Sociedade Bíblica de Portugal

20 – Moisés e o Êxodo – O MOMENTO DECISIVO

ORAÇÃO“A tua palavra é o farol que me guia; é a luz do meu caminho” (Salmos 119:105). Senhor, que isto seja verdade, hoje.

Texto(s) bíblico

Marcha para o deserto

17Quando o faraó deixou sair o povo israelita, Deus não os levou pelo caminho que atravessa a terra dos filisteus, apesar de ser o mais curto, porque Deus pensou que os israelitas não iriam lutar, quando tivessem de o fazer, e que prefeririam voltar para o Egito. 18Por isso, fez com que eles se dirigissem para o deserto, em direção ao Mar Vermelho. Os israelitas saíram do Egito organizados como um exército. 19Moisés levou consigo os restos mortais de José, porque José tinha pedido aos israelitas que assim fizessem. José tinha dito: «Quando Deus vos vier tirar daqui, levem convosco os meus ossos.»

20Os israelitas saíram de Sucot e acamparam em Etam, onde começa o deserto. 21De dia, o Senhor ia à frente deles como uma coluna formada de nuvens, para lhes mostrar o caminho; e de noite, como uma coluna de fogo, de modo a poderem caminhar de dia e de noite. 22A coluna de nuvens nunca saiu da frente do povo, durante o dia, nem a coluna de fogo, durante a noite.

Passagem do Mar Vermelho

1O Senhor disse a Moisés: 2«Diz aos filhos de Israel que mudem de direção e acampem em frente de Pi-Hairot, entre Migdol e o mar; ali devem acampar diante de Baal-Safon, junto ao mar. 3O faraó vai dizer que os filhos de Israel andam perdidos pela terra e que o deserto lhes fechou todos os caminhos. 4Eu farei com que o faraó seja teimoso e ele irá persegui-los, mas eu mostrarei o meu poder contra ele e contra todo o seu exército: os egípcios ficarão a saber que eu sou o Senhor.» E os israelitas assim fizeram.

5Entretanto o rei do Egito foi avisado de que o povo de Israel ia fugir. Então o rei e os seus servidores mudaram de ideias a respeito deles e disseram: «Mas como pudemos permitir que os israelitas se fossem embora e deixassem de ser nossos escravos?» 6O faraó mandou atrelar o seu carro de combate e pôs-se em marcha com o seu exército. 7Levou todos os carros do Egito, incluindo os seiscentos carros especiais, cada um com um oficial. 8O Senhor fez com que o faraó, rei do Egito, teimasse em perseguir os israelitas, embora estes continuassem a marchar triunfalmente. 9Os egípcios perseguiam-nos, com todos os seus cavalos e carros, e alcançaram-nos quando eles estavam acampados junto do mar, em frente de Pi-Hairot, diante de Baal-Safon. 10Quando os israelitas se aperceberam de que o faraó e os egípcios se aproximavam e os perseguiam, ficaram cheios de medo e pediram auxílio ao Senhor. 11E diziam a Moisés: «Foi por não haver sepulcros no Egito que nos tiraste de lá, para virmos morrer neste deserto? Por que nos fizeste isto? Por que nos tiraste do Egito? 12Não te dizíamos nós no Egito que nos deixasses para continuarmos a ser escravos dos egípcios? Era melhor sermos escravos deles do que morrermos no deserto.»

13Moisés respondeu ao povo: «Não tenham medo! Estejam calmos e verão o que o Senhor vai fazer hoje para vos salvar. Os egípcios que agora estão a ver nunca mais voltarão a vê-los. 14O Senhor combaterá a vosso favor. Não se preocupem!»

15Então o Senhor disse a Moisés: «Por que me pedes ajuda? Ordena aos israelitas que sigam para diante. 16Tu, levanta a tua vara, estende-a sobre o mar e faz com que ele se abra, para que os filhos de Israel o possam atravessar a pé enxuto. 17Eu farei com que os egípcios teimem em vos perseguir. Ao perseguirem os israelitas, mostrarei o meu poder contra o faraó e contra todo o seu exército, os seus carros e os seus cavalos. 18Os egípcios ficarão a saber que eu sou o Senhor, quando o faraó vir o meu poder contra ele e contra os seus carros e cavaleiros.»

19Nesse momento, o anjo de Deus e a coluna de nuvens, que seguia à frente dos israelitas, mudaram de lugar e puseram-se atrás deles. 20Assim a coluna de nuvens ficou entre o exército egípcio e os israelitas; para os egípcios, era uma nuvem de escuridão, mas aos israelitas alumiava-os. Por isso, os egípcios não conseguiram alcançar os israelitas durante toda a noite.

