Sociedade Bíblica de Portugal

Dia 20

Texto(s) bíblico

1Quem se isola só segue os seus caprichos

e irrita-se sempre que alguém tem êxito.

2O que interessa ao insensato não é compreender,

mas sim fazer alarde dos seus pensamentos.

3Com a maldade vem o desprezo;

com a desonra vem a vergonha.

4As palavras do homem podem ser profundas como o oceano;

a conversa do sábio é como um ribeiro transbordante.

5Não é bom favorecer os maus,

para prejudicar o inocente num julgamento.

6As palavras do insensato originam contendas:

o que ele diz só provoca brigas.

7O insensato, quando fala, causa a sua ruína:

aquilo que diz provoca a sua condenação.

8As palavras do intriguista são como guloseimas,

que se engolem com muita facilidade.

9O que é preguiçoso no seu trabalho

é irmão daquele que estraga.

10O nome do Senhor é uma fortaleza de refúgio:

nela, o justo vai procurar segurança.

11O rico vê as suas riquezas como um castelo,

protegidas por muralhas inacessíveis.

12O coração orgulhoso há de fracassar;

a humildade é caminho para a glória.

13Responder antes de escutar,

mostra insensatez e provoca o ridículo.

14A vontade de viver ajuda a vencer a doença;

com espírito abatido ninguém se restabelece.

15O homem inteligente adquire conhecimentos;

o sábio procura palavras instrutivas.

16Os presentes que se dão abrem muitas portas:

permitem chegar até junto dos grandes.

17O primeiro que se defende parece ter razão,

até ao momento em que o adversário o contradiz.

18Por sorteio, põe-se fim a uma querela

e decide-se o debate entre poderosos.

19O irmão ofendido é mais inacessível que uma muralha;

as contendas são como os ferrolhos dum castelo.

20Cada um recolhe o fruto das suas palavras

e alimenta-se daquilo que elas produzem.

21A morte e a vida estão à mercê da língua;

os que com ela se deleitam sofrerão as consequências.

22O que encontra uma esposa encontra a felicidade:

é uma dádiva do Senhor.

23O pobre fala com súplicas;

o rico responde com dureza.

24Há amigos que fazem mal uns aos outros,

mas também há amigos mais íntimos do que os irmãos.

Mal de nós se teimamos em caminhar sozinhos. Isolando-nos acabamos invariavelmente por seguir os nossos caprichos e viver segundo a lei do umbigo. É terrível quando nos fechamos a relacionamentos saudáveis que nos podem ajudar a crescer. Enquanto não aprendermos a festejar os êxitos de outros, jamais daremos o salto para a maturidade. Interesse-nos mais compreender e interiorizar o que Deus espera de nós do que “fazer alarde dos nossos pensamentos.” Chutemos para longe a mania de querer dar nas vistas e de passar por cima de toda a folha para atingir os fins. Blindemos o coração à maldade, tanto mais que com ela vêm atrelados uma série de sentimentos inquinados. Ao invés de verter futilidades, usemos o dom da fala para partilhas profundas, isto é, que expressem o que mora no íntimo de nós e toquem delicadamente a vida de quem nos escute. Ao abrirmos a boca que seja para dar voz à justiça e nunca para a silenciar. Deixemo-nos de manhas e intriguices, pois apesar de “se engolirem com muita facilidade” são altamente indigestas. Dispensemos igualmente a preguiça e a procrastinação, mas não tenhamos em melhor conta a autossuficiência e o orgulho. Prefiramos o trilho da humildade. Escondamo-nos em Deus e dependamos Dele centímetro a centímetro. Depois, fruto desse exercício de confiança, não temamos a vida comunitária. O caminho da vulnerabilidade só nos faz bem, já que na nossa miséria passamos a olhar com misericórdia para os erros do outro. Repentinamente, passamos a escutar a história de pessoas com quem dividimos a cidade antes de tecer comentários. Enfiemos, pois, a viola no saco e paremos de fazer figuras ridículas. Não nos precipitemos a fazer juízos de valor, sem antes ouvirmos as diferentes versões de uma novela. E quando a querela for difícil de resolver coloquemos sobre a mesa soluções pacificadoras. Tenhamos por alvo animar sempre quem esteja à nossa volta, sobretudo gente sofrida: “A vontade de viver ajuda a vencer a doença; com espírito abatido ninguém se restabelece.” Presenteemos amigos e (des)conhecidos com doses generosas de amabilidade. Cuidemos do nosso vocabulário e, mais ainda, das pessoas com quem Deus vai permitindo que entrelacemos a vida. Sim, não temamos doar-nos, até porque “há amigos mais íntimos do que os irmãos.”

Sociedade Bíblica de Portugalv.4.18.14
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