Sociedade Bíblica de Portugal

Dia 29

Texto(s) bíblico

Provérbios 27

1Não te gabes do dia de amanhã,

pois não sabes o que poderá acontecer hoje.

2Seja outro a louvar-te e não tu próprio;

que o louvor venha de um estranho e não de ti.

3A fúria do insensato pesa muito mais

do que carradas de pedra e de areia.

4A ira é cruel e a fúria é destruidora,

mas quem poderá controlar o ciúme?

5Mais vale a crítica frontal

do que a amizade fingida.

6É mais leal o amigo que magoa

do que o inimigo que nos beija.

7Aquele que está saciado até o mel despreza;

a quem tem fome até o amargo lhe sabe a doce.

8O homem que vive longe da sua terra

é como um pássaro longe do ninho.

9Os produtos de beleza alegram o coração;

os conselhos dos amigos adoçam a alma.

10Não abandones um amigo teu ou do teu pai;

nas dificuldades, não terás de correr para a casa do teu irmão.

Mais vale um vizinho perto do que um irmão longe.

11Porta-te com sabedoria, meu filho; dá-me essa alegria;

assim poderei responder aos que me ofenderem.

12O homem prudente vê o perigo e evita-o;

os insensatos seguem em frente e sofrem os danos.

13Se alguém ficar por fiador da dívida de um desconhecido,

exige-lhe a roupa como penhor pelo estranho.

14Saudar o amigo aos gritos, de madrugada,

é para ele o mesmo que insultá-lo.

15As intrigas duma esposa são como uma goteira,

sempre a correr, num dia de chuva.

16Pretender segurá-la

é como segurar o vento ou o azeite, com a mão.

17O ferro afia-se com ferro;

os homens aperfeiçoam-se no confronto com os outros.

18O que cuida da sua figueira comerá do seu fruto;

o que cuida do seu amo receberá honras.

19Assim como o rosto se reflete na água,

assim os nossos sentimentos se refletem nos outros homens.

20O abismo da morte e a perdição nunca se fartam;

o mesmo acontece com a ambição humana.

21O ouro e a prata são provados pelo fogo;

o homem é provado pelos que o louvam.

22Ainda que moesses bem um insensato,

como se mói o grão no almofariz,

não conseguirias tirar-lhe a insensatez.

23Procura conhecer o estado das tuas ovelhas

e toma muito cuidado com os teus rebanhos,

24porque as riquezas não duram para sempre,

nem mesmo as coroas se transmitem indefinidamente.

25Nasce a erva e cresce a verdura:

cobrem-se os montes de feno.

26Fazes roupa com a lã dos cordeiros

e compras um campo com a venda dos cabritos.

27Terás bastante leite de cabra para beber

e para sustento da família e da criadagem.

Futurologia é um disparate pegado ao qual nunca nos devemos agarrar. Nem o dia de hoje está nas nossas mãos quanto mais o amanhã. Gabar-se de que se vai “fazer e acontecer” é próprio dos imaturos. Já quem tem uns dedos de testa age discretamente, não se colocando a si mesmo nos píncaros. Que sejam os outros a elogiar-nos, caso contrário estaremos tristemente a afagar o ego em público. Haja decoro e capacidade para controlar as emoções. Rédea curtíssima para os acessos de fúria, a ira, a insensatez e o ciúme. Peçamos ajuda sempre que necessário para amansar a fera que há em nós. Nada de levar a mal “a crítica frontal”, pois é de longe preferível à “amizade fingida.” Não esqueçamos que “é mais leal o amigo que magoa do que o inimigo que nos beija.” Ai de nós darmos prioridade à imagem física em detrimento dos cuidados da alma. Nunca nos blindemos a conselhos saudáveis. Diante do perigo não nos armemos em valentões, deitando tudo a perder. Não vivamos acimas das nossas posses, mas também não alimentemos o desnorte financeiro de terceiros, mesmo que nos sejam particularmente próximos. Desfaçamos a intriga pela raiz até quando teima em desabrochar na nossa própria casa. Aperfeiçoemo-nos uns aos outros recorrendo à prática da admoestação mútua. Cultivemos a transparência relacional sem intrusões e faltas de cortesia. Honremos pessoas e apliquemo-nos com seriedade em tudo o que nos envolvermos. Cuidado com a ambição desmesurada para o passo não ser maior do que a perna. Trabalhemos honestamente e descansemos na providência Divina. Assim por mais longe que estejamos da nossa terra, sentir-nos-emos sempre no ninho do Pai.

Sociedade Bíblica de Portugalv.4.25.2
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