Sociedade Bíblica de Portugal

61 – Os milagres de Jesus – COMER ATÉ FARTAR

OS MILAGRES DE JESUSAntes, gostava muito dos filmes do Woody Allen. Ele é famoso por criar co-médias que retratam pessoas desajeitadas (com ele no papel principal), a lutar com as questões da vida, da morte e de Deus. Num determinado filme, Allen disse de forma sarcástica: “Se eu pudesse ver um milagre a sério, acreditava”. Mas, descobri que as personagens de Woody Allen, nunca acreditam — apenas procuram. Hoje em dia, tenho dificuldade em ver os seus filmes, porque, questiono-me se, de facto, ele deseja encontrar a resposta. Para mim, um beco sem saída não tem nada de humor.Mas, como iremos descobrir nas próximas cinco leituras, ver não significa crer. Jesus realizou todo o tipo de milagres. Curou coxos e cegos, andou sobre as águas e mudou o estado do tempo, expulsou demónios e ressuscitou mortos. E, muitos colocaram a sua fé e confiança nele. Mas, ver milagres, também, fez com que outros se lhe opusessem, como os líderes religiosos. A verdade é que, se decidirmos não acreditar, não há prova que nos faça mudar de ideias.Josh McDowell, autor e orador, é uma pessoa que se debateu, arduamente, com as questões da vida, da morte e de Deus. Foi à procura de respostas, e tentou ser honesto quanto às suas suposições. McDowell decidiu provar, que Jesus não era divino e que o Cristianismo era uma fraude. Pesquisou e analisou tudo quanto pôde e reuniu grandes quantidades de informação. Mas, no fim, concluiu que a sua suposição inicial estava errada. As provas apontavam para uma conclusão: Jesus Cristo era quem afirmava ser — o Filho de Deus, Salvador e Senhor de todos.No seu livro, A Evidência que Exige um Veredito, (Editora Candeia, Brasil) McDowell salienta que um filósofo famoso comparou a fé a um “salto no escuro”. Mas, depois de ter avaliado a informação de forma honesta, Josh McDowell disse que, para ele, ter fé em Jesus foi como um “salto para a luz”.Jesus combinou os seus ensinamentos com milagres (Mateus 4:23) e instruiu os seus discípulos a fazerem o mesmo (Lucas 9:1-2). Foi uma ligação poderosa, mas, o maior milagre de todos foi quando ele voltou a viver, depois, de ter morrido na cruz pelos nossos pecados. Esse foi o grandioso milagre, que legi-timou tudo o que ele disse e fez.ORAÇÃO“Bendito Senhor, que fizeste com que as sagradas Escrituras fossem escritas para o nosso ensino: permite que possamos ouvi-las, lê-las, marcá-las, aprendê-las e digeri-las, interiormente, de forma sábia…” (O Livro de Oração Comum, Igreja Lusitana)

Texto(s) bíblico

Jesus envia os apóstolos

1Jesus reuniu os apóstolos e deu-lhes poder e autoridade para expulsarem espíritos maus e curarem doenças. 2Mandou-os também anunciar o reino de Deus e curar doentes. 3Mas recomendou-lhes: «Não levem nada para o caminho: nem cajado, nem saco, nem pão, nem dinheiro, nem muda de roupa. 4Quando entrarem numa casa, fiquem lá até deixarem a povoação. 5Se nalguma terra as pessoas não vos quiserem receber, quando saírem de lá sacudam o pó dos pés, como testemunho contra essa gente.» 6Os discípulos então partiram e foram de terra em terra, anunciando a boa nova e curando doentes por toda a parte.

Herodes preocupado com Jesus

7Herodes, o governador da Galileia, teve conhecimento de tudo o que se estava a passar e ficou muito confuso, porque havia quem dissesse que era João Batista que ressuscitara. 8Outros diziam que era Elias que tinha aparecido, e outros afirmavam que era um dos profetas antigos que tinha ressuscitado. 9Mas Herodes exclamou: «A João Batista mandei eu cortar a cabeça. Quem será então este de quem me vêm contar estas coisas?» E procurava ver Jesus.

Jesus dá de comer a uma multidão

10Quando os apóstolos voltaram, contaram a Jesus tudo o que tinham feito. Ele então retirou-se só com eles para uma povoação chamada Betsaida. 11Mas assim que a multidão deu por isso foi logo atrás de Jesus. Ele recebeu-a, falou do reino de Deus e curou os doentes.

12Ao declinar do dia, os Doze foram ter com Jesus e disseram-lhe: «Manda embora a multidão, para irem pelos campos e aldeias das redondezas arranjar onde descansar e comer, porque estamos num lugar deserto.» 13Jesus retorquiu: «Deem-lhes de comer.» Mas eles disseram: «Só temos aqui cinco pães e dois peixes. A não ser que vamos comprar comida para esta gente toda!» 14É que estavam lá uns cinco mil homens. Jesus ordenou aos discípulos: «Mandem sentar o povo em grupos de cinquenta.» 15Eles assim fizeram e acomodaram toda a gente. 16Jesus pegou nos cinco pães e nos dois peixes, levantou os olhos ao céu, abençoou-os e partiu-os. Depois entregou-os aos discípulos para os distribuírem pela multidão. 17Todos comeram até ficarem satisfeitos e ainda se recolheram doze cestos dos pedaços que sobejaram.

