Dia 20
Texto(s) bíblico
Provérbios 18
Mal de nós se teimamos em caminhar sozinhos. Isolando-nos acabamos invariavelmente por seguir os nossos caprichos e viver segundo a lei do umbigo. É terrível quando nos fechamos a relacionamentos saudáveis que nos podem ajudar a crescer. Enquanto não aprendermos a festejar os êxitos de outros, jamais daremos o salto para a maturidade. Interesse-nos mais compreender e interiorizar o que Deus espera de nós do que “fazer alarde dos nossos pensamentos.” Chutemos para longe a mania de querer dar nas vistas e de passar por cima de toda a folha para atingir os fins. Blindemos o coração à maldade, tanto mais que com ela vêm atrelados uma série de sentimentos inquinados. Ao invés de verter futilidades, usemos o dom da fala para partilhas profundas, isto é, que expressem o que mora no íntimo de nós e toquem delicadamente a vida de quem nos escute. Ao abrirmos a boca que seja para dar voz à justiça e nunca para a silenciar. Deixemo-nos de manhas e intriguices, pois apesar de “se engolirem com muita facilidade” são altamente indigestas. Dispensemos igualmente a preguiça e a procrastinação, mas não tenhamos em melhor conta a autossuficiência e o orgulho. Prefiramos o trilho da humildade. Escondamo-nos em Deus e dependamos Dele centímetro a centímetro. Depois, fruto desse exercício de confiança, não temamos a vida comunitária. O caminho da vulnerabilidade só nos faz bem, já que na nossa miséria passamos a olhar com misericórdia para os erros do outro. Repentinamente, passamos a escutar a história de pessoas com quem dividimos a cidade antes de tecer comentários. Enfiemos, pois, a viola no saco e paremos de fazer figuras ridículas. Não nos precipitemos a fazer juízos de valor, sem antes ouvirmos as diferentes versões de uma novela. E quando a querela for difícil de resolver coloquemos sobre a mesa soluções pacificadoras. Tenhamos por alvo animar sempre quem esteja à nossa volta, sobretudo gente sofrida: “A vontade de viver ajuda a vencer a doença; com espírito abatido ninguém se restabelece.” Presenteemos amigos e (des)conhecidos com doses generosas de amabilidade. Cuidemos do nosso vocabulário e, mais ainda, das pessoas com quem Deus vai permitindo que entrelacemos a vida. Sim, não temamos doar-nos, até porque “há amigos mais íntimos do que os irmãos.”