Sociedade Bíblica de Portugal

40 – A queda de Israel – UMA MISERICÓRDIA SEVERA?

ORAÇÃOSenhor, estou ansioso por ouvir o que tens para me dizer neste momento.

Texto(s) bíblico

Cerco de Jerusalém

1No nono ano do reinado de Sedecias, no dia dez do décimo mês, Nabucodonosor marchou sobre Jerusalém com todo o seu exército e montou o seu acampamento em frente da cidade; construíram baluartes à sua volta. 2O cerco da cidade durou até ao décimo primeiro ano do reinado de Sedecias. 3No dia nove do quarto mês daquele ano, quando a fome era terrível e o povo já não tinha nada para comer, 4abriu-se uma brecha na muralha da cidade e, durante a noite, todos os guerreiros de Judá fugiram. Embora os babilónios tivessem a cidade cercada, os guerreiros passaram pela porta que fica entre as duas muralhas, junto ao jardim do rei, e fugiram em direção ao vale do Jordão. 5Mas o exército babilónio perseguiu o rei Sedecias e alcançou-o na planície de Jericó; as tropas que acompanhavam Sedecias abandonaram-no e dispersaram-se. 6O rei foi feito prisioneiro e conduzido à presença do rei da Babilónia, que se encontrava em Ribla. Ali Nabucodonosor pronunciou a sentença contra o rei Sedecias. 7Os filhos de Sedecias foram degolados na presença do pai; depois, Nabucodonosor arrancou os olhos a Sedecias e enviou-o, bem preso com correntes, para a Babilónia.

Destruição do templo

8No dia sete do quinto mês do décimo nono ano do reinado de Nabucodonosor, rei da Babilónia, Nebuzaradan, seu conselheiro e comandante do seu exército, entrou em Jerusalém. 9Incendiou o templo, o palácio real e todas as casas da cidade, começando pelas das pessoas importantes de Jerusalém. 10Os soldados babilónios, que acompanhavam Nebuzaradan, demoliram as muralhas em volta de Jerusalém. 11Então Nebuzaradan levou para a Babilónia a população que tinha ficado na cidade, os restantes artífices e aqueles que já tinham desertado para o acampamento dos babilónios. 12Só lá deixou alguns pobres, para trabalharem nas vinhas e nos campos.

13Os babilónios quebraram as colunas de bronze do templo, os suportes das bacias e a grande bacia de bronze e levaram todo o bronze para a Babilónia. 14Levaram também os cinzeiros e as pás do altar, os canivetes, as conchas e todos os objetos de bronze usados no serviço do templo. 15Levaram tudo o que era de ouro ou de prata, incluindo os turíbulos e as bacias de aspersão. 16As duas colunas, os suportes das bacias e a grande bacia, que Salomão tinha mandado fazer para o templo e todos os objetos de bronze tinham um peso incalculável. 17As colunas tinham, cada uma, mais de oito metros de altura e em cima de cada uma assentava um capitel de bronze com quase dois metros de altura; em volta de cada capitel havia uma grinalda com romãs, tudo de bronze. As colunas eram iguais na altura e na grinalda.

Desterro do povo de Judá

18Além disso, Nebuzaradan, comandante do exército do rei da Babilónia, levou cativos o sumo sacerdote Seraías, o sacerdote ajudante, Sofonias, e os três sacerdotes que guardavam a entrada do templo. 19Levou também da cidade o oficial que tinha o comando das tropas e cinco dos conselheiros pessoais do rei, que ainda estavam na cidade, e o oficial encarregado do recrutamento militar no país, assim como sessenta homens do povo. Toda esta gente se encontrava ainda em Jerusalém. 20Nebuzaradan prendeu-os e levou-os à presença do rei da Babilónia, que estava em Ribla. 21O rei matou-os ali mesmo, em Ribla, na região de Hamat. Foi assim que o povo de Judá foi levado para o exílio, longe do seu país.

