Semana

Conhecemos a semana como um ciclo fixo e perpétuo de sete dias. O ritmo da semana é independente do ciclo das estações (o ano) e do ciclo da lua (o mês lunar). A semana como a conhecemos tem a sua base no Antigo Testamento. Mas há todo um histórico que precede essa narrativa. A Israel antiga estava familiarizada com o ritmo de sete dias dos tempos de lavoura e colheita. Também havia festivais religiosos que duravam sete dias. Após o exílio na Babilónia, a semana fixa de sete dias tornou-se na base do calendário judaico.

De acordo com a antiga legislação social, os trabalhadores agrícolas podiam tirar um dia de folga ao fim de um tanto número de dias. Essa legislação protegia os pobres dos ricos. Na Mesopotâmia, os trabalhadores tinham o oitavo dia de folga e, entre outras nações, tirava-se o décimo dia. Em Israel, os trabalhadores tinham o sétimo dia de folga.

Este ritmo lembra uma semana, mas não é a mesma coisa. Isto porque não se tratava de uma divisão do tempo em semanas fixas, mas de certos períodos de trabalho durante o ano agrário, com alguns dias de folga intervalados.

Na antiguidade, era comum ter festas religiosas, ou festivais, que duravam sete dias. Esses festivais celebravam-se em Ugarit e Mesopotâmia, e provavelmente também na antiga Israel. Duravam sete dias, já que o número "sete" tinha um significado especial, e era um símbolo de perfeição.

No período após o exílio babilónico, no século VI a.C., uma "comunidade do templo" surgiu ao redor do reconstruído Templo de Jerusalém. Os exilados que retornaram tiveram um papel importante a desempenhar. Queriam reformar Israel, com uma forma pura de adoração. Uma parte importante dessa mudança foi um novo calendário religioso. No calendário antigo, as festas estavam ligadas ao ano agrícola; no novo calendário, em geral, as festas estavam separadas dele. A base do novo modelo foi o shabat, o dia santo semanal. A partir de então, o tempo seguiu o ritmo de um ciclo de sete dias - a semana.