Pedro declara que Jesus é o Messias

18Um dia, quando Jesus estava a orar sozinho, os discípulos aproximaram-se. Então perguntou-lhes: «Quem diz o povo que eu sou?» 19E eles responderam: «Uns dizem que és João Batista, outros que és Elias e outros ainda que és um dos profetas antigos que ressuscitou.» 20Jesus acrescentou: «E quem acham vocês que eu sou?» Pedro afirmou logo: «Tu és o Messias enviado por Deus.»

Jesus fala da sua morte e ressurreição

21Jesus deu-lhes ordem para não contarem aquilo a ninguém 22e acrescentou: «É preciso que o Filho do Homem sofra muito e seja rejeitado pelos anciãos, pelos chefes dos sacerdotes e pelos doutores da lei, para ser morto e ao terceiro dia ressuscitar.»

23Depois disse a todos: «Se alguém me quiser acompanhar negue-se a si próprio, carregue com a sua cruz todos os dias e siga-me. 24Pois todo o que quiser salvar a sua vida perde-a, mas aquele que perder a vida, por causa de mim, salva-a. 25Que aproveita a alguém ganhar o mundo inteiro, se acabar por perder-se ou destruir-se? 26Se alguém tiver vergonha de mim e do que eu ensino, também o Filho do Homem terá vergonha dessa pessoa, quando vier na sua glória e na glória de seu Pai e dos santos anjos. 27Lembrem-se do que vos digo: há aqui algumas pessoas que não hão de morrer sem verem chegar o reino de Deus

Transfiguração de Jesus

28Cerca de uma semana após ter dito estas palavras, Jesus levou consigo Pedro, João e Tiago e subiu a um monte para orar. 29Quando estava em oração, o seu aspeto transformou-se e a sua roupa ficou de um branco muito brilhante. 30Nisto, dois homens puseram-se a falar com ele. Eram Moisés e Elias, 31rodeados duma luz celestial, a falar da sua morte que ia cumprir-se em Jerusalém. 32Pedro e os companheiros estavam a cair de sono, mas quando acordaram viram a glória de Jesus e os dois homens que estavam com ele. 33Quando aqueles homens se iam a retirar, Pedro, sem saber bem o que estava a dizer, exclamou: «Mestre, é tão bom estarmos aqui! Vamos levantar três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias.» 34Enquanto dizia estas coisas, uma nuvem envolveu-os na sua sombra e os discípulos ficaram atemorizados quando a nuvem os envolveu. 35Saiu então da nuvem uma voz que dizia: «Este é o meu Filho, o Escolhido. Escutem o que ele diz.» 36Quando se ouviu aquela voz, Jesus já estava sozinho. Os discípulos calaram-se e naqueles dias não contaram a ninguém nada do que tinham visto.

REFLEXÃO

Qualquer político ou líder de jovens sabe qual o segredo para atrair uma grande multidão: comida grátis! Jesus não era político, mas, o seu milagre da multiplicação dos pães, que alimentou 5.000 homens (para não falar nos milhares de mulheres e crianças que, certamente, estavam presentes) teve uma importância tremenda, tanto para os discípulos como para nós.

Para compreender este milagre, na sua totalidade, temos de considerar o contexto em que ocorreu. Como já descobrimos, Jesus tinha estado a pregar acerca do reino dos céus (Mateus 13). Depois, envia os discípulos com a mesma mensagem (9:1-2). “Já viram como eu faço — agora experimentem vocês.” Hoje em dia, há pessoas que ficam ofendidas com a ideia de evangelismo. Mas, Jesus não pediu aos seus seguidores que impusessem um conjunto de crenças pessoais aos outros. Pediu, simplesmente, que curassem as pessoas e partilhassem as Boas Novas (9:6).

Quando os discípulos regressaram, Jesus levou-os à parte para ficarem a sós e conversarem sobre o que tinha acontecido (9:10), um bom modelo para os que estão envolvidos no ministério. Foi, então, que ele decidiu alimentar a multidão. Era bom sabermos como tudo aconteceu. Será que caíram pães do céu? Será que o pão se repôs, automaticamente, enquanto as pessoas se serviam? O texto só diz: “Todos comeram até ficarem satisfeitos…” (9:17). Mas, o facto é que Jesus tinha dado aos seus discípulos um símbolo inesquecível, daquilo que lhes tinha vindo a ensinar: que o reino de Deus multiplica-se, à medida que vai sendo transmitido.

O milagre demonstrou, também, outra verdade importante: Jesus era, verdadeiramente, o Filho de Deus. Pedro compreendeu isto mais cedo do que todos os outros (9:20). E, cerca de uma semana mais tarde, Deus confirmou-o a Pedro, João e Tiago na sublime “experiência no monte” (9:28-36). Jesus não criou comi-da de forma milagrosa para atrair a multidão. Fê-lo, antes, para confirmar uma mensagem importante: “Eu sou Deus em carne. Estou aqui para estabelecer um reino que deve crescer. Preciso que falem dele aos outros.”

APLICAÇÃO

O que pensas acerca de partilhar as Boas Novas de Deus com os outros?

ORAÇÃO

Pai, tens-me dado tanto através do teu Filho, Jesus Cristo. Com a tua ajuda, estou pronto a partilhar as Boas Novas com as outras pessoas

Sociedade Bíblica de Portugalv.4.18.12
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