Godolias, governador de Judá

22O rei Nabucodonosor da Babilónia tinha deixado uma parte da população no país de Judá e designou como governador um certo Godolias, filho de Aicam e neto de Chafan. 23Quando os oficiais e os soldados que não se tinham rendido aos babilónios souberam da escolha de Nabucodonosor, foram ter com Godolias a Mispá. Os oficiais eram: Ismael, filho de Netanias, Joanan, filho de Careia, Seraías, filho de Tanumet, da cidade de Netofa, e Jazanias, filho de Macá. Com os seus oficiais foram os soldados. 24Godolias disse-lhes a todos: «Juro-vos que não têm nada a temer dos oficiais babilónios. Fiquem no país, submetam-se ao rei da Babilónia e tudo vos correrá bem.»

25Mas no sétimo mês daquele ano, Ismael, filho de Netanias e neto de Elisama, de sangue real, dirigiu-se a Mispá com dez homens e matou Godolias, bem como todos os judeus e babilónios que estavam com ele. 26Então os israelitas, tanto ricos como pobres, juntamente com os oficiais do exército, fugiram todos para o Egito, com medo dos babilónios.

O rei da Babilónia dá a liberdade a Jeconias

27No dia vinte e sete do décimo segundo mês do trigésimo sétimo ano de cativeiro de Jeconias, rei de Judá, Evil-Merodac, rei da Babilónia, no primeiro ano do seu reinado, mostrou-se bondoso com Jeconias e tirou-o da prisão. 28Tratou-o com benevolência e deu-lhe uma posição de maior honra do que a que deu aos outros reis que estavam com ele na Babilónia. 29Jeconias foi autorizado a não usar roupa de prisioneiro e, até ao fim da sua vida, comeu à mesa do rei da Babilónia. 30Todos os dias, enquanto viveu, Jeconias recebeu do rei da Babilónia o que lhe era necessário para a sua subsistência.

REFLEXÃO

Esta passagem, não é uma das mais inspiradoras da Bíblia. Na verdade, é uma imagem bastante deprimente. Contudo, é importante porque marca o ponto mais baixo da história de Israel, até agora. O povo de Deus teve de aprender, da forma mais dura, que o pecado traz consequências devastadoras. E, isto ainda hoje é verdade.

Como Israel continuou a procurar, voluntariamente, a adoração aos ídolos, Deus permitiu que os Babilónios fossem o seu instrumento de condenação. E o preço foi muito alto: mataram os seus líderes, destruíram o templo glorioso, queimaram Jerusalém e levaram a maioria das pessoas para o cativeiro (25:21b).

Já viveste momentos, incrivelmente, difíceis? Talvez tenhas ficado chocado com a morte prematura de uma pessoa querida, um súbito reverso financeiro, ou notícias inesperadas de que te foi diagnosticada uma doença grave. Como reages quando o teu mundo desaba?

Por vezes, a única maneira de seguir em frente é relembrar o que Deus fez no passado. “Senhor, sinto-me miserável, não aguento mais e não vejo saída. Mas, tens sido tão bom para mim no passado, confio que agora não me vais abandonar.” Toma um minuto para leres o Salmo 74, uma oração escrita por Assaf, um dos que foram para o cativeiro. Verás que foi, exatamente, isto que ele orou.

Se há alguma coisa boa nas desgraças, é o facto de que nos obrigam a agarrarmo-nos mais a Deus, simplesmente, porque, não temos outra alternativa. O escritor Sheldon Vanauken referiu-se à “misericórdia severa” de Deus (A Severe Mercy, Hodder 1977) — é o facto de Deus, por vezes, permitir que experimentemos dor, por um propósito que jamais poderíamos entender antes de tempo (Apocalipse 3:19). Deus pode abanar-te, mas não te abandona. Na verdade, o mo-mento em que te sentes mais em fraco pode ser aquele em que estás mais perto de Deus (Salmos 34:18).

APLICAÇÃO

O que aprendeste com os problemas graves da tua vida? Deus atraiu-te para mais perto dele, através disso? De que forma?

ORAÇÃO

Pai, estou tão grato por me convidares a lançar sobre ti todas as minhas preocupações (1 Pedro 5:7).

Sociedade Bíblica de Portugalv.4.18.12
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