21Moisés estendeu o seu braço sobre o mar e o Senhor enviou um forte vento de leste, que soprou durante toda a noite, dividindo o mar em dois. Assim o Senhor transformou o mar em terra seca. 22Por ali atravessaram os israelitas, entre duas muralhas de água, uma à direita e outra à esquerda.

23Os egípcios perseguiram-nos e todos os carros e cavalos do faraó, com os seus cavaleiros, entraram atrás deles pelo mar dentro; 24porém, de madrugada, o Senhor olhou da coluna de fogo e da nuvem para o lado dos egípcios e lançou sobre eles o pânico. 25Travou-lhes as rodas dos carros, de modo que dificilmente conseguiam avançar. Os egípcios disseram então: «Fujamos dos israelitas, porque o Senhor combate a favor deles contra nós.»

26O Senhor disse a Moisés: «Estende o teu braço sobre o mar e as águas voltarão a unir-se, cobrindo os egípcios, os seus carros e cavaleiros.» 27Moisés assim fez e, antes do romper do dia, as águas retomaram o seu nível habitual; os egípcios em fuga só encontravam pela frente o mar; e assim o Senhor os afogou no meio das águas. 28Quando a água retomou o seu nível normal cobriu os carros e os cavaleiros e todo o exército do faraó que tinha entrado no mar em perseguição do povo de Israel. Nem um só soldado egípcio ficou vivo. 29Porém os israelitas atravessaram o mar a pé enxuto com uma muralha de água à sua direita e à sua esquerda.

30Foi assim que, nesse dia, o Senhor livrou Israel do poder dos egípcios. E os israelitas viram os egípcios mortos na praia. 31Quando os filhos de Israel viram o grande castigo que o Senhor tinha infligido aos egípcios, encheram-se de temor e ganharam confiança no Senhor e no seu servo Moisés.

Êxodo 13:17-14:31BPTAbrir na App Bíblia para todos

REFLEXÃO

Algumas pessoas pensam que a travessia do Mar Vermelho foi o momento decisivo de Moisés. Deve ter sido espetacular, certamente, ver aquela quantidade de água erguida, em duas grandes paredes. Quem ousaria desafiar um líder que consegue fazer uma coisa assim? “É só dizer, Chefe!”

Mas, esta passagem mostra-nos um momento ainda mais decisivo, que ocorre mesmo antes da separação das águas. Imagina como Moisés se sentiu: Estava encurralado à frente pelo mar; era perseguido pelo exército mais poderoso do mundo; e o seu próprio povo estava à beira de um tumulto (14:11-12). Moisés deve ter pensado que tinha cometido um erro grave, e que ia tudo acabar em desastre.

Alguma vez te sentiste assim, ao tentares fazer algo para Deus? Talvez tenhas assumido uma posição de liderança na igreja ou na comunidade, mas, desmoronou-se tudo e, agora, todos te culpam. Há pessoas que ficam cheias de amargura ou desistem. Mas, os desastres, apesar de difíceis, dão-nos as melhores oportunidades de crescimento; empurram a nossa fé para um nível mais alto.

Em vez de racionalizar ou de fugir, Moisés levantou-se e proclamou, ousadamente, a sua confiança em Deus (14:13-14). Este é um dos melhores exemplos de liderança cristã, de toda a Bíblia. O que Deus tinha ensinado a Moisés, através da progressão das pragas: que era poderoso, que tinha um plano e que quer que confiemos nele e lhe obedeçamos — Moisés põe, agora, em prática. Uma coisa é saber todas as respostas certas, outra, é agir publicamente, quando a pressão está ao rubro. Mas, ao fazê-lo, temos o momento decisivo no nosso relacionamento com Deus.

APLICAÇÃO

Quais foram os momentos decisivos na tua caminhada com Deus? Algum deles envolveu pressão ou desastre? Há alguma si-tuação na tua vida, neste momento, que te dê a oportunidade de confiares em Deus, ousadamente? O que iria isso parecer?

ORAÇÃO

Pai Celestial, tu sabes que eu prefiro evitar problemas. Ajuda-me a discernir, se a pressão que enfrento são resultado do meu mau julgamento ou do teu desejo de fazer crescer a minha fé em ti.

Sociedade Bíblica de Portugalv.4.18.12
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