Céu.

11Dá-nos hoje o pão de que precisamos.

12Perdoa-nos as nossas ofensas,

como nós perdoámos aos que nos ofenderam.

13E não nos deixes cair em tentação,

mas livra-nos do Maligno, [porque teu é o reino, o poder e a glória para sempre. Ámen!]”

14De facto, se perdoarem aos outros as suas ofensas, o vosso Pai celestial também vos perdoará. 15Mas se não perdoarem aos outros, o vosso Pai também vos não perdoará.»

Acerca do jejum

16«Quando jejuarem não andem de cara triste, como as pessoas fingidas, que até desfiguram a cara para toda a gente ver que andam a jejuar. Garanto-vos que essas pessoas já receberam a sua recompensa. 17Mas tu, quando jejuares, lava a cara e penteia-te bem. 18Deste modo, ninguém saberá que andas a jejuar, a não ser o teu Pai que está presente sem ser visto. Ele, que vê tudo o que se passa em segredo, te dará a recompensa.»

A verdadeira riqueza

19«Não se preocupem em juntar riquezas neste mundo, onde a traça e a ferrugem destroem e onde os ladrões assaltam e roubam. 20Preocupem-se antes em juntar riquezas no céu, onde não há traça nem ferrugem para as destruir, nem ladrões para assaltar e roubar. 21Onde estiver a vossa riqueza, aí estará o vosso coração

Luz e escuridão

22«A luz do corpo são os olhos. Por isso, se o teu olhar for bom, todo o teu corpo tem luz. 23Mas se o teu olhar for mau, todo o teu corpo fica às escuras. Ora se a luz que há em ti não passa de escuridão, que grande será essa escuridão!»

Deus e as riquezas

24«Ninguém pode servir a dois patrões: ou não gosta de um deles e estima o outro, ou há de ser leal para um e desprezar o outro. Não podem servir a Deus e ao dinheiro.»

Deus cuida dos seus filhos

25«É por isso que eu vos digo: Não andem preocupados com o que hão de comer ou beber, nem com a roupa de que precisam para vestir. Não será que a vida vale mais do que a comida e o corpo mais do que a roupa? 26Olhem para as aves do céu, que não semeiam, nem colhem, nem amontoam grão nos celeiros. E no entanto, o vosso Pai dá-lhes de comer. Não valem vocês muito mais do que as aves? 27Qual de vós, por mais que se preocupe, poderá prolongar um pouco o tempo da sua vida?

28E por que hão de andar preocupados por causa da roupa? Reparem como crescem os lírios do campo! E eles não trabalham nem fiam. 29Contudo digo-vos que nem o rei Salomão, com toda a sua riqueza, se vestiu como qualquer deles. 30Ora se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é queimada, quanto mais vos há de vestir a vocês, ó gente sem fé?

31Não andem preocupados a dizer: “Que havemos de comer? Que havemos de beber? Que havemos de vestir?” 32Os pagãos, esses é que se preocupam com todas essas coisas. O vosso Pai celestial sabe muito bem que vocês precisam de tudo isso. 33Procurem primeiro o reino de Deus e a sua vontade e tudo isso vos será dado. 34Portanto, não devem andar preocupados com o dia de amanhã, porque o dia de amanhã já terá as suas preocupações. Basta a cada dia a sua dificuldade.»

Não julgar os outros

1«Não julguem ninguém e assim Deus não vos julgará!

2É que Deus há de julgar-vos do mesmo modo que julgarem os outros, usando a mesma medida que usarem para os outros. 3Por que reparas tu no cisco que está na vista do teu semelhante, e não vês a trave que está nos teus próprios olhos? 4Como te atreves a dizer-lhe: “Deixa-me cá tirar-te isso da vista”, quando tens uma trave nos teus olhos? 5Fingido! Tira primeiro a trave dos teus olhos e depois já vês melhor para tirares o cisco da vista do teu semelhante.

6Não deem aos cães o que é santo. Eles são capazes de se virar contra vocês e de vos despedaçar. Não deitem as vossas pérolas aos porcos! Pois eles vão pisá-las.»

Deus ouve a oração

7«Peçam e Deus vos dará; procurem e hão de encontrar; batam à porta e ela há de abrir-se-vos, 8pois aquele que pede, recebe; aquele que procura, encontra; e a quem bate, a porta se abrirá. 9Qual de vocês que seja pai seria capaz de dar uma pedra ao filho, quando este lhe pedisse pão? 10Ou quem lhe daria uma cobra quando lhe pedisse peixe? 11Ora se vocês, mesmo sendo maus, sabem dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o vosso Pai que está no céu dará coisas boas àqueles que lhas pedirem!

12Façam aos outros tudo aquilo que desejariam que eles vos fizessem. Aqui está o essencial da lei e do ensino dos profetas

O caminho para a vida eterna

13«Entrem pela porta estreita! Pois é larga a porta e espaçoso o caminho que vai dar à perdição e são muitas as pessoas que para ali se encaminham. 14Mas é estreita a porta e apertado o caminho que vai dar à vida eterna e são poucas as pessoas que o encontram.»

Os falsos profetas

15«Cuidado com os falsos profetas! Vêm ter convosco como se fossem ovelhas, mas por dentro são lobos ferozes. 16É pelos seus frutos que os hão de reconhecer. Porventura podem colher-se uvas das silvas ou figos dos cardos? 17Portanto, a árvore boa dá bons frutos e a árvore má dá maus frutos. 18Assim pois, uma árvore boa não pode dar maus frutos e uma árvore má não pode dar bons frutos. 19Toda a árvore que não dá bons frutos corta-se e deita-se ao fogo. 20Portanto, é pelas suas ações que poderão reconhecer os falsos profetas.»

Quem entra no reino dos céus

21«Nem todos aqueles que me dizem: “Senhor, Senhor!” entrarão no reino dos céus, mas apenas os que fazem a vontade de meu Pai que está nos céus. 22Quando aquele dia chegar, haverá muitos que me hão de dizer: “Senhor, Senhor, não profetizámos nós em teu nome? Não fizemos numerosos milagres em teu nome? Não chegámos a expulsar demónios em teu nome?” 23Eu então hei de declarar-lhes: “Nunca vos conheci. Afastem-se de mim, seus malfeitores!”»

Cumprir a palavra de Deus

24«Todo aquele que ouve as minhas palavras e as põe em prática pode comparar-se ao homem sensato que construiu a sua casa sobre a rocha. 25Caiu muita chuva, vieram as cheias e os ventos sopraram com força contra aquela casa. Mas ela não caiu, porque os seus alicerces estavam assentes na rocha. 26Porém, aquele que ouve as minhas palavras e não as põe em prática pode comparar-se ao homem insensato que construiu a sua casa sobre a areia. 27Caiu muita chuva, vieram as cheias e os ventos sopraram com força contra aquela casa. Ela caiu e ficou arruinada.»

28Quando Jesus acabou de pronunciar estas palavras, a multidão estava admirada com os seus ensinamentos. 29É que ele ensinava como quem tem autoridade e não como os doutores da lei.

REFLEXÃO

É evidente que Jesus nunca frequentou um seminário ou uma escola bíblica. Se o tivesse feito, teria começado o seu sermão com uma piada, depois, desenvolvia três pontos essenciais e terminava com uma citação contundente. Mas, Jesus andava em missão; tinha três curtos anos, para comunicar tudo o que o seu Pai celestial desejava que ele dissesse ao mundo. E, depois disso, enfrentava a cruz. Por essa razão, os seus sermões eram tão compactos.

Um dos ensinos mais importantes foi acerca da oração. O Pai-Nosso (6:9-15) é, sem dúvida alguma, a oração mais famosa do mundo e combina duas perspectivas que nos podem ajudar hoje em dia. Primeiro, quando oramos, olhamos para além de nós mesmos, olhamos para Deus: a sua natureza, a sua santidade, o seu reino e o seu perdão. Segundo, concentramo-nos nos assuntos do dia-a-dia: o alimento, o perdão e a força para evitar a tentação. No mínimo, a oração envolve adoração e petição. Se estas duas perspectivas não estiverem em equilíbrio, as nossas orações tornam-se tendenciosas e, finalmente, pouco eficazes.

Mas, para Jesus, a oração não era apenas uma fórmula verbal. Era a extensão natural de um estilo de vida centrado em fazer a vontade do Pai. Repara no número de vezes que Jesus se refere ao “teu Pai” ou “vosso Pai”, na segunda metade deste sermão (6:6, 8, 18, 32, etc). Seja a falar acerca da oração, do jejum, do dar ou de qualquer outra coisa, a questão é fazer todas as coisas tendo o nosso Deus Pai em mente. Ou, como o escritor de “Os Guinness” disse, tocar para “a audiência de um”. Quando isso se tornar o ponto central das nossas vidas, as preocupações com o dinheiro, as posses, roupas ou comida, todas tomam o seu devido lugar (6:33).

Jesus concluiu o Sermão do Monte com mais alguns temas complicados: perdoa se queres ser perdoado (6:14-15), não julgues os outros (7:1-6), tem cuidado com os falsos profetas (7:15-20). Mas, guardou a sua palavra mais dura para o fim (7:21-23). Há uma grande diferença entre sentirmo-nos bem e sermos “abençoados” (5:1-12).

APLICAÇÃO

O que pensas que Jesus diria hoje, às pessoas que andam no centro comercial mais próximo de ti?

ORAÇÃO

Conclui o teu tempo devocional dizendo a oração do Pai-Nosso, lentamente, parando para refletir no final de cada frase.

Sociedade Bíblica de Portugalv.4.17.10
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